Trabalho feminino e saúde na terceira idade (original) (raw)
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Programa de Preparação para Aposentadoria Fiocruz: Uma Experiência Inovadora em Saúde do Trabalhador
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Saúde, trabalho e envelhecimento no Brasil
Cadernos De Saude Publica, 2003
The rapid aging process of the Brazilian population is accompanied by a similar change in the composition of the country's work force. The objective of this study is to determine health differentials in the elderly according to their insertion in the work market, after considering the influence of socio-demographic factors. This study included 2,886 males ³ 65 years residing in ten Brazilian metropolitan areas and included in the National Household Survey conducted by the National Institute of Geography and Statistics, or National Census Bureau (IBGE) in 1998. The analysis included the chi-square and odds ratios estimated by multiple logistic regression. More than a fourth of the elderly worked. Among the formally retired elderly, those who still worked were younger seniors, those with more schooling, and those with higher per capita family income; they reported fewer chronic diseases and presented less difficulty in performing their activities of daily living, but did not show any differences in relation to health services utilization. According to our results, health and especially indicators of autonomy and physical mobility are independent predictive factors for the elderly to remain active.
Saúde e qualidade de vida na terceira idade
1998
This work presents the first results of the research entitled Health and Life Quality in the Third Age, on the aged who took part in the Health Promotion Project, carried out by the multidisciplinary staff of the Nucleus of Attention to the Elderly-NAI, within UnATI-UERJ. It aims at offering a general view of the health conditions of the aged ones and the links with their education process. Then it will delineate sectorial and/or interdisciplinary research lines which analyse questions on health and ageing, and also contribute for the betterment of educational actions
Trabalho feminino em tempos de pandemia
Revista do Tribunal Regiona do Trabalho da 10ª Região, 2020
Este artigo propõe uma reflexão sobre os direitos reservados à mulher no curso da história legislativa brasileira, as dificuldades enfrentadas por ela no mercado de trabalho e como a discriminação ainda está enraizada na sociedade pátria. Em seguida, passa-se a análise da divisão de tarefas e responsabilidades no seio da família e como a sobrecarga suportada pela mulher, por causa das atividades domésticas, atrapalha o desenvolvimento pleno da profissão e ascensão na carreira.
Referencial de análise para a estudo da relação trabalho, mulher e saúde
Cadernos de Saúde Pública, 1991
Este texto procura mostrar a importância da abordagem de gênero na construção teórica da área de Saúde do Trabalhador, uma vez que homens e mulheres são expostos a condições de trabalho diferenciadas no processo produtivo. No caso das trabalhadoras, destaca-se a conjugação do capitalismo e patriarcalismo como determinantes da opressão feminina nas relações hierárquicas do trabalho, assim como a responsabilidade social oculta do trabalho doméstico, realizado na esfera do privado, o que distancia a mulher do mundo social e político e gera fortes impactos à sua saúde. Pela divisão sexual do trabalho, são reservadas às trabalhadoras, na indústria, as tarefas mais repetitivas e que exigem grande resistência nervosa - condições que não são especialmente saudáveis e que implicam um padrão específico de desgaste. Concluímos que são necessárias mudanças nos planos da vida social, além da ruptura das crenças que sustentam a divisão sexual do trabalho, para que se transformem as condições agre...
Feminil(idades): a saúde da mulher idosa na produção de conhecimento
Argumentum
Este artigo discute os resultados de uma pesquisa de abordagem qualitativa, que utilizou a análise temática (BARDIN, 2010) para compreender a produção de conhecimento sobre a saúde da mulher idosa em periódicos interdisciplinares e de serviço social. A consulta foi realizada em três revistas qualis A: Revista Estudos Feministas, Serviço Social & Sociedade e Revista Katálysis. Os resultados apontaram avanços, lacunas e tendências nas referidas produções, caracterizadas: pela prevalência de pesquisas voltadas para os homens idosos; pela presença do debate ancorado no conceito ampliado de saúde; pelo reconhecimento da multifatorialidade da velhice; pela necessidade de trabalho interdisciplinar; pela insuficiência de trabalhos sobre a saúde da mulher idosa. A hipótese de que os estudos relacionando gênero e velhice são historicamente residuais é confirmada, refletindo a segregação da discussão da temática tanto na sociedade quanto na academia.
Revista de Estudos Interdisciplinares, 2021
Resumo: Tendo como pano de fundo a organização do trabalho sob a égide do capital, este estudo desenvolve uma abordagem sobre o mercado de trabalho e as desigualdades de inserção no trabalho entre homens e mulheres no Chile. Este texto é parte componente da experiência de estudo realizada no segundo semestre de 2017, na Universidad de Artes y Ciencias Sociales-UARCIS, do Chile. Trata-se de uma pesquisa documental e bibliográfica de caráter qualitativo, orientada sob o método dialético crítico. Os dados do estudo apontam para um mercado de trabalho desprotegido e informal, onde prevalecem as regras de flexibilização dos direitos do trabalho desde a reforma laboral de 1979. Destaca-se ainda que neste cenário de fragilização e flexibilização das condições trabalhistas, as mulheres trabalhadoras são as mais afetadas, já que as estatísticas demonstram que as mulheres têm os menores salários, maior índice de informalidade, além de ser o grupo com as menores aposentadorias. Alguns movimentos para a construção de igualdade de condições têm sido realizados, no entanto sem respostas significativas até o momento (2019). O cenário de avanço dos processos de flexibilização das condições trabalhistas, reforçada pela atual reforma trabalhista em vigência, aprovada em 2016, não favorece em nada para a alteração desta realidade.
