A Hermenêutica Rabínica do Mashal e sua influência no primeiro século EC (original) (raw)
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A TRADIÇÃO HESICASTA E O ÍCONE DA SANTÍSSIMA TRINDADE DE RUBLEV
Resumo: Hesicasmo é a tradição de vida monástica originada no século III, no deserto egípcio, e que nunca foi interrompida na Igreja oriental. Pregava a ascese e ensinava métodos de postura e oração contínua, para um esvaziar da vontade e do pensamento do monge, possibilitando que a luz incriada o penetrasse, transfigurando-o. Após o hesicasmo tornar-se dogma da Igreja ortodoxa, em 1351, passa a influenciar as artes tanto em Bizâncio como no mundo eslavo. A comunicação tem por objetivo apresentar a tradição hesicasta dos Padres do deserto e sua 'oração do coração'. Em seguida, observaremos a influência do dogma sobre o monge iconógrafo russo, Andrei Rublev que fora solicitado a escrever o ícone da Santíssima Trindade em homenagem a São Sérgio de Radonej, dada a afinidade do santo com a Trindade Santa. Verificaremos como Rublev contribuiu para a consolidação da tipologia do ícone trinitário e a forma que trabalhou os ensinamentos hesicastas em sua obra. Por fim, analisaremos a atualidade e a relevância da tradição hesicasta e sua oração para o terceiro decênio do século XXI.
A hermenêutica e a origem dos faxinais
Neste texto, pretende-se discutir as relações entre a produção do conhecimento histórico e a arte da interpretação, a partir das ponderações feitas por Hans-Georg Gadamer, em Verdade e método. O ponto de vista implica, sumariamente, abraçar a hermenêutica como atitude investigativa e propor-se à superação de alguns artifícios metodológicos de interpretação, tais como a fi lologia1, o psicologismo2 e o contextualismo3. Trata-se, pois, de um estilo em que as interrogações sobre os procedimentos interpretativos são postas em primeiro plano e que se quer estender ao campo da história cultural.
Hermenêutica originalista e sua inquirição histórica
V. 12, N. 02, 2019
Trata do originalismo, método hermenêutico norte-americano de cariz histórico. Objetiva escrutinar sentido original, atendo-se a sua força interpretativa semântica, valendo-se, para tanto, da verificação de sua inquirição histórica como escopo interpretativo-normativo. Propõe o debate político inserido no contexto interpretativo constitucional como mote do desenvolvimento dos métodos hermenêuticos, asseverando que o originalismo se alinha ao espectro conservador. Metodologicamente, vale-se do viés empirista e epistemológico de sua inquirição histórica, para o alcance do sentido original pretendido. Considera que o originalismo possui uma sólida premissa histórica em oposição a interpretações extratextuais. Conclui que o originalismo é uma fonte substancial de interpretação em apego a lei, consolidada pela leitura textual de suas linhas.
Dialética Teológica Rabínica Através da Leitura Hescheliana do Talmud do Midrash
abralic.org.br
importante filósofo do judaísmo de século XX no livro Torá Min Hashamaim Be-Aspaklaria shel Ha-Dorot, voltou sua atenção para a literatura rabínica tradicional. Da leitura hescheliana do Talmud e do Midrash emerge uma visão dialética das correntes teológicas que animaram os debates dos primeiros rabínicos. Heschel identifica a partir de duas escolas de pensamento rabínico dos séculos I e II da era comum a Escola de Rabi Akiva de tendência mística e a Escola de Rabi Ishmael de tendência racionalista os dois grandes paradigmas que tencionaram dialeticamente o pensamento rabínico desde o final da Antiguidade e durante a Idade Média. As duas tendências têm permeado o pensamento rabínico desde então. Heschel tira várias conclusões sobre a relação entre razão e misticismo na experiência religiosa judaica que aprofundam o debate moderno sobre a natureza da experiência religiosa.
