Política e Região: a Bahia da Modernização Conservadora e o primeiro governo estadual de Antonio Carlos Magalhães (original) (raw)

Brasília: entre a Modernização e o Modernismo

Anais Eletrônicos do VII EPHIS Encontro de Pesquisa em História da UFMG: Diálogos Necessários, 2018

Este trabalho pretende apresentar o debate existente em torno da construção da cidade capital Brasília ao final da década de 1950. Brasília possui como seu projeto arquitetônico urbanístico a maior representação da arquitetura modernista brasileira. De autoria de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, este projeto visava a transformação da sociedade brasileira a partir da transformação do cidadão brasiliense que, devido ao caráter coletivista da arquitetura da cidade, seria ele próprio coletivista. Ou seja, Brasília é projetada e anunciada enquanto berço de uma nova sociedade e nova nação. Porém, ao observar os demais projetos de modernização inseridos no grande arco da Modernidade-Iniciado pelas Reformas Haussmann em Paris e finalizado pela Construção de Brasília-percebe-se que a nova cidade-capital mantém em sua estrutura as mesmas lógicas segregantes dos demais projetos de modernização, em especial, dos projetos brasileiros. A Modernidade Brasileira carrega em suas aplicações diversas formas de modernização, estetização e segregação social. As teorias europeias aqui são acomodadas às classes dominantes que delas tiram somente as bases de sustentação para a manutenção de suas próprias políticas. Por isso, a escolha de Brasília como a representação deste local de embate e acomodações de ideias e projetos contraditórios. O modernismo que, partindo da estética e cultura, valoriza o cidadão brasileiro e, a modernização que, partindo das políticas públicas e reformistas, segrega o cidadão brasileiro. Palavras-chave: Modernismo, Modernidade, Urbanidade, Brasília. Abstract: This research objects to present the debate around the construction of the Capital city Brasília at the end of the 1950's. Brasília has the major representation of the modernist Brazilian architecture as its architectonic and urbanistic project. From authorship of Lúcio Costa and Oscar Niemeyer, this project aimed the Brazilian society transformation from the brasiliense citizen transformation, which, due to the city's collectivist architecture, would be itself collectivist. Therefore, Brasília is projected and announced as crib to a new society and to a new nation. However, watching others modernizations projects included into the large archway of Modernity-initiated by Haussmann's reforms in Paris and concluded by the construction of Brasília-it indicates that the new Capital city preserves in its structure the same segregating logic as the others modernization projects, specially, from the Brazilian ones. The Brazilian Modernity carries in its applications several forms of modernization, aestethiczation and social segregation. The European theories are settled to the dominant class that take away the foundation to the maintenance of its own politics. Hence, the choice of Brasília as the representation of this local of strike and accommodation for ideas and contradictory projects. The modernity that, from aesthetic and culture, valorize the Brazilian citizen and, the modernization that, from public and reformist politics, segregates the Brazilian citizen.

A Revalorização Econômica Do Oeste Baiano a Partir Da Expansão Da Agricultura Moderna e O Surgimento De Um Novo Território: O Município De Luís Eduardo Magalhães – Ba

2008

Neste artigo, analisamos o processo de expansao da agricultura moderna nos cerrados baianos, destacando as estrategias de diversos agentes hegemonicos, principalmente o governo em suas tres esferas (federal, estadual e municipal). O objetivo foi de demonstrar como a modificacao do modo de producao, atraves da substituicao da agricultura de subsistencia pelo agronegocio, causou e vem causando impactos acentuados na configuracao territorial da Regiao Oeste da Bahia. Concluimos que as estrategias de planejamento do governo em suas tres instâncias atendiam a uma concepcao de desenvolvimento economicista, obtendo exito no que diz respeito ao aumento do desempenho economico da regiao. No entanto, tem ocasionado uma gritante desigualdade socioeconomica entre os individuos que compoem aquele territorio.

A Construção Do Nacionalismo Em Gonçalves De Magalhães

Litterata: Revista do Centro de Estudos Hélio Simões, 2019

A geração que iniciou o Romantismo no Brasil se organizou com um trabalho artístico e reformador em torno da pátria, sendo responsável por refletir sistematicamente a identidade nacional, preconizando o estudo acerca do Brasil. Tal geração despontava, no início do século XIX, influenciada pelos ideais estéticos revolucionários, surgidos na Alemanha e na França. Mas o romantismo foi, sobretudo, um movimento de transformações político-sociais, que mudaram as relações estruturais mais objetivas do ocidente. Gonçalves de Magalhães, com a obra Suspiros Poéticos e Saudades (1836), deu início ao movimento romântico e a transformação estética. Embora tivesse um espírito conservador, calcado em heranças neoclássicas, foi ele um importante escritor da época, pois consolidou as diretrizes da estética nacionalista: religião, saudosismo, cor local – três aspectos que o leitor encontra em seu livro. O grupo de Magalhães promoveu a revolução estética, criando uma revista -“Niterói” (revista brasil...

A dialética da modernização conservadora e a nova história do Brasil

Dados-revista De Ciencias Sociais - DADOS-REV CIENC SOC, 2002

A passagem das diversas formações sociais para a modernidade tem sido desde sempre um problema a chamar a atenção dos cientistas sociais, consistindo, de resto, em um tema formativo para a própria sociologia. Marx, Weber e Durkheim, assim como a teoria da modernização e as alternativas a ela que a partir do marxismo se apresentaram, todos emprestaram centralidade a essa questão. No Brasil, uma ampla literatura a esse respeito foi articulada, uma vez que, na verdade, ele tem sido crucial para o desenho da própria identidade do país, nesse sentido reproduzindo questão que se põe em coordenadas mais gerais através do mundo. Em particular, a história parecia crucial para que se pudesse dar conta do presente do país, pois a explicação e a correção de seus descaminhos eram percebidas como radicando em uma precisa identificação de seus processos-e tarasformativos. Oliveira Vianna e Nestor Duarte, Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre, Caio Prado Jr. e Raymundo Faoro, entre tantos outros, debruçaram-se, assim, sobre nosso passado colonial e 459 * Agradeço a Luiz Werneck Vianna e a Adalberto Cardoso os comentários sobre versões anteriores deste artigo.

