As crenças naturais e a mitigação do ceticismo em Hume (original) (raw)
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Entre o ceticismo e o naturalismo na Filosofia de David Hume
2015
A investigacao tem como proposito desvendar o papel fundamental da nocao de crenca na filosofia de David Hume. Orientada por uma minuciosa analise das duas perspectivas, ceticismo e naturalismo, de interpretacao na obra humeana, de modo a evitar uma posicao reducionista, chegando, assim, a uma verdadeira nocao de crenca, orientado pelo esforco e atencao de acompanhar a dinâmica interna da obra.
O ceticismo antifideísta de Hume
2019
O ceticismo de Hume pode parecer próximo do fideísmo cético em virtude da sua crítica às faculdades humanas envolvidas no conhecimento da verdade e da sua defesa da necessidade de um mecanismo não racional como fundamento das nossas crenças. A diferença entre ambos estaria na identificação da solução para a suspensão do juízo resultante da descoberta da insuficiência da razão para compreender o mundo e guiar a ação: um apontaria para a determinação natural, outro, para a Revelação. Argumento aqui que essa proximidade não é mais do que aparente. A filosofia de Hume constitui-se como antifideísta não apenas por razões prudenciais, práticas ou pragmáticas, mas também pelos seus fundamentos filosóficos. Para mostrá-lo, examino a discussão entre Dêmeas e Filão nos Diálogos sobre a Religião Natural, a investigação sobre a origem da religião na História Natural da Religião e as razões para a recomendação da filo- sofia ante a superstição no Tratado da Natureza Humana.
Ceticismo e naturalismo na filosofia de Hume, Jaimir Conte
Resumo: Este artigo apresenta algumas idéias centrais da teoria do conhecimento de David Hume, em particular sua análise da noção de causalidade. A partir disso, procura contrapor e conciliar a interpretação cética com a interpretação naturalista visando a uma caracterização da fi losofi a humeana.
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia
Neste artigo, a partir das obras Tratado da natureza humana e Investigações sobre o entendimento humano, de Hume, pretendemos discutir como se dá a inserção do ceticismo no pensamento humeano acerca dos limites da razão e na elaboração de uma proposta naturalista para se fazer ciência, buscando nos questionar como ele se relaciona com esse sistema, ao tratar sobre o tema antes dito. Para atingirmos nossos objetivos aqui propostos, iremos primeiramente discutir a proximidade de Hume com o ceticismo acadêmico e seu distanciamento em relação ao ceticismo pirrônico. Depois, veremos como se dá a possibilidade do conhecimento e a função da probabilidade no entendimento humano, segundo o filósofo escocês. Por fim, buscaremos entender como é possível que o naturalismo surja de tal cenário e se mantenha enquanto apresenta uma alternativa à suspensão do juízo ou à afirmações dogmáticas que, segundo o filósofo escocês, em boa parte das vezes, são injustificadas e indemonstráveis. Assim, veremo...
A presente dissertação tem como objetivo mostrar que o ceticismo resultante do Livro I do Tratado da Natureza Humana não pode ser fundado na suposta descoberta, por parte de Hume, de uma oposição entre os princípios que considera fundamentais para a natureza humana. Isso porque a factualidade dessa oposição seria defectiva para a filosofia humeana, uma vez que solapa a distinção entre princípios universais e princípios variáveis, essencial para a distinção entre princípios que devem ser aceitos e que devem ser rejeitados; porque um ceticismo dessa natureza é próprio do fideísmo corrente na Renascença e na Modernidade; e porque a impossibilidade do conhecimento resultante dessa oposição acarretaria na eliminação do estímulo à filosofia. Para negar tal oposição, é preciso afirmar que Hume nega a distinção ontológica entre as qualidades primárias e secundárias, que é a sua raiz. Isso pode ser feito a partir da apreciação da Parte 2 do Livro I do Tratado da Natureza Humana. É também preciso mostrar a possibilidade da existência dos corpos, o que é feito a partir da análise de trechos da Parte 4 do Livro I. Isso feito, uma nova perspectiva sobre a filosofia humeana se apresenta concernindo à natureza do seu ceticismo – um que se constitui pela insegurança – e à relação entre a razão e os instintos naturais – uma relação harmônica, antes que conflituosa.
