Substancialidade e Presença: Acenos De Gumbrecht Para O Conceito Heideggeriano De Ser (original) (raw)
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Resumo: Nosso trabalho se detém na proposta de leitura do conceito heideggeriano de Ser que Gumbrecht desenvolve a partir de uma aproximação com a noção de presença; o cerne da aproximação proposta por Gumbrecht entre as duas noções reside no caráter de substancialidade compartilhado por ambas. A noção gumbrechtiana de presença pretende antes de tudo resgatar a relação material e espacial com o mundo das coisas a partir da consideração do corpo como parte integrante de nossa existência. A leitura gumbrechtiana do conceito de Ser, deste modo, pretende desvelar o caráter de substância do Ser e então compreender o seu movimento de autorrevelação como o vir-à-frente de uma coisa que ocupa lugar no espaço e que assim se mostra como presente. A proposta de leitura de Gumbrecht pode ser tomada, por fim, como uma importante contribuição para a crítica da metafísica quando compreendemos a noção de presença como uma abertura para o pensamento acerca de um novo modo de relacionamento com o mun...
Fundamentos não metafísicos do conceito de presença em Hans Ulrich Gumbrecht
2018
Esse artigo propoe evidenciar as influencias e os fundamentos conceituais da elaboracao conceitual de Hans Ulrich Gumbrecht em torno de um campo nao hermeneutico, elaboracao conceitual que nas ultimas tres decadas vem se concentrando sobre termos como efeitos de presenca, presentificacao e presente amplo. Para tanto, o trabalho lanca luz sobre pensadores e referencias historicas que exercem influencia determinante sobre o desenvolvimento gradual de seu pensamento, em especial, Paul Zumthor e Martin Heidegger, a epoca medieval e a serenidade como postura existencial. Destacando essas referencias, analisa-se o movimento de retomada do corpo como origem e veiculo de um sentido que a interpretacao nao alcanca ou nao abarca. Por fim, busca-se demonstrar a relevância da teoria de Gumbrecht para as pesquisas da Estetica e da Filosofia da Arte contemporâneas.
Hans Ulrich Gumbrecht Leitor de Martin Heidegger: concepção de produção de presença
Revista Brasileira de Estudos da Presença, 2017
Resumo: O trabalho apresenta alguns pontos do pensamento filosófico de Gumbrecht sobre a presença, a partir do Dasein de Heidegger, especialmente, com relação às possibilidades e condições da linguagem relativamente a esta presentificação. Desse logos, propõe-se uma crítica introdutória aos conceitos de coisa, de sujeito e de objeto, de visão cartesiana do mundo, demonstrando, a partir da análise de parte da obra do autor, as possibilidades de tangibilidade por meio da linguagem e o que isso representa diante dos paradigmas vigentes das ciências.
Quem tem Medo de Derrida?: Gumbrecht e a metafísica da presença
2023
RESUMO-Quem tem Medo de Derrida?: Gumbrecht e a metafísica da presença-O artigo propõe uma reflexão sobre o conceito de presença teorizado por Hans Ulrich Gumbrecht a partir do pensamento de Heidegger, confrontando-o à filosofia de Jacques Derrida, sobretudo em sua desconstrução da metafísica da presença. Assim, não se trata de rastrear a presença heideggeriana ao longo de sua obra nem de defender Derrida das acusações de existencialismo linguístico, mas antes de demonstrar que, ao ter Heidegger como aliado, a cruzada de Gumbrecht contra a metafísica e o campo hermenêutico acaba por restaurá-los mais fortemente, comprometendo-se com aquilo que visa combater.
O despertar da presença: a tensão epistemológica na filosofia da história de Gumbrecht
Essa pesquisa investiga a obra de Hans-Ulrich Gumbrecht e tenta produzir a partir de então, uma biografia intelectual do autor. A partir daí proponho uma interpretação do lugar que Gumbrecht ocupa nas humanidades atualmente, apresentando suas influências e produções de conceitos originais, tais como presença e stimmung. Destaco também as possibilidades teóricas que sua obra oferece ao trabalho do historiador como reflexão no campo da filosofia da história, além de verificar qual a natureza da tensão epistemológica presente também nas obras de Gumbrecht. Por fim tento esboçar uma arqueologia de sua singular compreensão sobre a temporalidade pós-moderna.