Quando o Brasil era moderno: o Estado antes da crise do Estado

Dois Pontos, 2008

This article proposes and develops an analytical scheme based on historical neo-institutionalism to explain the genesis of State capacities through exclusively political variables. Taking the case of the exponential growth of State power during the Brazilian Estado Novo regime (1937-1945) as my problem, I seek to reflect on the empirical determinants and, as deriving from them, the theoretical criteria that are responsible for accounting for three simultaneous occurrences: decision-making centralization at the head of the Federal Executive, influence of formal government institutions on processes of recruitment and selection of political personnel and unequal sharing of decision-making power among different elite groups. These three processes lie at the base of the building of State authority over society ( sovereignty ) and of the nationalization of structures of domination. They function as a pre-condition for shifting models of economic development during the first half of the 20th century. Through comparisons, these variables may enable us to think about the opposite movement that characterizes the late 20th century, in which given the crisis of the national- developmentalist State there is a resulting erosion of State capacities and constitution of a new economic dependence.

O FEDERALISMO BRASILEIRO E A GESTÃO MUNICIPAL: CONSIDERAÇÕES

LUISA COSTA, 2018

RESUMO Este ensaio tem como objetivo fazer uma breve reflexão a respeito do modelo de Estado Federal e suas características, trazendo contribuições de alguns autores para qualificar o federalismo brasileiro, inclusive no que tange a uma resumida análise histórica. Por fim será introduzida uma discussão focando os municípios e a gestão municipal para o resgate do federalismo brasileiro. Conclui-se que os municípios devem focar na modernização da gestão de forma a auferir uma melhor governabilidade. Federalismo e Federalismo Brasileiro Duas condições conformam o cenário de situação federalista da qual deriva toda federação, conforme Burgess apud Abrucio (2005). A primeira é a existência de heterogeneidades que dividem uma determinada nação, podendo ser de cunho territorial (grande extensão), étnico, socioeconômico, cultural e político. A outra diz respeito à defesa da unidade na diversidade, pela qual se busca resguardar a autonomia local, ao mesmo tempo em que se procura manter a integridade territorial de um país marcado por heterogeneidades (ABRUCIO, 2005). O termo federal é derivado do latim fides (fé, crença), e remete à ideia de pacto, aliança. Surge com a Constituição dos EUA, em 1787 (Convenção da Filadélfia)-federação com propósito inicial de "unir" [come together] 2 (STEPAN, 1999), sendo considerada uma criação institucional recente (TORRES, 2002). Desenhava-se a criação de um modelo institucional com engenharia complexa para organizar uma sociedade sob moldes democráticos em um imenso território geográfico. De acordo com Araújo (2009), a repartição de poderes, tal qual aconteceu nos EUA, aparece como uma das grandes dificuldades enfrentadas pelo federalismo, sendo a Constituição a mediadora e mantenedora em âmbito nacional do pacto federativo por regulamentar e direcionar os conflitos internos e externos.

O Estado De Minas Gerais E Sua Regiões: Um Resgate Histórico Das Principais Propostas Oficiais De Regionalização

Revista Sociedade & Natureza, 2006

Diante da crescente importância das abordagens regionais na geografia contemporânea e da ausência de trabalhos que sintetizem e apreciem as diversas propostas de regionalização em voga no Estado de Minas Gerais, o presente trabalho identifica e discute, à luz das contribuições teóricas sobre conceitos e abordagens regionais clássicos, as diversas regionalizações oficiais do Estado de Minas Gerais, produzidas ao longo das últimas décadas. O artigo inicia com um arrazoado sobre a importância e a evolução das abordagens regionais ao longo da história do pensamento geográfico, enfatizando a sua dimensão metodológica. Num segundo momento, as regionalizações oficiais do Estado de Minas Gerais, produzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Fundação João Pinheiro (FJP) são identificadas, cartografadas e discutidas. Trabalhase com as regiões Fisiográficas, Funcionais, Microrregiões e Mesorregiões do IBGE e com as Regiões para Fins de Planejamento, regiões de Planejamento e Administrativas da FJP.

PRIMEIRA AVALIAÇÃO DO STATUS DE CONSERVAÇÃO DOS MAMÍFEROS DO ESTADO DA BAHIA, BRASIL

Listas de espécies ameaçadas identificam taxa com real ou potencial risco de extinção em uma escala regional e global, embasando a tomada de decisões e a formulação de políticas públicas. A construção da primeira lista estadual de espécies ameaçadas de extinção na Bahia teve início em 2013. Este artigo descreve a avaliação do status de conservação de mamíferos na Bahia e seus principais resultados. A construção da lista ocorreu em três etapas: (1) preparatória, (2) avaliação e (3) final (validação). Uma espécie foi considerada regionalmente extinta, 41 foram incluídas em categorias de ameaça ('Criticamente em Perigo', 'Em Perigo' ou 'Vulnerável') e quatro foram consideradas 'Quase Ameaçadas'. Além disso, 51 espécies foram classificadas como 'Dados Insuficientes'. Perda e fragmentação de habitat, caça e atropelamento