Liames entre a História, a memória e o testemunho: uma leitura de Meus Verdes Anos, de José Lins do Rego (original) (raw)

Memória e testemunho em Meus Verdes Anos, de José Lins do Rego

Memory and testimony in Meus Verdes Anos by José Lins do Rego, 2022

O objetivo do presente artigo consiste em fazer uma breve análise a respeito das memórias e testemunhos presentes no romance Meus Verdes Anos (2011), de José Lins do Rego. Além disso, pretendemos mostrar como a memória e o testemunho presentes na obra em estudo colaboram para revisitarmos, resgatarmos e remontarmos o quadro de lembranças e memórias de um determinado recorte sócio, histórico, político e cultural que, outrora, em partes, foi relegado ao esquecimento; e com isso, compreendermos com mais clareza os fatos que compõem a História através da Literatura. Como aporte teórico, contamos com as contribuições de Bosi (1994); Farge (2011); Fávero (2001); Halbwachs (1990); Le Goff (1990); Pollak (1992); Ricoeur (2007); Santos (2013); e, Silva (2013). Em conclusão, constamos que, o autor fez da sua obra não somente um repositório de suas memórias e dos seus testemunhos pessoais, configurando o seu romance não apenas como uma escrita de si, mas também, como uma escrita do outro. Palavras-chave: Meus Verdes Anos. Literatura. História. Memória. Testemunho.

Escritas de si, escritas do outro: memória e testemunho em Meus Verdes Anos, de José Lins do Rego

Written about itself, written about another one: memory and testimony in Meus Verdes Anos by José Lins do Rego, 2023

Na perspectiva dos estudos sobre Literatura, História, Memória e Testemunho, o objetivo do presente artigo consiste em fazer uma breve análise a respeito das memórias e testemunhos presentes no romance Meus Verdes Anos (2011 [1956]), de José Lins do Rego. Além disso, pretendemos mostrar como a memória e o testemunho presentes na obra em estudo colaboram para revisitarmos, resgatarmos e remontarmos o quadro de lembranças e memórias de um determinado recorte sócio, histórico, político e cultural que, outrora, em partes, foi relegado ao esquecimento; e com isso, compreendermos com mais clareza os fatos que compõem a História através da Literatura. Metodologicamente, o nosso artigo consiste em uma pesquisa exploratória, de cunho bibliográfico, com uma abordagem de interpretação textual, remetendo-se ao método indutivo; em que fazemos uma leitura interpretativa e crítico-reflexiva da narrativa. Como aporte teórico, contamos com as contribuições de Bosi (1994); Farge (2011); Fávero (2001); Halbwachs (1990); Le Goff (1990); Medeiros (2016); Pollak (1992); Ricoeur (2007); Santos (2013); e, Silva (2013). Em conclusão, constamos que, o autor fez da sua obra não somente um repositório de suas memórias e dos seus testemunhos pessoais, configurando o seu romance não apenas como uma escrita de si, mas também, como uma escrita do outro. Palavras-chave: Meus verdes anos; Literatura; História; Memória; Testemunho.

AURA E RASTROS NAS MEMÓRIAS de José Lins do Rego

2017

E inevitavel, a maneira de Walter Benjamin, nao pensar nos conceitos-imagem de rastro e aura na leitura de Meus verdes anos ( Memorias ), de Jose Lins do Rego. O livro publicado, em 1956, fecha o Ciclo da Cana-de-Acucar, iniciado com Menino de engenho , em 1932, trazendo a memoria de Carlos de Melo, personagem de ficcao, um menino de familia patriarcal, fundada no latifundio, na servidao e na monocultura do acucar. A edicao se esgotou em tres meses, dando folego ao romancista que prosseguiu com a trajetoria do personagem em Doidinho (1933); Bangue (1934); O moleque Ricardo (1935) e Usina (1936).

Notas de crítica literária sobre autobiografia e ficção em Meus verdes anos, de José Lins do Rego

Notes of literary criticism about selfbiography and fiction in Meus verde anos by José Lins do Rego, 2023

O romance autobiográfico Meus verdes anos foi publicado em 1956 pela editora José Olympio, atualmente do Grupo Record, da qual José Lins do Rego fez parte do grupo editorial. De acordo com Alfredo Bosi (1994), a obra faz parte do Movimento Modernista Brasileiro (1922-1978), visto que “a geração de 30 tende, e muito, ao realismo. Porém, não se trata de uma realidade individual de um escritor, mas da realidade social de um grupo marginalizado” (SILVA, 2013, p. 70); sendo a obra reguiana considerada, desse modo, como uma das obras precursoras do Movimento Regionalista. “Assim, pode-se acrescentar a respeito de José Lins: a classificação de regionalista se ajusta a sua obra porque ela tem o caráter de documento, de fixação do comportamento das criaturas marcadas pela situação socioeconômica de certa área, o Nordeste” (LIMA, 1970, p. 304 apud SILVA, 2015, p. 77). Palavras-chave: Meus verdes anos. José Lins do Rego. Literatura Brasileira. Autobiografia. Regionalismo Brasileiro.

