Hipersegregação das elites metropolitanas brasileiras na década de 2000: interpretações a partir da Região Metropolitana de Belo Horizonte (original) (raw)

Uma nova segregação metropolitana: as periferias fractais – evidências encontradas na Região Metropolitana de Belo Horizonte

Este artigo apresenta uma reflexão a respeito da organização espacial da pobreza em uma nova forma de segregação. A pesquisa insere-se no contexto da discussão sobre o processo de exclusão social que determina, em razão de uma série de mecanismos que estruturam a metrópole contemporânea, a organização espacial da população em condição de pobreza. Utilizando a metodologia da linha absoluta para delimitação da pobreza, foi realizado o mapeamento da organização espacial da pobreza na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A partir disso, constatou-se que a RMBH passou a ter uma forma mais dispersa no território, com uma urbanização mais fragmentada e desconexa, com a consequente produção de uma nova periferia metropolitana.

PASSOS, R. L. G; Belo Horizonte, cidade planejada (para a elite branca)

As reflexões desenvolvidas nesse trabalho partem do contexto histórico de formação da cidade de Belo Horizonte, desde sua formação como Curral Del Rey até os dias atuais. Abordaremos os processos de segregação ocorridos a partir da expulsão da população mais pobre das áreas centrais da cidade para a implementação do Plano da Nova Capital e os processos desenvolvidos que influenciaram no contexto de formação da cidade. Posteriormente, discutiremos a relação entre segregação racial e o planejamento urbano de Belo Horizonte, bem como seus reflexos no contexto municipal atual.

Desigualdade socioespacial e migração intra-urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte 1980-1991

1999

O periodo atual, herdeiro da abertura politica do comeco dos anos 80, carrega em seu bojo um conjunto de mudancas bem sentidas e pouco conhecidas. Apressadamente, cunharam-se os anos 80 como a “decada perdida” quanto ao desempenho economico; examinada do ponto de vista das politicas publicas, outros autores quiseram mostrar que houve substantivos ganhos na diminuicao da desigualdade, com enfase nos servicos de Educacao e Saude (Faria, 1991). O desmonte do sistema Financeiro da Habitacao, em meados da decada, ensejou uma politica de varejo, marcada pelo clientelismo, as vezes em nome da descentralizacao, com marcas de periferizacao dos espacos urbanos. As dificuldades de poupanca e acumulacao, os expedientes de atuacao do Estado em politica publica, os problemas de investimento em habitacao, a escassez de recursos ou de fontes de financiamento para atender aos programas do Estado, em urbanizacao e reproducao do capital, refletem-se diferentemente nos anos 90 e apontam para multiplas ...

Hierarquia Das Cidades Médias Brasileiras: Abordagem Por Meio De Técnicas De Agrupamento

e-xacta, 2013

RESUMO: O conceito de cidade média ainda é indefinido, sendo entendido por diversos pesquisadores a partir de critérios demográficos, funcionais, pela escala espacial ou ainda pela combinação desses critérios. Para hierarquizar e classificar essas cidades, algumas técnicas hierárquicas para formação dos agrupamentos têm sido utilizadas como a classificação proposta por Castello Branco (2006). Esse trabalho tem por objetivo apresentar algumas técnicas que podem ser utilizadas para essa categorização. Foram utilizados dados do censo do IBGE 2000. Com estes foram aplicadas as técnicas seguintes: método da Ligação Simples (Single Linkage), métodos da Ligação Completa (Complete Linkage), do Centroide (Centroid Distance), K-Médias e ACP-Análise de Componentes Principais. Os resultados foram agrupados em quatro tipologias e mostraram que grupos diferentes foram formados a cada técnica utilizada. Assim conclui-se que a aplicação de técnicas hierárquicas em estudos sobre cidades médias é importante para a problematização e levantamento de hipóteses para o estudo de determinado fenômeno e que a pesquisa de campo é importante, até mesmo essencial, para confirmação de determinadas hipóteses.

