Perfil sociodemográfico e clínico de mortalidade materna (original) (raw)
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Avaliação da mortalidade por causas externas
Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 2012
OBJETIVO: Avaliar os óbitos por causas externas em uma microrregião do Estado de São Paulo. MÉTODOS: Estudo descritivo exploratório transversal retrospectivo. Foi feito um levantamento e revisão de 511 prontuários das vítimas de causas externas fornecidos pelo Instituto Médico Legal de Catanduva - SP de 2008 a 2011. Os dados foram classificados por sexo, idade, intencionalidade e mecanismo de causa externa. RESULTADOS: A mortalidade foi predominante no sexo masculino, com 77,9% dos casos (p<0,001). As mortes classificadas como não intencionais representaram 66,9%, enquanto as intencionais, 33,1% (p<0,001). Os acidentes de transporte terrestre foram responsáveis por 45,6% dos casos, sendo a principal causa dos óbitos analisados. O segundo lugar foi atribuído aos suicídios, com 16%, seguido pelos homicídios (13,9%). CONCLUSÃO: Os resultados encontrados diferem dos perfis encontrados em outros estudos brasileiros, aproximando-se mais da realidade de países desenvolvidos, já que a...
Resultados perinatais e do primeiro ano de vida segundo cor da pele materna: estudo de coorte
Revista da Escola de Enfermagem da USP, 2019
RESUMO Objetivo analisar as características maternas e desfechos perinatais e do primeiro ano de vida segundo a cor da pele autorreferida pelas mães. Método estudo de coorte com 507 mães e seus bebês, desenvolvido em município do interior paulista. O seguimento ocorreu de junho de 2015 a fevereiro de 2017. Os dados foram coletados em cinco momentos: no primeiro mês e aos três, seis, nove e 12 meses de vida da criança. Foram incluídas no estudo variáveis sociodemográficas, relativas ao pré-natal e parto. Entre os desfechos perinatais foram analisados o peso ao nascer e a necessidade de internação em unidades neonatais e entre os desfechos do primeiro ano de vida, ocorrência de infecção respiratória e a vigência de aleitamento materno. Resultados mulheres pretas/pardas apresentam situação sociodemográfica desfavorável quando comparadas às brancas. O único desfecho associado à cor da pele foi a vigência de aleitamento materno, mais favorável entre as mulheres pretas/pardas. Conclusão a...
Epidemiologia da mortalidade por causas externas no período de 2004 a 2013
Revista de Enfermagem UFPE on line
RESUMOObjetivo: analisar o perfil epidemiológico da mortalidade por causas externas na Região Sul do Brasil, no período de 2004 a 2013. Método: estudo quantitativo, descritivo, exploratório, retrospectivo e transversal, desenvolvido a partir dos dados disponibilizados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade. A coleta de dados foi realizada no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde utilizando-se um formulário. A amostra foi constituída pelos 1.737.448 registros de óbitos decorrentes de causas externas de morbidade e mortalidade e a análise foi realizada por meio de estatística descritiva. Resultados: os dados mostraram que a maior parte dos óbitos foi de indivíduos do sexo masculino (56,94%), com idade entre 20 e 39 anos (42,73%), de cor branca (86,21%), solteiros (57,81%), com até sete anos de estudos (40,39%) e o hospital como principal local de ocorrência (40,70%). Conclusão: constatou-se aumento progressivo do número de óbitos decorrentes de causas ex...
