Sobre a Construção da Marginalidade no Mesmerismo (original) (raw)
RESUMO O presente trabalho procura destacar alguns processos de ordem sociocultural que contribuíram de maneira significativa para a marginalização do mesmerismo na França. Criticando as perspectivas lineares e progressistas da história da psicologia, o artigo destaca como as instituições sociais francesas, como a Igreja, o Estado e as Academias de Ciência encarnaram o princípio de regulação social diante das diversas ameaças existentes naquela proposta terapêutica, fosse por princípios epistemológicos incompatíveis com a racionalidade dominante, fosse devido a sua associação com movimentos subversivos e com a crítica social ao sistema político vigente. Destaca ainda como que o papel da mulher na sociedade e o componente erótico das relações terapêuticas também oferece subsídios para uma acentuada rejeição do mesmerismo. Conclui, por fim, que como a marginalização desta proposta não se deu especificamente devido a problemas metodológicos, como freqüentemente consta nas referências históricas, torna-se necessária uma nova atitude diante da história da psicologia que possa compreender com mais pertinência as relações da ciência com seus princípios epistemológico e com o contexto sociocultural onde se insere.
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