Educação religiosa e tolerância (original) (raw)
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Ciência, tolerância e estado laico
2008
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo; Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que foi proclamado, como a mais alta aspiração do homem comum, o advento de um mundo em que os seres humanos, livres do medo e da miséria, gozem da liberdade de palavra e da liberdade de crenças […]"
A ESCOLA NUM MUNDO SECULAR E RELIGIOSO: Poderia ser a tolerância uma alternativa
Nossa proposta neste texto é apresentar algumas reflexões ético-filosóficas sobre as tensões e os dilemas que o fenômeno religioso apresenta para a escola hoje. Tais reflexões têm sido possíveis a partir de uma série de leituras, debates e pesquisas empíricas que temos realizado no âmbito do Grupo de Estudos sobre Cotidiano, Educação e Culturas (GECEC/PUC-Rio 1), no qual temos investigado como as questões de gênero, raça, orientação sexual e identidade religiosa afetam o cotidiano escolar. Ainda que nossas pesquisas tenham se focado especialmente em entender como professores e estudantes do ensino médio lidam com estes temas identitários e os relacionam ao processo de ensino e aprendizagem, neste texto, especificamente, trataremos de alguns fundamentos teóricos que vem orientando nossas interpretações sobre o fenômeno religioso na escola. Inicialmente, gostaríamos de lembrar que estudar temas relacionados à religião significa adentrar num campo bastante polêmico, que possibilita diferentes perspectivas e com disputas, muitas vezes, tão acirradas que é preciso um esforço além do habitual para nos manter no foco da argumentação desejada. Neste sentido, consideramos que, no Brasil hoje, a religião tem sido o centro de controvérsias frequentes tanto no campo acadêmico quanto no contexto social mais amplo. Assim, multiplicam-se os embates sobre o ensino religioso nas escolas públicas; a legitimidade ou não da presença de símbolos religiosos para além dos espaços privados; a ação estratégica das chamadas bancadas religiosas (especialmente, evangélicas e católicas) no poder legislativo; a querela entre o discurso moral religioso sobre sexualidade e reprodução humana num forte enfrentamento contra os grupos feministas e os defensores da diversidade sexual; a voracidade
Da Tolerância Religiosa e do Intolerável
Páginas de Filosofia, 2014
Como se sabe, Voltaire é um dos expoentes da defesa da tolerância, sustentando que querer impor aos outros dogmas e opiniões geraria as guerras religiosas. Prestigiando o terceiro centenário de nascimento desse autor (1994), a UNESCO promoveu, em 1995, um debate internacional sobre a tolerância. Ainda que ninguém possa se considerar dono da verdade, haverá ações e situações que a sã razão qualificará como intoleráveis. Concordamos com Voltaire que, devido ao fato de que todos temos fraquezas e erros, "devemos tolerarmo-nos mutuamente". Convém indagar, no entanto, quais os limites da tolerância? Norberto Bobbio, por exemplo, que defendia a tolerância, chegou a inquirir (embora a pergunta já contivesse, ainda que implicitamente, a resposta) se deveríamos ser tolerantes com os intolerantes. Herbert Marcuse é um dos que se posicionavam abertamente contra a "tolerância liberal", e hoje Zizek também, tendo, inclusive, um livro chamado Elogio da Intolerância. Interessa, portanto, perguntar pelos limites do intolerável. Palavras-chave: Exercício da tolerância; Limites do intolerável; Convívio das Religiões. * Uma primeira versão desse texto foi apresentada como comunicação no 26°. Congresso da Soter, realizado de 8 a 11 de julho de 2013, na PUC-Minas, Belo Horizonte. ** Doutorando em Ciência da Religião pela UFJF. Bolsista CNPQ. Professor da Rede Pública Estadual de Pernambuco. Mestre em Ciências da Religião pela UNICAP. Bacharel em Filosofia pela UFPE.
Ensino Religioso: educa��o pr�-ativa para a toler�ncia
2004
Este artigo pretende mostrar como foi desenvolvido o trabalho junto aos professores da rede pública de ensino do Estado de São Paulo para a implantação da disciplina Ensino Religioso, cujo objetivo foi o de desenvolver a tolerância entre as escolas e comunidades através do estudo da História das Religiões como patrimônio cultural da humanidade. Na primeira parte utilizamos as proposições teóricas de Roger Chartier, apresentando a diversidade cultural como uma construção e representação humanas. Na segunda parte, apontamos exemplos acerca da religião como uma construção histórica; também apresentamos atividades para o trabalho em sala de aula com os alunos.