Mortalidade infantil nos últimos quinquênios em Porto Velho, Rondônia – Brasil
Journal of Human Growth and Development, 2014
Objetivo: Analisar a evolução de mortalidade infantil. Método: Estudo ecológico e descritivo. Utilizaram-se os bancos de dados de óbitos fornecidos pelo Sistema de Informações sobre mortalidade, durante o período de 2006 a 2010. Selecionaram-se apenas os registros em que o município de residência e de ocorrência dos óbitos correspondiam ao município de Porto Velho e os que apresentavam idade menor de 12 meses no momento do óbito. Analisaram apenas os óbitos por causas evitáveis neonatal e pós-neonatal. Resultados: No município de Porto Velho, em período estudado há um predomínio de mães com idade entre 20 a 34 anos, cujos percentuais de óbitos infantis variaram entre 26,0% em 2006 a 29,0% em 2010, com oscilações percentuais nos demais anos. Houve uma tendência crescente de óbitos prematuros, exceto no ano de 2009, cujo percentual foi de 45,0%. Entre os anos de 2006 e 2007 esse percentual manteve-se em 50,0%, aumentou para 53% em 2008 e em 2010 representou 54,0% dos óbitos em menores...
Causas externas e mortalidade materna: proposta de classificacao
Revista de Saúde Pública, 2013
OBJETIVO: Analisar os óbitos por causas externas e causas mal definidas em mulheres em idade fértil ocorridos na gravidez e no puerpério precoce. MÉTODOS: Foram estudados 399 óbitos de mulheres em idade fértil de Recife, PE, de 2004 a 2006. A pesquisa utilizou o método Reproductive Age Mortality Survey e um conjunto de instrumentos de investigação padronizados. Foram usados como fontes de dados laudos do Instituto Médico Legal, prontuários hospitalares e da Estratégia Saúde da Família e entrevistas com os familiares das mulheres falecidas. Óbitos por causa externa na gravidez foram classificados de acordo com a circunstância da morte usando-se o código O93 e calculadas as razões de mortalidade materna antes e depois da classificação. RESULTADOS: Foram identificados 18 óbitos na presença de gravidez. A maioria das mulheres tinha entre 20 e 29 anos, de quatro a sete anos de estudo, eram negras, solteiras. Quinze óbitos foram classificados com o código O93 como morte relacionada à grav...
Anthropológicas Visual, 2021
Diante das inúmeras mortes de covid-19 decorrentes do que a Fiocruz veio a se referir como a maior crise sanitária da história do Brasil, esse ensaio busca registrar um momento ímpar na saúde pública, onde o desalento das mortes, sequelas da doença, desemprego em massa, volta do Brasil ao mapa da fome e a miséria cotidiana que podemos observar na cidade do Recife, só realçam a impressão de que nossas instituições políticas colapsaram diante da responsabilidade pela saúde pública, quando vemos a intensificação do não fazer nada como política de governo. No “novo normal”, as pessoas não estão restritas de irem ao trabalho caso sejam empregadas domésticas, motoristas de ônibus ou caixas de super- mercado. Essas pessoas se arriscam e morrem aos montes, manifestando nos dados de pessoas negras vítimas da covid como a necropolítica, como a ferru- gem, nunca dorme. O “novo normal” no Brasil é altamente letal, e totalmente desvinculado de seu propósito momentâneo e emergencial. O crescimento em ‘K’, expressão típica da economia, é um ótimo exemplo de como o país veio a alcançar as profundezas do respeito a morte e a vida humana, manifestando na parte superior do ‘K’ as pessoas de classe média que ascenderam economi- camente durante, enquanto aquelas que estavam no meio do ‘K’ simplesmen- te alcançaram as profundezas do desemprego e perda econômica. Diante da indiferença que as elites econômicas manifestam, os mortos não falam e os trabalhadores não param de trabalhar, afinal, podem morrer a morte violenta de Thomas Hobbes pela fome, o crime ou outras formas de vivenciar o século XXI. Os vazios urbanos ilustram esse cenário, onde famílias se mudaram para baixo das ruas por não conseguir pagar aluguel, acumulando pedaços de lixo e ressignificando-os como as portas e janelas de um lar. O Estado é desmantelado a olhos nus, enquanto ônibus com placas de todos os municí- pios de Pernambuco disputam uma vaga em frente ao cemitério, na esperança de salvar um mãe, um pai, um filho ou avô que são tudo para as famílias ceifa- das do direito constitucional à saúde. Tenho medo de ir ao hospital, não por talvez me infectar com o vírus, mas pensando na moralidade da lente fotográfica com o desespero de outros seres humanos, que se esforçam para respirar em um corpo frágil e fulminan- do por essa praga que nos assola. Ao mesmo tempo que vejo um homem descer de uma ambulância com seu filho em desespero, juro como etnógrafo não registrar o terror, mas denunciar a tragédia. Enquanto essa cena nefasta se desenrola dolorosamente, concluo a sinopse desse ensaio com os frígidos caixões de metal e mármore, construídos de forma ‘modular’, afim de ser possível expandir as gavetas que foram feitas para as vitimas desse genocídio brasileiro. Desde o começo da pandemia, vejo a expansão lenta e gradativa, como um aviso diário em minhas idas e vindas pela cidade, quando a vida e morte se tornam tema da paisagem urbana, e a miséria um dado quantitativo, mas a morte, essa é para sempre para os vidos e para os que partem.