A Abordagem Dos Gêneros Discursivos Em Um Livro Didático De Português: Liames Entre Teoria e Prática

Revista do Sell, 2017

Tornou-se consenso entre linguistas e professores, após discussões acirradas em torno do fracasso escolar quanto ao ensino da disciplina de Língua Portuguesa, que a unidade básica de ensino deve ser o texto. Sendo assim, os diversos gêneros discursivos, orais ou escritos, que organizam e concretizam o nosso dizer, devem dar ao texto uma funcionalidade, uma vez que toda manifestação linguística que produzimos é feita por meio de um gênero. Nessa direção, é preciso priorizar uma transposição didática de gêneros que favoreça o desenvolvimento da competência sócio-discursiva do aprendiz, tornando-o capaz de atuar linguisticamente nas mais diversas situações comunicativas. Objetivamos, neste trabalho, investigar se o segundo volume do livro didático de língua portuguesa de Ensino Médio Português vozes do mundo – Literatura, Língua e Produção de Texto, dos autores Maria Tereza Arruda Campos, Lília Santos Abreu-Tardelli, Lucas Sanches Oda e Salete Toledo, dialoga com o que propõem teorias ...

«E perdoe-me a ilustre Grécia e Roma»: sobre história antiga n’Os Lusíadas, de Luís de Camões

A Literatura Clássica ou os Clássicos na Literatura: Presenças Clássicas nas Literaturas de Língua Portuguesa, 2017

Nobre, Ricardo (2017). «“E perdoe-me a ilustre Grécia e Roma”: sobre história antiga n’Os Lusíadas, de Luís de Camões». In A Literatura Clássica ou os Clássicos na Literatura: Presenças Clássicas nas Literaturas de Língua Portuguesa, coord. Cristina Pimentel e Paula Morão. Lisboa: Campo da Comunicação. 39-51.

SÍNTESE LÍRICO-FILOSÓFICA EM HAI KAIS: AOS OLHOS DE OLÍ, DE LÍLIA APARECIDA PEREIRA DA SILVA

"Revista Guará - Linguagem e Literatura" é uma publicação semestral do Mestrado em Letras Literatura e Crítica Literária da PUC Goiás. , 2020

Os haikais de Lília Aparecida Pereira da Silva acentuam a força da arte, da síntese e da poesia. Na maneira de articular os haicais, Lília projeta uma poesia sintética, voltada à nomeação e identificação dos entes e seres, animada pelo sentido de permanência frente à inexorável passagem do tempo e do sentido da arte e da vida, com uma poesia caleidoscópica que modificam as imagens a cada movimento. Assim, na configuração de um fazer poético centrado na síntese e lirismo dos tankas e haicais, observa-se em Lília Silva, uma essência de observação/contemplação da natureza centrados no olhar atento e na construção de poemas-sínteses embasados na força da linguagem sintética e na sintonia de eu/natureza/mundo e de um olhar de contemplação à vida e à natureza. http://seer.pucgoias.edu.br/index.php/guara/article/view/7693 http://seer.pucgoias.edu.br/index.php/guara/article/view/7693/4465

Luís de Camões: o testemunho das cartas

Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, 2014

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Liames entre a formação cultural e a formação acadêmica

Olhares: Revista do Departamento de Educação da Unifesp, 2019

Este artigo é parte integrante da pesquisa de doutorado cujo objetivo foi analisar as relações entre as contribuições da Formação Cultural (Biulding) à Formação Acadêmica no âmbito do Curso de Pedagogia da Universidade Federal Fluminense – UFF, à luz da Teoria Crítica da Sociedade, com ênfase no Componente Curricular de Atividades Culturais. São apresentados elementos referentes às perspectivas da Universidade contemporânea, devido à defesa da ação e do pensamento autônomos do indivíduo e pela influência da Indústria Cultural sobre a formação. Os resultados expressam o potencial cultural da Universidade no enfrentamento da racionalidade instrumental, que tem como projeto a formação aligeirada, reducionista e fragmentada na pseudo tentativa de atender às demandas do mundo do trabalho. Por fim, identificamos as possibilidades da formação à vida e à experiência humana.

Camões e Tartessos: leituras em torno de dois excertos d'os Lusiadas

Luís Vaz de Camões, no poema épico Os Lusíadas, refere os Campos Tartésios (III, 100) e o rio Tarteso (VIII, 29). O objectivo deste artigo é explicar a presença destas referências geográficas no poema, analisando a vida do poeta (e as discussões em torno desta) e a sua relação com o contexto cultural e intelectual no Portugal do século XVI, bem como alguns aspectos da construção deste brilhante testemunho da literatura portuguesa. Após a discussão deste contexto, analisa-se a discussão em torno das fontes clássicas, portuguesas e espanholas que, provavelmente, o autor utilizou para escrever o poema, o que é comparado com as poucas informações que detemos quando tentamos reconstruir a vida do poeta. Neste sentido, é provável que Camões tenha adquirido alguns conhecimentos na Índia e não apenas em Portugal. Conclui-se que as prováveis fontes para Tartessos n'Os Lusíadas são o Dictionarium de A. A. Nebrija e o Libro de Grandezas y cosas memorables de España, de Pedro de Medina, escrito em 1548 (i.e., antes da partida de Camões para a Índia), especialmente o primeiro na versão latina do termo (tartessus/ tartessius). Analisam-se, igualmente, as regras da métrica que, provavelmente, obrigaram o poeta a incluir, n'Os Lusíadas III, 100 e VIII, 29, os termos campos tartésios (uma alternativa a campos de Tarifa) e Tarteso (uma alternativa a Guadalquivir, Bétis e outros sinónimos utilizados no poema). Do ponto de vista historiográfico, Camões não estava interessado neste tema, uma vez que tenta, primeiro, dar ao seu país uma espécie de identidade colectiva e uma mensagem nacionalista (Lusíadas = filhos de Luso). Estas referências levam-nos a incluir Camões na história da recepção de Tartessos na historiografia ibérica.