O Cotidiano Da Cidade De Belo Horizonte Na Revista Veja BH: A Classe Média Alta, a Cidade Poderosa e Os Dilemas Do Planejado Versus O Vivido

Revista Gestão & Conexões, 2015

O objetivo deste artigo é analisar o discurso de reportagens de capa da revista Veja BH para compreender qual cotidiano da cidade de Belo Horizonte/MG a revista evidencia e como a cidade é discursivamente apresentada. Como aporte teórico, utilizamos a perspectiva do cotidiano de Certeau (1998). Este trabalho contribui para reflexões sobre o registro do cotidiano da cidade por meio de uma escrita midiática a respeito da forma pela qual a história e a mídia retratam eventos, sujeitos e formas de viver. Os resultados da análise do discurso de corrente francesa demonstram que o cotidiano evidenciado é o da classe média alta belo-horizontina, suas formas de lazer, suas práticas culturais e gastronômicas e os problemas que a atingem. Tal cotidiano envolve grandes números, estatísticas, valores e sucesso. Além disso, a revista se posiciona a favor do que seria a cidade planejada diante da cidade vivida e silencia problemas que possam ser considerados detritos da gestão das cidades, construindo a personagem de uma BH poderosa e em crescimento. Ideologicamente, constrói a BH que atende aos interesses do homem branco, construindo, para as mulheres, personagens atreladas à sexualidade ou ao ambiente doméstico.

Desvelando o campo de poder dos grandes projetos urbanos da região metropolitana de Belo Horizonte

2016

O trabalho desvela a producao dos Grandes Projetos Urbanos na Regiao Metropolitana de Belo Horizonte entre os anos 2000 e 2015. Para tal, utiliza como metodo a teoria bourdiana de campo de poder, tendo como objetivo principal identificar as relacoes sociais que estruturaram a producao dessas intervencoes. Permeia a investigacao, um olhar propositivo direcionado para o papel dos agentes de planejamento urbano e seu alinhamento com o conceito de Cidade Justa. Em um primeiro momento, o trabalho apresenta a vinculacao entre este tipo de intervencao urbana e as recentes inflexoes na politica economica global, relacionadas a processos de globalizacao e neoliberalizacao, identificando quais sao e qual a intensidade das determinacoes economicas e politicas sobre a producao desse tipo de projeto. Em seguida, o conceito de Grande Projeto Urbano e investigado a partir de suas caracteristicas formais e processuais invariantes, com foco no impacto sobre a politica urbana e atento ao modo como es...

Territórios Verticais: Grafismos Urbanos No Hipercentro De Belo Horizonte

Caminhos de Geografia

O presente estudo versa sobre a apropriação e a ressignificação do Hipercentro de Belo Horizonte por artistas de rua. Uma catalogação dos grafismos urbanos foi realizada em três momentos (2011, 2015 e 2017), buscando-se identificar formas predominantes de estilos, modos de aplicação, além da posição dos grafismos nas edificações e na paisagem urbana. Os dados levantados em campo foram submetidos à análises espaciais e estatísticas. Os resultados deste trabalho confirmam a natureza transiente da paisagem do Hipercentro de Belo Horizonte e o seu forte caráter identitário, onde atores hegemônicos e hegemonizados disputam o domínio sobre muros, fachadas, monumentos, viadutos e equipamentos urbanos, gerando territorialidades horizontais e verticais. .

SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE: o estigma de Ribeirão das Neves/MG

O crescimento urbano de Belo Horizonte é um processo de expansão populacional e territorial para além dos limites do município. O objetivo desse trabalho é analisar o processo de segregação socioespacial que se expressa na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e investigar o processo de expansão periférica em direção ao Município de Ribeirão das Neves. A análise do processo tem como referência a formação do município de Neves baseada na implantação das penitenciárias e dos loteamentos populares, exemplificando a lógica da estruturação centro-periferia. Para a pesquisa foi realizado o levantamento documental e bibliográfico sobre o tema em artigos, revistas e demais dados do IBGE e da Fundação João Pinheiro. Através da pesquisa teórica foi observado um crescimento rápido e expressivo da malha urbana da RMBH, evidenciando um fenômeno de desigualdade socioespacial nesse espaço intrametropolitano. Constatou-se que a segregação socioespacial representa uma das dimensões mais expressivas desse fenômeno, encontrando principalmente nos municípios periféricos metropolitanos sua máxima, no caso em questão Ribeirão das Neves. Nesse município observou-se a implantação de loteamentos irregulares, juntamente com a implantação de unidades prisionais, favorecendo um cenário atual de um baixo grau de desenvolvimento destinado à população de baixa renda e de uma paisagem homogênea onde é notável a ausência de infraestrutura adequada.