Ensino religioso, tolerância e cidadania na escola pública
Este artigo propõe que a qualidade do Ensino Religioso (ER) não-proselista para a escola pública laica é promover educação para a cidadania plena. Com base numa breve discussão sobre tolerância/intolerância à luz de evidências próprias ao campo religioso brasileiro, propomos articular as noções de violência e cidadania, entendendo-as como valores das sociedades contemporâneas (formulados em consequência do Iluminismo). Interessa-nos o desafio de fazer dessa reflexão político-filosófica que mobiliza evidências da vida social, uma espécie de subsídio pedagógico para o debate em sala de aula, mediado pelo educador do Ensino Religioso, sobre os limites da tolerância e da intolerância.
John Locke: Educação para a tolerância religiosa
Horizontes, 2016
ResumoO pensamento de John Locke (1632-1704) sobre tolerância religiosa encontra-se, especificamente, embora não exclusivamente, em suas Cartas sobre tolerância. O objetivo desta pesquisa teórica é demonstrar a aplicabilidade educacional de alguns dos seus argumentos aduzidos nas referidas obras, em prol do direito de expressão de crença. A história tem demonstrado que a intolerância é algo a que a humanidade, independentemente da época e do lugar, está constantemente sujeita; por isso, a justificativa deste trabalho repousa sobre a necessidade que a educação tem de tratar do respeito pelas escolhas pessoais, no tocante àquilo em que desejam acreditar, uma vez que isso faz parte da sua liberdade individual, a qual, por sua vez, é um direito natural, sob a perspectiva lockeana. Como resultado desta pesquisa teórica ou bibliográfica, tem-se que, conforme o pensamento lockeano, educar para a tolerância religiosa, é algo que tanto se refere ao respeito pela consciência individual quanto...
Caminhos para a promoção da tolerância religiosa
Em pleno século XXI, época em que se caminha para a consolidação de todos os direitos civis, políticos, sociais e humanos, ainda são visíveis traços de intolerância – principalmente a "intolerância religiosa" na qual se tem expressado de modo tão acentuado que levou a ONU a eleger o ano de 1995 como o ano da prática da tolerância. No entanto continuamos imersos em ondas crescentes de violência. Desta forma, a tolerância como proclama a Declaração da ONU, não é somente um princípio ou um valor relevante, mas igualmente uma condição necessária para a paz e para o desenvolvimento econômico e social de todos os povos. É, ao mesmo tempo, um dever de ordem ética e uma necessidade política e jurídica (Artigo 1º). Com tolerância o futuro pode ser aguardado com esperança.
A tolerância como confluência entre o governo laico e a ética religiosa
2012
Resumo O presente artigo aborda a constituicao de uma eticidade propria a religiao no âmbito social a partir da separacao feita por Locke entre as instituicoes juridicas e religiosas. O intuito e mostrar como se originam os abusos do poder politico mediante a confusao entre as fronteiras de ambas as instituicoes, e como a separacao realizada por Locke destes poderes reflete tanto uma defesa dos valores do individuo quanto da comunidade politica, a bem dizer, um ponto de interseccao entre ambos. Deste modo, Locke inclui demandas individuais na constituicao dos direitos publicos que nao se incluem como privilegios e prerrogativas, e que mostra a consolidacao de demandas morais na legalidade, tais como os inscritos nas liberdades individuais e naturais. As Cartas , porem, alem de antecipar uma das preocupacoes fundamentais do Segundo Tratado , o de saber como o poder legitimo degenera em tirania, nos possibilita tambem reconstruir o contexto deste problema e nos aproxima de seu dominio...
Iluminismo e Tolerância Religiosa
Ciência Hoje, 2016
Nas últimas décadas do século 17, na Inglaterra, em meio a um extenso debate em torno à tolerância religiosa, foram esboçados os contornos do secularismo jurídico que fundamenta os Estados modernos: neutralidade confessional das instituições públicas, respeito às convicções religiosas individuais e regulação civil de sua expressão pública. Conhecer os pressupostos históricos específicos dessa fórmula é fundamental para lidarmos com os desafios de respeito à liberdade religiosa e a visões de mundo divergentes lançados no mundo contemporâneo.
Intolerância e tolerância religiosa (Intolerance and religious tolerance)
2018
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