O último voo do flamingo: um caminho de resistência (original) (raw)

O último vôo do flamingo

Aurora Revista De Arte Midia E Politica Issn 1982 6672, 2008

A poética política em Mia Couto Quem voa depois da morte? É a folha da árvore. Dito de Tizangara Em "O último voo do flamingo", o escritor moçambicano Mia Couto nos proporciona uma reflexão a respeito da relação estreita e tênue entre a arte e a guerra, reconstruindo pela perspectiva literária o período pós-guerra em Moçambique. O romance publicado em 2005 pela Companhia das Letras mantém a ortografia vigente em Moçambique e além da excelente literatura também nos coloca em contato com outra construção lingüística da língua portuguesa.

Da Bahia à Beira: ‘O último voo do flamingo’ e a canção distante

Revista Diadorim, 2019

Em “Águas do meu princípio”, presente em Pensatempos, livro lançado em 2005, o qual reúne textos de opinião de vária ordem, Mia Couto, ao relembrar a própria infância na Beira – sua terra natal e importante cidade portuária de Moçambique –, conduz os leitores através de uma ambiência que flerta, nostalgicamente, com uma atmosfera mítica. Nessas linhas, o escritor moçambicano convoca um importante legado cultural oriundo da Bahia: a célebre canção “É doce morrer no mar”, do cantor e compositor Dorival Caymmi, cujos versos são atribuídos a Jorge Amado e a elementos textuais que permeiam Mar Morto, romance publicado, em 1936, pelo escritor brasileiro mais reverenciado nas literaturas africanas de língua oficial portuguesa. A partir de tais reminiscências e, sobretudo, como exercício de crítica literária, poder-se-á estabelecer relações de contiguidade entre excertos de “Águas do meu princípio” e a estrutura interna que rege o núcleo de maior pulsão poética em O Último Voo do Flamingo, ...

Resistência e história na imagem do flâneur

Resumo: Destacando que a imagem do flâneur pode conter o todo da constelação benjaminiana da modernidade, este artigo pretende reconstruir o traçado da historiografia de Benjamin a partir do flâneur entendido como o momento de irrupção de uma outra história, não obstante, fadado a desaparecer. Palavras-chave: Flâneur. Modernidade. Benjamin. Abstract: Highlighting that the image of the flâneur can contain the whole of constellation of modernity, this article intends reconstruct the route of Benjamin historiography from the flâneur understood as the moment of irruption of another story, however, doomed to disappear. Keywords: Flâneur. Modernity. Benjamin.

A resistência: uma vida

Alea-estudos Neolatinos, 2018

A partir do romance de Diamela Eltit Jamais o fogo nunca (2017), o presente trabalho indaga de que maneira a narrativa literaria intervem numa discussao em torno do conceito de vida, que se insere no terreno da biopolitica e que atravessa os campos do direito, da biologia, da medicina e da filosofia. No romance, a palavra “celula” que aparece repetidamente, adquirindo diversas significacoes, e o ponto de partida para se pensar nas complexas articulacoes entre o biologico e o politico.

Pequena filosofia do voo

Pequena filosofia do voo (contos), 2022

In the not-so-distant future, the world is controlled by fundamentalist evangelical Christian churches that have come to dominate technology and impose a techno-theocratic state. In this scenario, free people are left with the only possibility of flying out of the system. This is just a tale.

Mia Couto: Memória e «tradução cultural» em O último voo do flamingo

e-Letras com Vida: Revista de Estudos Globais — Humanidades, Ciências e Artes, 2019

My reading follows the challenge the reader is confronted with, as a sort of enigma, at the beginning of the novel: «did the [UN] soldiers die? Were they killed?». Looking for an answer, it ponders those issues of life and death posed by the fictive world of Tizangara. Those concepts are understood by taking into account not only Walter Benjamin’s positions, in his Critique of Violence, but also the thoughts of both Emmanuel Lévinas and Jacques Derrida. They are helpfull to grasp what is at stake, from the vantage point of an ethical and political critique of violence, not only for father Muhando — the character that is the organizing principle of the entire plot, and whose vision seems to be heavily influenced by judaism — but also for key-characters such as the wizard Zeca Andorinho and the old Sulplício being, both belonging to the circle of those that are closer to him.

As moscas: ideologia e resistência

Ipotesi - Revista de Estudos Literários, 2014

RESUMO: Partindo da leitura semiológica de algumas passagens da primeira peça de Jean-Paul Sartre As Moscas (Les mouches), objetiva-se, no presente ensaio, demonstrar que a dramaturgia sartriana permite pensar a relação que se articula entre discurso ideológico e discurso ficcional, produzindo novos sentidos literários e colocando em xeque o status quo, no contexto histórico da Resistência Francesa.

Lampejos de resistência: a abordagem fotográfica na vida besta drummondiana

Cadernos do IL

Encontra-se, na poesia de Carlos Drummond de Andrade, um olhar que problematiza o social através da experiência individual. Esse funcionamento assemelha-se muito à prática fotográfica, que a partir do foco no detalhe tenta apreender um todo. Percebemos, então, em Drummond, um fazer poético que utiliza elementos fotográficos na leitura crítica da sociedade. Estuda-se neste trabalho, dessa forma, a relação entre lírica, fotografia e resistência na poesia drummondiana, bem como discute-se a fotografia enquanto ato político, a partir principalmente das reflexões de Georges Didi-Huberman (2011), Susan Sontag (2004) e Walter Benjamin (2009). Para isso, são analisados os poemas “Desaparecimento de Luísa Porto” de Novos poemas (1948) e “Morte do leiteiro” de A rosa do povo (1945).