Hermenêutica contemporânea e sua aplicação no estudo da Bíblia
Matheus Negri 2 Robério Basílio afirma em seu artigo, A linguística e a hermenêutica bíblica: diálogo e desafios para o intérprete do século 21, que interpretes bíblicos estão fazendo uso de técnicas e abordagens dos métodos hermenêuticos da macrolinguística para o estudo das Sagradas Escrituras. E muitas vezes fazendo uso de suas terminologias de maneira indistinta sem levar em conta seus pressupostos. Em macrolinguística Basílio entende que para uma compreensão correta de um determinado texto não é possível descartar as condições de produção que presidiriam à constituição do enunciado linguístico. Michel Foucault é tido como um grande influente na hermenêutica contemporânea de perspectiva macrolinguística, mais precisamente na análise do discurso. Foucault nasceu em Poitiers em 1926 e morreu em Paris em 1984. Deu aulas na Alemanha, Suécia e Argélia, e
O mito camítico no Islã suaíli em três manuscritos (c. 1890-1913)
V Encontro Discente de História da UFRGS, 2022
Este artigo deriva de minha pesquisa de Mestrado Acadêmico, cujo um dos objetivos visa investigar a presença da narrativa vetero-testamentária da chamada maldição de Cam e Canaã, sua transmissão e circulação nos meios letrados afromuçulmanos da Costa Suaíli, no litoral oeste do Oceano Índico. A análise se dá a partir de traduções de três manuscritos em língua árabe, produzidos entre o final do séc. XIX e início do XX: duas versões do anônimo Kitāb al-Zunūj, além do Kawkab al-Durrīya al-Aḫbār Ifrīqīya, do shaykh Faḍīl Ibn cUmar al-Bawrī (m. 1913), notável de Malindi, no atual Quênia. Tais obras, que se inserem no gênero das crônicas históricas leste-africanas em língua árabe ou cajamī kiswahili, apresentam uma versão islâmica da maldição de Cam (Ḥām) e Canaã (Kancān), associada à descrição de determinadas sociedades bantu da África Oriental, a saber, os Miji Kenda, identificados no corpus textual pelo termo zanj - categoria étnico-geográfica de classificação de populações da África negra, canônica na geografia muçulmana clássica. Por trás desta derrogatória associação, reside o objetivo de seus autores em exaltar a “arabidade” da sociedade litorânea suaíli em detrimento do zanj interiorano, tido por infiel, não-civilizado e, sobretudo, escravizável. O mito camítico, transmitido ao Islã ainda no período medieval como narrativa não-confiável (taḥrif), opera nestas crônicas como um reforço ao status de inferioridade conferido a tais sociedades.
Quais fatores influenciam o surgimento de um reino na Antiguidade? De que modos uma dinastia se consolida no poder? Quais tradições constituem a identidade de um local? E quem delibera estas decisões? Estes e outros questionamentos são alguns dos pontos que orientam a Iniciação Científica "Um " Um mosaico do mundo helenístico: uma análise de alteridade no reino de Pérgamo nos séculos III a. C. e II a. C.", financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e iniciada em setembro de 2020 sob orientação do Prof. Dr. Pedro Paulo Abreu Funari. Tendo o reino de Pérgamo como objeto de estudo, esta IC analisa a Cultura Material deixada pelo reino pergamense e a tradição textual da Antiguidade que o cita. Localizada na região da Mísia, próximo à costa da Jônia, na península da Anatólia (atual Turquia), Pérgamo foi uma cidade-estado governada pela dinastia atálida entre 283 a. C. e 133 a. C. As fontes históricas que embasam esta investigação integram a Staatliche Antikensammlungen (Coleção de Antiguidades dos Museus Estatais de Berlim)-uma das diversas coleções históricas do Patrimônio Cultural Prussiano, declarado como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A Coleção é de natureza diversificada, reunindo fragmentos de complexos arquitetônicos, frisos, mosaicos, estátuas, partes de mobília, cerâmicas e alguns equipamentos militares. Em conjunto aos vestígios arqueológicos, a Tradição Textual da Antiguidade, composta pelos escritos dos historiadores gregos Estrabão, Pausânias, Xenofonte e Políbio, e dos historiadores romanos Apiano e Plutarco, também integra nosso corpus documental. O principal objetivo desta pesquisa é compreender como o reino de Pérgamo se constituiu social e politicamente. A metodologia empregada nesta IC insere-se no campo da História Global, utilizando o paradigma
A FICCIONALIDADE NO ROMANCE HISTÓRICO MACHADIANO
CELLI – COLÓQUIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS, 2007
Kate Hämburger, em A Lógica da Criação Literária, define como ficção a narrativa caracterizada por ser uma falsa enunciação. Nesse sentido, a narrativa em primeira pessoa, por ser, segundo ela, uma enunciação verdadeira, não poderia ser considerada como ficção. O presente estudo faz uma reflexão acerca do que constitui a ficcionalidade em Esaú e Jacó, romance histórico de Machado de Assis, partindo da origem desse gênero, conforme estabelecida por Jacyntho Lins Brandão, em A Invenção do Romance, como sendo o relato histórico, forma de o romance, como ficção, fingir a semelhança com o real. Fingimento que está na origem do conceito mais amplo de ficcionalidade, e que fica evidente através do foco narrativo adotado por Machado no referido romance, no qual a historicidade do narrado é atestada pela posição do narrador como testemunha dos fatos. Esta estratégia faz com que a primeira pessoa seja, aqui, uma intensificação do caráter fictício, não uma negação. Ou seja, uma enunciação duplamente falsa. A intensificação do fictício é conseguida, entre outros recursos, pela criação de um falso prólogo, que estabelece a figura do narrador como personalidade historicamente definida e gera uma conexão com o romance posterior de Machado, Memorial de Aires, no qual o mesmo narrador aparece, então como protagonista. A presença de fatos conhecidos da História nacional é uma forma de a ficção gerar a verossimilhança, procedimento realizado desde a origem do gênero.