Doenças e agravos mais prevalentes em uma comunidade indígena em Boa Vista-RR: relato de experiência (original) (raw)

Rastreando doenças crônicas na comunidade indígena

Revista Recien - Revista Científica de Enfermagem, 2021

A hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), sedentarismo e síndrome metabólica afetam a saúde indígena. Este estudo objetivou identificar hipertensos e diabéticos na etnia Xavante, Mato Grosso. A amostra foi de 50 indígenas, caracterizados quanto ao sexo, idade, escolaridade, renda, estado civil e número de filhos. Fez-se a anamnese e avaliação clínica, com antecedentes de DM e/ou HAS, uso de medicações tradicionais ou não. Usaram-se tensiômetro digital de pulso e um glicosímetro capilar. Fez-se a análise com os testes qui-quadrado, Pearson, Kruskal wallis, t de Student, Coeficiente de correlação de Pearson e ANOVA. Um terço dos participantes recebiam até um salário mínimo; 22% eram compatíveis com pré-diabetes e 26% diabéticos; a hipertensão arterial sistêmica esteve em uma média de 122,5 (±14,5) por 79,8 (±9,4) mmHg. Houve relação significativa entre a renda, estado civil, idade e presença de filhos, com os dados clínicos e os aspectos multifatoriais de risco.D...

Deficiências visual, auditiva e motora entre a população indígena no Brasil

Cadernos de Saúde Pública, 2018

O objetivo deste estudo foi descrever a prevalência de deficiências visual, auditiva e motora e estimar a chance de se ter uma das três deficiências, separadamente, segundo grau de severidade, para a população indígena no Brasil. Os dados foram retirados do Censo Demográfico de 2010 coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os métodos utilizados incluem a padronização direta para o cálculo das prevalências e modelos de regressão logística multinomial. Os resultados padronizados mostram que homens e mulheres indígenas apresentam a maior prevalência em cada uma das deficiências examinadas neste trabalho, sendo a única exceção a deficiência visual de grau leve entre as mulheres. Os resultados dos modelos de regressão multinomial mostram uma desvantagem relativa dos povos indígenas em quase todos os tipos de deficiência.

Pobres e Miseráveis? Preconceitos Contra Povos Indígenas na Região do Alto Rio Negro (AM)

Mediações - Revista de Ciências Sociais, 2021

Resumo Nos últimos anos, alguns políticos de três níveis de estados federativos, têm frequentado a região do alto Rio Negro em busca de flexibilizar as políticas de movimentos indígenas quanto à questão de exploração mineral em terras indígenas. Em seus discursos usam os termos preconceituosos como 'mendigos, pobres e miseráveis' em relação aos povos indígenas que vivem em centros urbanos, entornos e nas comunidades dos interiores das terras demarcadas. Como contraponto a estes discursos o artigo busca demostrar que tais termos, assim como os conceitos, não existiam nas línguas nativas da região. O estado de pobreza, mendicidade e miséria não existe nas aldeias indígenas, nem entre aqueles que conseguem se estabelecer profissionalmente nas cidades. Trata-se, no entanto, de uma situação encarada por indígenas que, atraídos pela ideia de terem uma boa vida na cidade, não conseguem superar os inúmeros obstáculos que enfrentam e acabam enfrentando uma situação social e econômica degradante. Palavras-chave: Pobreza. Indígena. Rio Negro. Amazonas. Desenvolvimento. Abstract In recent years, some politicians from three levels of federal states have been frequenting the upper Rio Negro region in an attempt to relax the policies of indigenous movements regarding the question of mineral exploration in indigenous lands. In their speeches, they use the prejudiced terms as poor and miserable in relation to the indigenous peoples who come from communities within the demarcated lands. As a counterpoint to these speeches, this article seeks to demonstrate that such terms, as well as concepts, did not exist in the native languages of the region. The state of poverty and misery does not exist either in indigenous communities nor among those indigenous people who manage to establish themselves professionally in cities. It is, however, a situation faced by indigenous people who are attracted by the idea of having a good life in the city but are unable to overcome the countless obstacles they face and end up facing a degrading social and economic situation.

