Entre o crochet, o xadrez e o banheirão: cinema, literatura e erotismo através dos textos O menino do Gouveia (1914), La narración de la historia (1959) e No se lo digas a nadie (1994) (original) (raw)
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Revista Antares, 2019
RESUMO Neste trabalho, analiso três textos literários que narram experiências eróticas em cinemas não pornográficos. Para isso, analiso textualidades que atravessam as três fases do cinema: o período de narratividade crescente, o surgimento das grandes salas de exibição e o deslocamento dos cinemas de rua para os shopping centers. Um dos objetivos desse texto também é problematizar a afirmação do pesquisador James Green (GATTI, 2000) que diz serem os cinemas, desde o início do século XX, um lugar de pegação. PALAVRAS-CHAVE Cinema; literatura latino-americana; espaços de pegação. ABSTRACT In this work, I analyze three literary texts that narrate erotic experiences in non-pornographic cinemas. To do this, I analyze textualities that go through the three phases of cinema: the period of increasing narrativity, the emergence of the large exhibition halls and the displacement of the street cinemas for the shopping centers. One of the objectives of this text is also to problematize the affirmation of the researcher James Green (GATTI, 2000) who says that cinemas are crusing spaces, since the beginning of the twentieth century.
Revista Crítica Cultural
Pensar uma erótica da arte literária, o apelo ao corpo no texto, o signo tensor versus o signo semiótico, o desnudamento do literário no corpo exposto de DiadorimDeodorina, o sexo da tartaruga no poema de D.H.Lawrence, a relação da poesia com os espasmos musculares, o gozo pela literatura, a paixão pelos poemas, e o desejo de passar para o lado de lá da ficção.
Exercitar o espírito crítico literário por meio da comparação dos textos teatrais Além do Rio, Medea e Gota D'Água é o objetivo desta tese. A primeira obra foi escrita por Agostinho Olavo, em 1957, e a segunda por Francisco Buarque de Holanda e Paulo Pontes, em 1975. Tratar dos possíveis distanciamentos e aproximações entre elas é, sem dúvida, lidar com a difícil tarefa de compreender o contexto de produção de cada uma, bem como refletir sobre as particularidades da escrita dramática dos seus autores. Somado a isso, a fim de refletir sobre algumas aproximações entre o romance naturalista e o teatro, no Brasil, propomos uma breve comparação dos textos já referidos com O Cortiço, de Aluísio de Azevedo. Nesse percurso, é possível verificar a importância que os estudos de Antonio Candido e Angel Rama representaram para esse trabalho. Em primeiro lugar, ao refletir sobre a formação do sistema literário brasileiro, por meio da relação "dialética de localismo e cosmopolitismo", Candido nos forneceu caminhos para compreendermos como as peças teatrais estão inseridas na tradição de Medeia, iniciada desde a antiguidade grega. Por sua vez, o uruguaio Angel Rama, com o conceito de transculturação, nos trouxe meios pragmáticos para identificarmos como a língua, a estrutura e a cosmovisão das peças teatrais foram pensadas pelos dramaturgos.
In: Maria Esther Maciel;Sabrina Sedlmayer. (Org.). Textos à Flor da Tela. Relações entre Literatura e Cinema. 1ed.Belo Horizonte: Núcleo de Crítica Textual/Faculdade de Letras da UFMG, 2004, v. , p. 23-35. , 2004
No estudo das relações entre literatura e cinema, há uma certa tradição em discutir as especificidades das respectivas linguagens para depois estabelecer discussões que podem variar da questão da adaptação até a intersemioticidade, no esforço de compreender como certas elementos podem ser traduzidos, relidos, reconstruídos num outro suporte. A motivação dessas notas é outra, a de buscar categorias analíticas instauradoras de um espaço entre diferentes expressões artísticas, particulamente no que se refere à construção da subjetividade, do espaço e do tempo, a saber, sensibilidade, personagem-alegórico, imaginário e imagem. O objetivo seria contribuir para "uma estética de interação entre as artes" (SCARPETTA, 1985, p. 20), cada vez mais fundamental para compreender a arte contemporânea. O trânsito entre diferentes expressões, seja através de colaborações entre artistas ou na materialização mesma das obras, desde as artes tradicionais até as produções multidimidiáticas, implica novas exigências para o crítico de arte, não só um conhecimento de diferentes linguagens artísticas, mas sobretudo como responder a problemáticas que ultrapassam de muito o campo de uma especialidade, bem como uma maior mobilidade face a diferentes tradições teóricas, caso ele queira fazer emergir os sentidos culturais dos objetos estéticos, numa perspectiva transdisciplinar.
À memória de Paul Teyssier, meu mestre, que me abriu o mundo vicentino e respeitou e encorajou este olhar diferente.
Noite: escrita, erotismo e desrazão
2020
O liame desta dissertação é a noite, seguindo o movimento das figuras que aparecem nela: escrita, erotismo e desrazão. Partindo de O espaço literário, de Maurice Blanchot, este estudo inicia-se com a análise de duas escritas, pensando-as como um trabalho da noite: a de uma mosca marcando, através da luz refratada, a parede de uma casa em Neauphle-le-Château no livro Escrever, de Marguerite Duras, e a escrita de um desabrigado no conto Primeiro amor, de Samuel Beckett, que escreve o nome Lulu em bostas de novilha com o próprio dedo. O segundo capítulo propõe uma leitura relacionada à transgressão possível no encontro erótico com base no conto Madame Edwarda, de Georges Bataille, que apresenta um narrador e uma puta-deus errando pelas ruas escuras de Paris; para então pensar a filosofia do autor junto ao tema da noite e em diálogo com escritores como Georges Didi-Huberman, Roland Barthes, Novalis e São João da Cruz. No capítulo final, intitulado “Sonhos de Goya”, as possibilidades simbólicas que são construídas na vida onírica dentro da pintura do artista são pensadas junto a uma noite metafórica e literal, que está ligada à loucura da noite da razão.
Interseções entre literatura e cinema em confissões de Ralfo
2011
Este estudo pretende focar-se na capacidade comum da literatura e do cinema em produzir narrativas, pois na dinâmica das formas de narrar dessas duas artes parece haver um intercâmbio que produz renovadas estratégias de narração. Para empreender este estudo, será utilizada uma perspectiva que leva em consideração os meios materiais da narrativa implicados nessas duas artes, dentro da visão teórica das materialidades de comunicação e da intermidialidade, a partir de um diálogo com McLuhan, Gumbrecht, Schmidt e Paesch. Nessa ótica, o sistema literário é pensado em sua inter-relacão histórica com outros sistemas culturais e midiáticos, apropriando-se sempre de novos contornos. A partir desse ponto de vista, é possível afirmar que desde o século XIX a literatura tem sido envolvida pelo contexto das tecnologias audiovisuais, que alcançaram, na contemporaneidade, uma representatividade significativa. Em consequência disso, as fronteiras entre literatura e cinema se diluíram ainda mais, re...
Este trabalho tem como objetivo reler as citações que o psicanalista Jurandir Costa usa na obra A face e o verso: estudos sobre o homoerotismo II, de 1995, com base na definição de clichê proposta por Amossy e Herschberg Pierrot (2003). Ao mencionar diferentes estudos científicos para embasar seu ponto de vista de que a homossexualidade é uma construção da linguagem, Costa também aponta para uma esquematização por repetição do que se entende por gênero, sexo e sexualidade. Com isso, traçamos um paralelo entre esses termos e a definição de clichê, além de entrecruzar esse paralelo com as contribuições da Teoria Queer proposta por Judith Butler.