Resumo: A posição filosófica de Hume não pode ser tomada por um viés reducionista, muito menos sua obra. Os rótulos do ceticismo e do naturalismo percorreram e percorrem seu trabalho através de comentadores do filósofo até hoje. Acredito que a melhor maneira para abordar essa discussão seja investigar o sentido de "crença" para Hume e a maneira como sua visão do que deveria ser o fazer filosófico influenciou sua própria obra. Para isso, serão tratadas aqui, principalmente, as noções de ceticismo teórico e prescritivo de Fogelin e a leitura de Stroud de que Hume veria a filosofia com o objetivo de trazer algum "bem" à vida humana. Também, a partir da leitura direta do Tratado da Natureza Humana, tentaremos vislumbrar o papel fundamental que a noção de crença tem para essa discussão. Dessa forma, voltaremos à tentativa de definir uma posição não reducionista, que comporte ceticismo e naturalismo na obra humeana.
Hume e a crítica à religião natural
2004
Trata-se de apresentar os principais elementos da critica de Hume a religiao natural. Atraves da investigacao levada a cabo nos Dialogos sobre a religiao natural, mostra-se um conjunto de objecoes aos principais argumentos que tem por objetivo fundamentar a religiao por meio de justificativas racionais. Diante de proposito demasiado amplo para a estreiteza de nossa razao, Hume conclui que somente a fe deve ocupar-se com tal assunto. PALAVRAS-CHAVE: Religiao natural; Designio; Razao; Ceticismo; Fe.
Ceticismo quanto a razão em Huet e Hume
2023
A despeito de ser bem menos conhecido atualmente, o problema do ceticismo quanto à razão foi um assunto bastante relevante entre os autores dos séculos XVII e XVIII, da mesma maneira que o ceticismo quanto ao mundo exterior. Nesse sentido, busco apresentar os impactos de Huet sobre a posição de Hume no que concerne ao ceticismo quanto à razão do Tratado da Natureza Humana, particularmente a partir da versão pirrônica elaborada por Huet do argumento cartesiano do “Deus enganador”. Assim, como mostrarei neste trabalho, Hume está correto pelo menos ao associar o argumento cético quanto à razão ao ceticismo pirrônico.
Ceticismo e crença religiosa no Tratado da natureza humana
Kriterion: Revista de Filosofia, 2011
A richard Popkin, devemos uma poderosa visão unificadora do ceticismo consequente ao debate religioso do início da modernidade. na História do Ceticismo, Popkin interpreta a controvérsia que se segue à reforma protestante segundo o modelo da crítica pirrônica antiga aos critérios de certeza dogmáticos. 1 em sua interpretação, assim como a dos antigos, a busca dos modernos acaba no abandono da esperança de jamais se encontrar ou satisfazer um critério. este fracasso faz com que se substitua a razão por uma espécie de fideísmo, que consiste, aqui, no assentimento a crenças que, apesar de racionalmente injustificáveis, provam-se duradouras apesar da, e mesmo em oposição à razão. em seguida, Popkin mostra que a crise pyrrhonienne acaba por extrapolar a esfera religiosa e por moldar a própria filosofia moderna, quando conhecimento degrada-se em crença e, em alguns casos, em "pura fé animal". A coletânea The High Road to Pyrrhonism, ao avaliar o pensamento de Hume, complementa esta visão. Para Popkin, Hume emerge na cena do pensamento filosófico como "único cético vivo" ("only living skeptic") no século XViii-"por um lado, um anacronismo e, por outro, o homem mais
Complexitas – Revista de Filosofia Temática
O presente artigo apresenta como intuito primordial a promoção de uma análise acerca das relações entre o naturalismo filosófico de Hume e a sua oposição ao ceticismo radical, estabelecendo, nesse sentido, uma vinculação entre as teses naturalistas do autor em questão e a sua argumentação em prol do ceticismo moderado. A dissertação, num primeiro momento, abordará sobre os elementos centrais da chamada “geografia mental”, proposta por David Hume na primeira seção de seu livro Investigação sobre o entendimento Humano. Além disso, será destacado o esforço do pensador na utilização do método experimental para a elaboração de uma nova ciência da natureza humana, ressaltando os princípios da natureza humana nas condições de percepção e conhecimento. O texto dissertativo realizará uma elucidação dos principais conceitos do empirismo do autor escocês, tais como: o hábito, a formação da crença, o papel da experiência nas inferências causais e a negação da razão como fundamento do conhecimen...