FONTE: CELANI, M. A. A E MEDRADO, B. P (ORGS). DIÁLOGOS SOBRE INCLUSÃO: DAS POLÍTICAS ÀS PRÁTICAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS (original) (raw)

quanto ao desenvolvimento de crianças deficientes ou com necessidades educativas específicas (NEE) 1. Discutiremos, principalmente, o conceito de compensação social em sua relação com o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Por outro lado, enfocaremos a formação docente que, no caso da inclusão, vem se revelando das questões mantenedoras da dicotomia exclusão-inclusão. Na verdade, vem ampliando o problema da exclusão que, de 1Ultimamente, após a aprovação da Lei de Inclusão 13.146/2015, o Brasil tem mais uma vez iniciado a discussão sobre como chamar as pessoas com deficiência. No passado, muitas foram as formas de se referir a pessoas deficientesalgumas seguiam uma visão bastante preconceituosa, outras eram mais aceitáveis. Por vários anos, a forma de referência era pela expressão 'pessoa com necessidades educacionais especiais' ou até 'portador de necessidades especiais'este último bastante criticado já que aquele que porta algo, também deixa de portá-lo em algum momento; já a primeira expressão vem sendo questionada, dentre outros motivos, porque todos têm, de uma forma ou de outra, necessidades educativas especiais. Neste texto escolhemos usar o termo'necessidades educacionais específicas'que também é passível de crítica semelhante, ou seja: todos têm uma necessidade específica. No entanto, como discutido em Fidalgo (prelo), há muitas crianças em escolas que têm necessidades específicas, mas não são deficientes, como, por exemplo,as crianças com dificuldades de aprendizagem e as crianças superdotadas. É importante lembrar que, no Brasil, seguindo a política educacional publicada no final da década de 1990 e pensada para permitir que as crianças tenham mais tempo para aprender a ler e escrever (ou seja, a progressão continuada ou progressão contínua), muitas crianças atingiram os últimos anos dos ensinos fundamental e médio ainda apresentando problemas quanto ao domínio dos processos de leitura e escrita e de letramento matemático. Ainda há muitas dessas crianças nas escolas; elas não são necessariamente deficientes, mas necessitam de atenção, por apresentarem necessidades educacionais específicas.