A nova historia politica e o marxismo (original) (raw)

A concepção marxista da História

Em alternativa ao marxismo existem dois grandes campos teóricos que oferecem hipóteses para a interpretação da recorrência de revoluções no século XX. A teoria “minimalista”, afirma que situações revolucionárias só seriam possíveis, quando as condições de exploração do proletariado (ou, por extensão, da maioria das populações trabalhadoras pobres, sejam elas camponesas ou outros extratos populares não proletários), são de tal forma intensificadas, que as massas vêm as suas condições de vida reduzidas a níveis de sobrevivência biológica intoleráveis. Erradicada a fome ancestral, a era das revoluções seria uma memória do passado A segunda, a teoria “democrática” reativa, afirma que não existem nem épocas revolucionárias nem épocas reformistas, e que essas medidas de periodização são imaginárias e descartáveis. Tem dois argumentos principais: (a) atingido um estágio de maturidade civilizatório suficiente, para garantir que o Estado não interferiria na regulação cega feita pelo mercado, garantindo sem ingerências, o impulso de permanente renovação tecnológica; (b) e a maturidade dos regimes democráticos, em que a regulação dos conflitos esteja ordenada pelo império da lei, estaria encerrada a era das revoluções. As revoluções teriam sido necessárias para abrir o caminho para o capitalismo e para a democracia, mas depois se tornado obsoletas. As revoluções seriam, portanto, segundo esta teoria reativa, uma herança de um período histórico passado, um período de desenvolvimento da civilização, anterior à afirmação das modernas democracias. Todas as revoluções teriam sido provocadas pela perenidade tardia de regimes tirânicos e ditatoriais, que mereciam sucumbir, ou como respostas defensivas e reativas, às tentativas de impor regimes ditatoriais, e por isso todas as revoluções seriam, essencialmente, revoluções democráticas, mesmo quando os seus sujeitos sociais foram as massas populares. Essas só se levantam e mobilizam recorrendo ao uso de métodos revolucionários extra-democráticos, quando subjugadas por tiranias intoleráveis. Mas, estando estabelecidos os regimes democráticos, estaria esgotado o período histórico das revoluções políticas. Em consonância, argumentariam como demonstração, vejam a derrota de todas as mobilizações revolucionárias de massas, que encontraram pela frente a solidez dos regimes democráticos republicanos. Assim, a humanidade poderia prosseguir o curso evolutivo civilizatório do progresso, poupando-se das agruras das convulsões de massas. A época das revoluções seria coisa do passado. Existem, certamente, outras formulações da teoria reativa. A mais conhecida, é a que defende que a contra-revolução é provocada pelos excessos da revolução. Assim, o nazismo, por exemplo, é, freqüentemente, explicado, e dependendo do caso, justificado, como uma reação defensiva, desesperada, mas defensiva, diante do perigo de um triunfo bolchevique na Alemanha.

ÉTICA sob o ponto de vista do marxismo

ÈTICA E MORAL, 2022

This brief text deals with the distinction between ETHICS and morals. Philosophical ETHICS analyzes and reflects on the socio-historical phenomenon that is the set of rules and codes of behavior admitted or censored in interpersonal relationships

A nova Direita e o revisionismo histórico

Este trabalho é um ensaio ainda não publicado ou acabado. Neste trabalho, pretende-se investigar a revisão histórica a partir da ascensão de uma nova direita no país.

Jovem Marx, nova teoria política

Dados, 2006

A partir do ano de 1927, após sucessivas fases e crises do marxismo, finalmente foi dado a conhecer ao público boa parte da produção intelectual de Karl Marx, de quem até então, pode-se saber e afirmar hoje, conhecia-se muito pouco. Com a primeira edição do Marx-Engels Historisch-Kritische Gesamtausgabe, mais conhecido como MEGA, David Riazanov mostrou ao público -e ao marxismo, naquele momento já fortemente consolidado -que o acervo literário de Marx compreendia muito mais do que aquilo que então já se oferecia à leitura ou à imaginação. E o advérbio "mais" indica aqui não apenas quantidade, mas também diversidade: se considerarmos o conjunto da obra de Marx em sua integridade, ou em outras palavras, se considerarmos que a produção intelectual de Marx abrange não apenas seus escritos publicados em vida e aqueles editados por Engels logo após a sua morte, mas também dezenas de ensaios, artigos acadêmicos, matérias jornalísticas, resenhas, fragmentos de texto, anotações, cartas, esboços, resumos, ras-537 *Gostaria de agradecer aos pareceristas anônimos da Dados pelas valiosas contribuições à versão final deste artigo.

A atualidade da Economia Política marxista

Quando comecei a ler O capital pela primeira vez, há muitos anos, esperava que o livro me revelasse os segredos do capitalismo mostrando coisas que, a princípio, não poderia nem imaginar. Implicitamente, eu estava tratando O capital como um livro de profecias.