Ensaio Sobre a Cegueira: Uma Leitura Sob a Perspectiva Do Marxismo (original) (raw)
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Ensaio sobre a Cegueira e a narrativa fílmica: (Re)Visões de um olhar sobre um mesmo texto
Revista Leitura, 2013
Este artigo faz um estudo do romance Ensaio sobre a cegueira (1995), do escritor português José Saramago, transformado em filme pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles, em 2008, com o título de Blindness, a partir de uma perspectiva crítica interdisciplinar, que propõe uma leitura da tradução/transposição da narrativa ficcional para a narrativa fílmica. O olhar crítico proposto passa pelo diálogo entre as teorias do cinema e da psicanálise, visando a uma compreensão das questões postas no romance e trazidas para o filme, pela via da cultura e de gênero sem, contudo, buscar um enquadramento formal do enfoque analítico numa única teoria ou perspectiva.
Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago: a literatura e o mal
Romance Quaterly, 2020
Representation and problematization of evil are ever-present in Saramago’s entire literary work. Blindness (1995) is the novel in which evil, as the central moral category, is freer from theological implications. In this article, I propose a critical reading of this novel, first and foremost, in light of the philosophical concepts of radical evil (Kant) and the banality of evil (Hannah Arendt). Considering Arendt’s misinterpretation, in my opinion, of the concept of evil, I will compare both notions in order to highlight the importance of Kant’s concept. Not only does Blindness benefit greatly from a reading that takes into account these philosophical principles, but our knowledge, as well as a potential review or a better understanding, of them also benefit from trying to identify and comprehend them in Saramago’s fiction. However, the complexity of the theme of evil and the originality of this novel can only be satisfactorily explained by establishing a dialogue among literature, philosophy and natural science. In particular, a combination of ethology (the biology of behaviour) and, more specifically, human ethology with neuroscience play an essential part in understanding Blindness as an essay on evil.
Sensação e Percepção em Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago
Este trabalho analisa a obra Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago, observando como as personagens utilizam os gradientes sensoriais (visão, audição, olfato, tato e paladar) para a percepção do mundo exterior, bem como recurso utilizado pelo autor para a construção de sentidos no texto literário. Para esta análise, utilizam-se, principalmente, as teorias de Borges Filho (2009; 2007) e Schiffman (2005).
A Desumanidade Humana - Novos Ensaios Sobre a Cegueira
"A Humanidade como Fraternidade permanece no horizonte das utopias. A cada passo em sua direção que damos, para relembrar um célebre dito de Galeano, a utopia dá dez passos para trás. Como se fugisse do abraço. Como se nos quisesse forçar a ser camelos no deserto, em busca de oásis incerto, pelos séculos e milênios. Já são mais de 3 décadas desde que John Lennon imaginou, sentado ao piano branco, que não haveria mais céu nem inferno, apenas uma “brotherhood of man”. Mas ele, que só estava dizendo “dê uma chance à paz”, acabou assassinado. Outro célebre pacifista, que peregrinou de pés descalços por toda a Índia, tentando ensinar a hindus, muçulmanos e sikhs a arte da convivência pacífica e do respeito à multilicidade e à diferença, dizia: “O olho-por-olho vai deixar o mundo todo cego.” A triste verdade é que a cegueira venceu: também Gandhi foi assassinado e seu ideal foi tripudiado pela catástrofe histórica da Partição Índia / Paquistão. Em 1947, o pior dos pesadelos gandhianos se tornou realidade quando estourou a guerra civil entre hindus e muçulmanos. O saldo trágico do conflito: mais de 1 milhão de mortos e mais de 7 milhões de refugiados. Invocar uma canção de Lennon, um dito sábio de Gandhi, um convite à caminhada de Galeano: de que serve isso diante da desumanidade dos assassinos, diante do militarismo brucutu dos tiranos? Cantar sobre a beleza das flores e dos pássaros algum dia já impediu os tanques-de-guerra de marcharem sobre os jardins e de metralharem os sabiás? Clamar para que o valor da vida humana seja respeitado é o bastante para dissuadir os homens de uniforme, armados por seus Estados com licença-para-matar? “A humanidade é desumana”, cantava Renato Russo, que encontrava razões para ser otimista no fato de “que o Sol não nasce pra todos (e só não sabe quem não quer)”. O Sol pode até ser o mesmo, mas é bem diferente vê-lo nascer de uma cobertura de luxo em Ipanema ou Miama, e vê-lo nascer em um campo de refugiados na Palestina. Em Gaza, hoje o Sol ilumina uma pilha de cadáveres, uma multidão de estropiados, um oceano de lágrimas. Às vezes me pergunto se o Sol não tem vergonha de iluminar certas realidades que meus olhos consideram obscenas. Por que ele não protesta e se recusa a nascer? Suspeito que também o Sol seja desumano..."