Ciência, Cuidado e Saúde, 2018
Com intuito de reduzir o índice de mortalidade materno-infantil, o Ministério da Saúde implantou o Programa de Humanização do Pré-Natal. Além disso, visando assegurar o acesso das gestantes a maternidade para realização do parto, a visita vem sendo proposta pela Rede Cegonha a visita de vinculação da gestante à maternidade de referência para realização do parto. Este estudo teve como objetivo geral conhecer a percepção das gestantes sobre a experiência da vinculação à maternidade de referência em um município do Recôncavo Baiano. Estudo descritivo, com abordagem qualitativa. Participaram do estudo 16 mulheres que são acompanhadas nas Unidades de Atenção Básica à Saúde do município de Santo Antônio de Jesus−Bahia e que realizaram a visita de vinculação à maternidade de referência para o parto. Foi realizada entrevista semi-estruturada contendo 08 questões e, os dados obtidos foram analisados através da análise temática de Minayo. Os resultados indicam a predominância das mulheres na ...
Revista da Escola de Enfermagem da USP, 2012
Revisão integrativa de estudos brasileiros sobre práticas baseadas em evidências (PBE) acerca da prevenção em saúde humana, publicados em periódicos Web of Science/JCR, de outubro de 2010 a abril de 2011. O objetivo foi identificar as especialidades que mais realizaram estes estudos, seus enfoques e abordagens metodológicas. A partir de critérios de inclusão, foram selecionados 84 trabalhos publicados majoritariamente em periódicos de saúde pública, focalizando a atenção primária e abrangendo também questões clínicas e diversas especialidades. Variaram também os enfoques de prevenção e as abordagens metodológicas, predominando a revisão sistemática sem metanálise. Os resultados indicam que não há uma única maneira de conceituar e praticar a PBE na prevenção e sua aplicação pode não ser apenas para obtenção de prova irrefutável para instrumentalizar ações de intervenção. Constitui um campo infindável de conhecimentos, em construção, para análise e maior compreensão de fenômenos em sa...
Mortalidade infantil por cor ou raça em Rondônia, Amazônia Brasileira
2017
OBJETIVO Analisar a qualidade dos registros de nascidos vivos e de óbitos infantis e estimar a taxa de mortalidade infantil segundo cor ou raça, a fim de explorar iniquidades étnico-raciais em saúde. MÉTODOS Estudo descritivo que analisou a qualidade dos registros do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos e do Sistema de Informações sobre Mortalidade em Rondônia, Amazônia brasileira, entre 2006-2009. As taxas de mortalidade infantil foram estimadas nas categorias de cor ou raça, pelo método direto, e corrigidas por: (1) distribuição proporcional dos óbitos com cor ou raça ignorada; e (2) aplicação de fatores de correção. Efetuou-se também o cálculo da mortalidade proporcional por causas e grupos etários. RESULTADOS Entre 2008-2009, a captação de nascimentos e óbitos melhorou em relação aos anos de 2006-2007, requerendo fatores de correção menores para estimar a taxa de mortalidade infantil. O risco de morte de crianças indígenas (31,3/1.000 nascidos vivos) foi maior que o regis...