A Obra, O Conceito e O Homem: Hans Ulrich Gumbrecht e a Produção De Presença
2019
Hans Ulrich “Sepp” Gumbrecht (Wuerzburg, 1948-), Professor Emerito ocupante da cadeira de Literatura de Albert Guerard nos Departamentos de Literatura Comparada e de Frances e Italiano na Stanford University, e tambem afiliado ao Departamento de Culturas Ibericas e Latino-Americanas, ao Departamento de Estudos Alemaes e ao Programa em Pensamento e Literatura Modernos. Suas pesquisas abordam aspectos de literaturas românicas (sobretudo francesa, italiana e brasileira), mas tambem alema, alem de focar na tradicao filosofica ocidental, especialmente a francesa e alema dos seculos XIX e XX, e nas experiencias cotidianas do seculo XXI – uma obra, em suma, bastante ampla, que transita entre varias disciplinas das humanidades e tem importante repercussao no meio academico. E professor visitante em instituicoes como College de France, PUC-Rio, Universidade de Lisboa e University of Manchester, detentor de dez doutorados honorarios em diversas universidades pelo mundo e de um extenso conjunt...
Entrevista com Hans Ulrich Gumbrecht: Da Produção de Presença ao Presente Amplo
ArteFilosofia, 2017
Esta entrevista foi realizada por ocasião da visita de Gumbrecht a Belo Horizonte em março de 2015. À época, conversávamos sobre as relações de tangências entre seu conceito de produção de presença e as obras de Paul Zumthor e Martin Heidegger, além de temas mais recentes em suas aulas na Universidade de Stanford, como presente amplo, contingência, latência e “Explosões do Esclarecimento”. No ano seguinte, com a organização de uma publicação em português de artigos em torno da produção de presença, a entrevista foi expandida e publicada como parte do livro “Serenidade, presença e poesia”, lançado pela editora Relicário (Belo Horizonte, 2016).
Herbert Spiegelberg. A Fenomenologia de Husserl e o Existencialismo
Phenomenology, Humanities and Sciences, 2021
Phenomenology, Humanities and Sciences | Vol. 2 - 2 - 2021 | 310-316 Este artigo foi lido em um Simpósio sobre Fenomenologia e Existencialismo organizado pela Divisão Oeste da Associação Filosófica Americana para seu Encontro Anual na Universidade de Wisconsin, em Madison, a 30 de abril de 1959. Dois artigos sobre o mesmo tema, de William Earle (Universidade do Noroeste) e Maurice Natanson (Universidade da Carolina do Norte), seguiram-no. [N.T.] A primeira edição impressa deste artigo foi publicada pelo Journal of Philosophy, vol. 57, n. 2 (21. Jan, 1960), pp. 62-74
Dualísticas: uma entrevista com Hans Ulrich Gumbrecht
Revista da Anpoll, 2020
HANS ULRICH GUMBRECHT (Wuerzburg, Alemanha, 1948) tem como área principal de atuação a Teoria Literária, mas transita por áreas como filosofia, estética, epistemologia e história. É professor titular de literatura comparada na Universidade de Stanford desde 1989, ocupando a cadeira Albert Guérard. Suas abordagens das materialidades da comunicação desde os anos 1980 culminaram na recente criação de diversos conceitos que nos ajudam a compreender nossa contemporaneidade, dentre os quais se destacam os de Presente Amplo e de Presença. Seus livros foram traduzidos em muitas línguas, inclusive no Brasil, país com o qual tem uma relação de proximidade, fazendo visitas anuais desde 1977. * Revista da Anpoll (RA): Tendo a oportunidade de lhe fazer alguns questionamentos por escrito, muito refletimos acerca de como melhor aproveitar essa oportunidade tendo em vista as inúmeras inquietações que nos provocaram a sua Filosofia da Presença, por um lado, e um comprometimento com certo método ou corpus dessas questões, de outro. Chegamos, por fim, a dois grupos amplos de perguntas: um que chamaremos "Presença sentida de fora" e outro denominado "Presença sentida de dentro". Cada um desses grupos é composto por três perguntas que se encadeiam em certa medida e que se fundam cada uma na relação entre a Presença e alguma oura categoria, disso o título dessa entrevista, "Dualísticas". Hans Ulrich Gumbrecht (HG): Esta é/foi uma amplitude e tanto de tópicos e questões difíceis, desafiadores, a maior parte problemas sobre os quais nunca pensei muito, o que foi bom (como desafio) para mim, mas pode ser ruim (como resultado) para vocês. Mas farei/fiz o meu melhor para formular respostas compactas e ainda sim complexas. 1