Vozes periféricas, rimas engajadas no Brasil contemporâneo (original) (raw)
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Vozes perifericas expansao imersao e dialogo na obra dos Racionais MCs
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 2013
O artigo apresenta uma reflexão sobre a obra do grupo de rap paulis-tano Racionais MC's, ressaltando momentos de interlocução entre seus dois últimos álbuns de estúdio: Sobrevivendo no inferno, de 1997, e Nada como um dia após o outro, de 2002. Verificamos nesse percurso discur-sivo a presença de vozes que se entrelaçam e apontam para um discurso coletivizado, buscando a identificação da periferia com a retórica do grupo, mas que apontam também para uma imersão na subjetivi-dade, para a problematização do próprio discurso, atuando como uma forma de depuração da experiência social na favela. Propomos, ainda, que Sobrevivendo no inferno compreende um momento de inflexão no pensamento do quarteto. Desse modo, temas e perspectivas presentes, ainda que embrionariamente, no primeiro álbum analisado, apontam para os dramas que ganham corpo no segundo.
(Des)construindo discursos: a dialética da canção periférica
Este artigo é parte da tese de doutorado da autora, que tem como objeto de pesquisa o discurso da canção de periferia no Brasil, entendendo essa manifestação artístico-musical como forma de veiculação de enunciados concretos nos quais é possível encontrar as vozes ideológicas de sujeitos invisibilizados socialmente que passam a ser representados e a dialogar com sua comunidade e com aqueles que os oprimem por meio da contra-palavra. Trazemos aqui uma das análises realizadas durante nossa pesquisa.
Representações do lugar periférico no cinema contemporâneo brasileiro
Anuario Internacional De Comunicacao Lusofona, 2012
Fora dos grandes polos nacionais, o cinema brasileiro busca muitas vezes, para marcar sua identidade, a representação regionalista. Porém a produção recente de alguns estados tem indicado um caminho diferente: a desconstrução da cultura local e temáticas mais universais. Este trabalho aborda dois desses casos: Pernambuco, com larga tradição de filmes focados na cultura popular e que vem, através da obra de cineastas como Kleber Mendonça Filho, construindo narrativas urbanas cosmopolitas; e o Tocantins, com uma História de pouco mais de duas décadas e escassa definição identitária, mas que igualmente produz um cinema desmitificante e universalista. Para esta discussão, buscamos um caminho eminentemente descritivo, auxiliado pelos conceitos semióticos de objeto dinâmico e imediato para analisar o recorte do lugar geográfico nos filmes, o papel desse recorte na narrativa e como ele contribui para uma mudança no imaginário sobre o Brasil periférico que brota desse audiovisual contemporâneo.
Vozes da terra e «murmúrio do mundo»
Revista de Estudos Literários
A polifonia na ficção de Almeida Faria destaca vozes de proveniência vária, emitidas a partir de espaços geográficos diversos: em solilóquios, na troca epistolar, no discurso dos narradores, elas expandem-se do Alentejo, terra natal do escritor, para o mundo. Esta sede de mundo e consequente diálogo de culturas, culmina na crónica/ficção da sua viagem à Índia, de que são trazidos significativos fragmentos, a reunificar e a clarificar na escrita pós-viagem.
Vozes periféricas: sonoridades e visibilidades em podcasts jornalísticos
Sonoridades Midiáticas: rádio, música e cinema, 2023
Este estudo apresenta a prática do podcasting como parte das estratégias comunicacionais de grupos com expressiva produção audiovisual na região metropolitana de São Paulo (SP). Além de oferecer uma visão geral do significativo crescimento desse setor, o texto aborda podcasts jornalísticos que alcançaram visibilidade durante o primeiro ano da pandemia da covid-19 e que exemplificam diferentes modos de produção sonora de coletivos periféricos. Assim, são destacadas três produções de caráter informativo: Conversa de Portão, podcast do grupo Nós, Mulheres da Periferia; Em Quarentena, da Agência Mural de Jornalismo das Periferias; e Quebra das Ideias, da Periferia em Movimento. Consideram-se suas temáticas, formas de circulação, modos de financiamento e de distribuição, além de linguagens e estilos utilizados.
A modernidade e os imaginários sonoros do Brasil
Comunicacao Midia E Consumo, 2014
Resumo O artigo tem como proposta analisar a importância do rádio na construção de imaginários no Brasil moderno. Discute-se o conceito de imaginário com base em autores como Mix busca-se ampliá-lo incluindo o conceito de imaginários sonoros. Defende-se que a música é elemento marcante na construção de identidades e comunidades imaginadas, especialmente a partir da modernidade, quando passa a ser ouvida pelo rádio e a mesclar elementos culturais globais, nacionais e locais.
As Novas Vozes da Literatura Brasileira Contemporânea
Opiniães
A era da multiplicidade revela a quebra de fronteiras, com diversos meios de comunicação que possibilitam novos suportes para a escrita e a leitura. A produção literária é mais heterogênea, apresentando novas vozes, com mais autoras, autores negros, LBGT, e grupos marginalizados que também buscam seu espaço. Os leitores mostram-se cada vez mais ativos e exigentes, refletindo na rapidez na sucessão dos modismos. Neste cenário no qual a literatura ainda sobrevive, busca-se apontar neste artigo características predominantes na ficção contemporânea brasileira em relação à estética, aos temas abordados, ao discurso e à construção de personagens, de acordo com a leitura de algumas obras lançadas a partir 2016, como O amor dos homens avulsos (Victor Heringer), O tribunal da quinta-feira (Michel Laub), Correr com Rinocerontes (Cristiano Baldi), Ponciá Vicêncio (Conceição Evaristo - reedição), entre outras.
Vozes periféricas em diálogo: política e utopia no podcast Mano a Mano
Culturas Midiáticas, 2023
O artigo busca compreender como vozes sociais ligadas a diferentes posicionamentos semântico-axiológicos/ideológicos(FARACO, 2022) são representadas e orquestradas na tessitura do podcast Mano a Mano, apresentado pelo rapper Mano Brown.Para tanto, recorre à perspectiva de análise dialógicados enunciados desenvolvida por intelectuais ligados ao assim chamado Círculo de Bakhtin (VOLÓCHINOV, 2017; BAKHTIN, 2016), concentrando-se, como ensaio analítico, no sexto episódio da primeira temporada de Mano a Mano, no qual Brown entrevista o vereador Fernando Holiday. O trabalho mostra que a dialogização de vozes ligadas a posicionamentos semântico-axiológicos diversos constitui, além de traço estilístico característico de Mano a Mano, um recurso discursivo por meio do qual os enunciados do podcast acessam debates de importância político-social e estabelecem trocas discursivas em relação ao campo político.