2005
Apesar das preocupações crescentes ao nível da saúde no trabalho transparece ainda a ideia de que, apesar de grande parte dos trabalhadores continuar exposta a riscos profi ssionais, a sua saúde é satisfatória já que não manifesta grandes patologias. De facto, a difi culdade em dar visibilidade às consequências do trabalho na saúde levou à necessidade de, no estudo da saúde no trabalho, integrar a perspectiva do homem no trabalho de modo a que, através da análise do discurso e da vivência no trabalho, sejam estudadas todas as dimensões que caracterizam as relações entre a saúde e o trabalho. A preocupação em melhorar o sistema de informação no domínio da saúde tem conduzido à criação de departamentos e organismos específi cos que, centrados na análise da evolução do estado de saúde dos portugueses, têm realizado, com alguma periodicidade, estudos sobre "o ponto de situação" da saúde em Portugal. Os dados apresentados no Relatório "Ganhos em Saúde em Portugal. Ponto de Situação" (Ministério da Saúde, 2002) e, mais recentemente no Relatório de Primavera de 2005 (Observatório Português dos Sistemas de Saúde, 2005), revelaram que o estado de saúde dos portugueses tem vindo a melhorar refl ectindo-se em melhorias concretas na saúde nomeadamente a redução da incidência de problemas de saúde (particularmente das doenças transmissíveis) e redução das taxas de mortalidade, em especial, as taxas de mortalidade infantil. Esta análise sugere que nas preocupações de saúde pública, o papel dado ao impacto do contexto profi ssional na saúde dos cidadãos mantém-se modesto procurando-se, sobretudo, delimitar o estudo da saúde aos problemas manifestados ao nível individual, nomeadamente à doença objectivamente defi nida a partir do diagnóstico médico. Na verdade, os problemas de saúde no trabalho estão tradicionalmente associados a um conjunto de patologias de origem profi ssional ofi cialmente reconhecidas como doenças profi ssionais. A lista das doenças profi ssionais em Portugal 1 (Ministério do Trabalho e da Solidariedade, 2001) é assim limitada a um conjunto de patologias profi ssionais onde fi guram as patologias causadas pelo contacto com agentes físicos, químicos e biológicos, como sejam as poeiras e outros produtos industriais, e também as doenças infecto-contagiosas e parasitárias; mas está ausente a referência aos factores relativos ao conteúdo e organização do trabalho, que propiciam o aparecimento de doenças músculo-esqueléticos ou de doenças de foro psíquico (doenças psicossociais). Desta forma, numerosos casos de problemas de saúde devido ao trabalho permanecem no silêncio dos números porque não são declarados, não são reconhecidos nem indemnizados (Thébaud-Mony, 1991).
grupo social que tem a posse da terra e com a qual mantém laços de tradição e sentimento de pertencimento. A família será entendida como um valor cultural. Trabalho, família e gênero: estratégias de reprodução social camponesa no Médio Jequitinhonha Cláudia J. Maia* Introdução A reprodução social camponesa está baseada na combinação de estratégias, fortemente orientadas por regras de precedência hierárquica, que fazem distinções por sexo e idade, tais como a organização do trabalho familiar e a construção dos espaços de trabalho. O trabalho familiar é elemento central de uma lógica econômica própria da economia camponesa. Baseia-se numa divisão sexual de tarefas extremamente variadas, assim como variam a extensão da separação entre as tarefas consideradas próprias aos homens e/ou às mulheres (Durham, 1983, p. 16) e o lugar ocupado por cada membro da família-pai, mãe, filhos. Vários estudos sobre o campesinato 1 apontam para uma oposição/complementaridade entre a unidade de produção-roçado-e a unidade de consumo-casa-, espaços culturalmente construídos como masculino ou feminino por excelência. A unidade básica de reprodução social camponesa é o grupo doméstico, inserido numa parentela e vizinhança, sobre o qual pesam laços de solidariedade e ajuda mútua. Ele é entendido como um sistema de relações internas e externas, baseado num princípio de residência. O grupo doméstico compreende a família nuclear, mas pode agregar outros membros, como sobrinhos, tios, irmãos, mãe, pai, sogro e sogra. A intensidade do trabalho na unidade de produção tem como teto limite o número de trabalhadores diretos existentes na unidade de consumo. Segundo Fortes (s. d.), o grupo doméstico é como uma unidade que possui e mantém a casa e está organizado para prover os recursos materiais e culturais necessários para sustentar e criar seus membros. A casa é o foco de um processo de redistribuição, segundo regras de reciprocidade. A reciprocidade do grupo doméstico é que possibilita acionar estratégias de reprodução social, baseadas num jogo de obrigações mútuas de seus membros no sentido de assegurar a reprodução do e como grupo. As relações internas do grupo doméstico são orientadas ainda por princípios de hierarquia e de gênero, que definem o processo de trabalho na unidade de produção e consumo e a ação de cada um de seus membros. Essa perspectiva de interpretação possibilita entender a combinação das diversas estratégias adotadas pelo grupo doméstico camponês, baseadas, principalmente, na ocupação, na concepção e nos usos específicos da terra. Nesse sentido, o presente estudo tem por objetivo discutir, a partir de uma perspectiva de gênero, o trabalho familiar e a construção do processo e dos espaços de trabalho como estratégias de reprodução social camponesa no Médio Vale do Jequitinhonha, em dois momentos distintos: antes e depois da década de 70.