Ambivalência e medo: faces dos riscos na modernidade (original) (raw)

Risco e modernidade uma nova teoria social?

Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2014

The article discusses the Ulrich Beck’s theory of reflexive modernization, considering its recent expansion with the thesis of a world risk society. Two elements are analyzed: (i) the notion of risk as a sociological category, and (ii) the relationship between the concepts of modernity and reflexivity. As for the first, the article puts under scrutiny the claimed centrality of the concept of risk as a sociological theory and the scope of a sociological theory about risk. In relation to the second, it argues that Beck’s theory has some limitations: the use of mechanical and deterministic causal explanations, such as those of restricting the thematization of risks to highly industrialized societies, as well as essentialist explanations on the relationship between risk and culture. As an alternative approach, using the example of the new technologies, it suggests five assumptions that should guide sociological research on the subject of thematization of risk, which would be applicable to non-European societies. O artigo versa sobre a teoria da modernização reflexiva de Ulrich Beck, considerando a sua recente expansão com a tese de uma sociedade global do risco. Dois elementos são analisados: a noção de risco como categoria sociológica e a relação entre os conceitos de modernidade e de reflexividade. Quanto ao primeiro, levanta-se a questão sobre a reivindicada centralidade do conceito "risco" como categoria sociológica e sobre o alcance de uma teoria sociológica sobre risco. Quanto ao segundo, argumenta-se que a teoria de Beck possui as seguintes limitações: uso de explicações causais mecânicas e deterministas para restringir a discussão a sociedades altamente industrializadas; explicações essencialistas sobre a relação entre risco e cultura. Como alternativa, propõem-se cinco premissas para pesquisas sociológicas que sejam aplicáveis a sociedades não europeias, utilizando-se o exemplo de novas tecnologias.

Modernidade e ambivalência

e muitos outros colegas e amigos. Sou profundamente grato por sua ajuda. A crítica sensível e abrangente de Anthony Giddens teve um papel decisivo na forma final do projeto. Mais uma vez tenho o prazer de agradecer a David Roberts por seu esplêndido trabalho editorial. Para escrever este livro, usei algum material dos meus vários artigos e resenhas publicados em Jewish Quarterly, Marxism Today, Sociological Review, Sociology, Telos e Theory, Culture and Society. Deve-se esperar até o fim da história para captar o assunto na sua precisa totalidade Wilhelm Dilthey O dia em que houver uma leitura do cartão de Oxford, a única e verdadeira leitura, será o fim da história Jacques Derrida Quem não escreve nada além de cartões-postais não terá o problema de Hegel sobre como terminar um livro

O risco na sociedade contemporânea

Revista de Direito Sanitário, 2008

O trabalho trata do risco como um paradoxo que constitui a modernidade da sociedade contemporânea, apresentado como um dado, uma informação objetiva, e que está vinculado a decisões e ações futuras. O presente artigo apresenta também o conceito de segurança, certeza assumida como racional e alternativa ao risco.

A memória do risco na alta modernidade: dos pontos de tensão às controvérsias tecnocientíficas

Caderno Eletronico De Ciencias Sociais, 2014

A memória do risco na alta modernidade: dos pontos de tensão às controvérsias tecnocientíficas * The memory of the risk in high modernity: from stress points to technoscientific controversies Alysson Hubner *¹ Joel Paese *² Resumo: O artigo analisa o problema do risco na alta modernidade a partir do conceito de "memória do risco", no contexto da relação entre "pontos de tensão" e "controvérsias tecnocientíficas". Para isso, investiga-se o caso do risco da gripe aviária e da gripe suína. O artigo está dividido em duas seções. A primeira trata da "sociedade de risco" e como esse conceito permite articular a ideia de pontos de tensão com o debate sobre controvérsias tecnocientíficas. Na segunda, analisa-se de que maneira os pontos de tensão e as controvérsias podem ser entendidos pelo conceito de "memória do risco" na alta modernidade. Conclui-se que as diferentes práticas assumidas frente aos dois riscos analisados são explicadas pela influência da "memória do risco".

Trânsito e risco: consequências da modernidade

REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, 2017

O objetivo este artigo é refletir sobre o risco, dentro do sistema urbano, mais especificamente no trânsito, a partir das reflexões no campo teórico denominado de estruturação, orientadas por Giddens, Beck e Hannigan, entre outros autores. A abordagem refere-se às implicações da sociedade de risco neste ambiente trânsito, como consequência da modernidade, que de forma ambivalente traz as facilidades na mobilidade das pessoas e mercadorias, com a insegurança e o risco no trânsito como elementos constitutivos da vida nas cidades. As percepções de risco além de estarem ligadas a questões de ambiente, cultura e o senso comum dos sujeitos, estão ligadas aos sistemas peritos nos quais confiamos. Para tanto, o texto foi organizado buscando caracterizar a sociedade de risco, o sistema perito, e o risco no trânsito, e por fim, analisar o contexto explicitando em que medida são construídas as nossas condutas arriscadas no trânsito. The purpose of this article is to reflect on the risk, within...

Suor, arranhões e diamantes: as contradições dos riscos na modernidade reflexiva

2019

EnglishThis paper takes adventure racing as a starting point from which to discuss the centrality of risk in contemporary society. It goes on to trace the emergence of risk as a linguistic repertoire for providing meaning in everyday life, its relevance for the structuration of risk management as a strategy for the government of populations and its various transformations in the context of ‘risk society’. In this etymological and historical journey, risk is both a new figure resulting from specific social configuration — reflexive modernity — and a window to the past. It is in this confrontation between cultural permanence and technological innovation that it becomes possible to understand the emergence of contemporary types of risk-adventure that foster modes of adventure that are increasingly equipped with technique and know-how to face the inevitable obstacles of adventure; without needing to refer to metaphors of fatality, fortune or even luck. portuguesTomando como disparador u...

Um nada ‘admirável mundo novo’: medo, risco e vulnerabilidade em tempos de Covid-19

Saúde em Debate

RESUMO Um novo coronavírus, designado inicialmente como 2019-nCoV e pouco depois como Sars- CoV-2, surgiu em Wuhan, China, no final de 2019. Em janeiro de 2020, pelo menos 830 casos haviam sido diagnosticados em diversos países. O Sars-CoV-2 é o terceiro coronavírus a surgir na população humana nas últimas duas décadas – uma emergência que colocou as instituições globais de saúde pública em alerta máximo. Pouco mais de um ano depois, registram-se casos e óbitos na escala dos milhões no mundo, com o Brasil ocupando posição destacada tanto em número de casos quanto de óbitos. A sucessão de eventos desse período recente atualizou questões de grande importância: o esgarçamento civilizacional, a potencialização das vulnerabilidades de toda ordem e os riscos decorrentes. Neste ensaio, propõe-se uma reflexão sobre as consequências sociais da pandemia a partir de uma perspectiva socioantropológica, revisitando temas clássicos da saúde e das ciências sociais, como medo, risco e vulnerabilida...