Cultura Elitista e Cultura De Massa Em Ensaio Sobre a Cegueira
Macabéa - Revista Eletrônica do Netlli, 2020
This article aims a reading on the novel Blindness (1995), by the portuguese writer José Saramago, addressing the relationship between elitist culture and mass culture as one of the paradoxes of postmodernism. The relationship between elitist culture and mass culture is one of the indexes that contributes greatly to the fragmentation of the postmodern narrative. Postmodernist novels use the structure of mass culture to question their paradigms from within. On Blindness, this paradoxical approach is evidenced, in the presence of countless popular sayings, sometimes parodically modified, coexisting with the unusual use of punctuation marks, which requires a more accurate and attentive reading. To engage in such a dialogue, we will use the theoretical studies of Jean-François Lyotard, Fredric Jameson and Andreas Huyssen to discuss postmodernity as a new socio-political-cultural moment, in addition to the works of Linda Hutcheon and Ana Paula Arnaut, presented in opposition to the criticism of Terry Eagleton. It was found that, although addressed separately, the contradictory and paradoxical relationship between elitist culture and popular culture contributes to the fragmentation of the narrative and to the reading of the novel as a postmodernist work. Resumo
Da Escurid�o � Cegueira Da Luz: Ensaios Sobre a Cegueira Em Andr� Carneiro e Jos� Saramago
REVISTA DE LETRAS - JU�ARA
Em 1963, o escritor brasileiro Andr� Carneiro publica seu conto A escurid�o, que traz a hist�ria de um fen�meno que desafia a ci�ncia: toda fonte de luz, natural ou artificial, n�o ilumina mais. Sol, f�sforos, lanternas se mostram in�teis; assim recai sobre a terra uma escurid�o sem precedentes. Mais de trinta anos depois, o escritor portugu�s Jos� Saramago lan�a seu Ensaio sobre a cegueira, romance que traz o drama de um mundo repentinamente afligido por uma epidemia referenciada como �cegueira branca�. Sobre estes semelhantes motes, os autores contempor�neos abrem seus universos ficcionais refletindo sobre a condi��o humana e como a sua natureza � revelada ao ruir das conven��es pol�tico-sociais. O presente artigo tem como objetivo analisar os pontos de converg�ncia e diverg�ncia entre as obras A escurid�o e Ensaio sobre a cegueira, a partir da perspectiva da obra Dial�tica do esclarecimento (1944) de Adorno e Horkheimer, bem como das discuss�es acerca da Fic��o Cient�fica apresen...
Ensaio sobre a Cegueira e Blindness: um diálogo intersemiótico
Este trabalho trata de uma análise literária comparativa entre o romance Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, e sua tradução intersemiótica Blindness, de Fernando Meirelles. Para tanto, como procedimento teórico-metodológico, serão utilizadas teorias semióticas, com enfoque na tríade peirceana, que servirá de base para a interpretação da alegoria da cegueira, além de outros teóricos que possibilitam uma abordagem intercultural mais ampla para uma compreensão do indivíduo moderno representado na trama, a exemplo de Benjamin (1997), Bougnoux (1994), Coelho (2006) e Furtado (2002). Conclui-se que a cegueira metaforiza a dificuldade de um verdadeiro “enxergar” do homem moderno, que, com um modelo de vida apressado, repleto de excessos, incluindo o abuso imagético, a insensibilidade, fortemente demarcados nas grandes cidades, torna-se incapaz de “reparar” o seu entorno; ficando seu “olhar” limitado ao nível de primeiridade. A cegueira branca força-o a “reparar”, a ampliar seu olhar aos níveis de secundidade e terceiridade. Portanto, a cegueira branca emerge como processo de conscientização que culminará na lucidez.
2010
O objetivo deste estudo e ilustrar como a ideologia dominante de um discurso pode ser persuasiva para a mudanca de uma identidade. Para tanto, escolhemos o romance Ensaio sobre a cegueira (1995), de Jose Saramago, a fim de observarmos como a ideologia de um grupo ou sujeito pode tornar-se dominante e determinar identidades suscetiveis a ela, bem como onde a ideologia do outro influencia na identidade do sujeito. Partimos do romance para levantarmos a problematica do mundo moderno onde a identidade do individuo e fragmentada, formando partes de varias outras. Nossos estudos partem da concepcao de que a ideologia, nos dias atuais, e uma grande arma de dominacao, e, para sustentar a investigacao, utilizaremos, por base teorica, o conceito de ideologia apresentado por Volshinov, baseado nos estudos de M. Bakhtin, em A filosofia da linguagem. Observamos a convivencia das pessoas que compoem o grupo principal, na obra, desde o momento em que se inicia a epidemia da cegueira branca. Nosso ...
Ensaio Sobre a Cegueira Jurídica
Atâtôt - Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos da UEG
Neste artigo é trabalhada a hipótese de uma nova fase do Estado de Exceção. O texto é construído sob a forma de ensaio, vez que trata de uma leitura dos golpes que são dados à Constituição e que são produzidos por sujeitos políticos em cotejo com aspectos jurídicos que podem ser colocados como protetores do próprio ordenamento normativo. Há de se observar situações permissivas de exceção e como isso pode afetar o Estado de Direito diante do comportamento de atores políticos. Foi aplicada a metodologia indutiva e a pesquisa do tipo bibliográfica. A conclusão do texto é de que há uma ameaça à normalidade que se desdobra no exercício arbitrário do poder.