Morbidade hospitalar indígena Guarani no Sul e Sudeste do Brasil

Revista Brasileira De Epidemiologia, 2010

Estudos sobre morbidade hospitalar em povos indígenas no Brasil são relativamente recentes, restritos quanto à cobertura e carecem de fontes de dados capazes de gerar indicadores por etnia. Esse estudo descreve a morbidade hospitalar indígena na população residente em 83 aldeias Guarani no Sul e Sudeste do Brasil (N = 6.483), a partir de dados primários obtidos em um sistema de vigilância de hospitalizações implantado em 2007/2008, especificamente para um estudo caso-controle sobre infecção respiratória aguda (IRA) em crianças Guarani. No período, ocorreram 666 hospitalizações concentradas em 497 indivíduos, sendo a maioria em < 5 anos (71,9%). As doenças respiratórias foram as principais causas de hospitalização (64,6%), sobretudo em crianças (< 5 anos: 77,6%; < 1 ano: 83,4%), superando as magnitudes das proporções de hospitalização por essas causas em outros grupos indígenas. A taxa de hospitalização (por 100 pessoas-ano) global foi de 8,8, correspondendo a 71,4 em < 1 ano e a 21,0 entre 1 e 4 anos. A taxa de hospitalização por IRA (5,3) superou em 6,5 e 2,0 vezes àquelas por diarréia e por demais causas, enquanto em < 5 anos (IRA = 23,7), essas razões de taxas foram de 7,4 e 5,4, respectivamente. A taxa padronizada de hospitalização Guarani superou as taxas padronizadas das regiões Sul e Sudeste em 40% e 210%, respectivamente. As hospitalizações marcadas por condições sensíveis à atenção primária e a magnitude das IRA indicam que, além de estudos para compreender a epidemiologia das IRA, são necessários investimentos na qualificação da atenção primária à saúde Guarani.

Frequência de anquiloglossia em uma comunidade indígena Brasileira

2010

Frequência de anquiloglossia em uma comunidade indígena brasileira ORIGINAL | ORIGINAL RESUMO Objetivo: Avaliar a prevalência de anquiloglossia na comunidade indígena Umutina, no município de Barra do Bugres (MT), em diversas faixas etárias. Métodos: A amostra foi constituída de 291 índios que se submeteram ao exame clínico. Resultados: A anquiloglossia foi observada em 108 (37,11%) índios. O sexo masculino apresentou maior prevalência, sendo 57 casos (43,8%), enquanto o sexo feminino apresentou 51(31,7%) dos casos. A distribuição da faixa etária foi feita após análise de agrupamento hierárquico, distribuídas em três grupos: 1-20 anos, 21-45 anos e 46-99 anos. Sendo que a anquiloglossia apresentou maior prevalência na faixa etária de 1-20 anos, com 65 casos (40,6%). Conclusão: Verificou-se que, apesar da anquiloglossia se apresentar nas etnias da reserva indígena Umutina com frequência elevada, a mesma não parece ser responsável por alterações associadas à fonação, mastigação, presença de diastema e problemas periodontais, uma vez que essas alterações foram observadas em baixa frequência e não foram motivos de queixas da população. Termos de indexação: freio lingual; língua; população indígena.

Doenças, agravos e eventos de saúde pública de notificação: Resultado do tratamento entre crianças indígenas

Research, Society and Development, 2021

Introdução: A notificação compulsória das doenças, agravos e eventos de saúde pública é essencial para o monitoramento dos casos e efetividade das ações de vigilância em saúde, principalmente, entre as populações vulneráveis. Objetivo: Verificar como a literatura científica tem abordado o resultado de tratamento entre crianças indígenas notificadas com doenças, agravos e eventos de saúde pública. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada a partir da pergunta de pesquisa “Como a literatura científica tem abordado o resultado de tratamento entre crianças indígenas notificadas com doenças, agravos e eventos de saúde pública?”, nas bases de dados LILACS, PubMed (MEDLINE), EMBASE, SCOPUS e Web Of Science. Utilizou-se vocabulário livre e controlado com seus respectivos sinônimos em português, inglês e espanhol, combinados pelos operadores booleanos AND e OR. Foram incluídos estudos completos, nos idiomas supracitados e excluídos artigos duplicados e revisões...

Dificuldades enfrentadas pelos indígenas durante a permanência em uma Casa de Saúde Indígena na região Amazônica/Brasil

Saúde e Sociedade, 2016

Resumo A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASI) foi instituída pelo Ministério da Saúde reestruturando a Atenção Básica à Saúde Indígena, seguindo os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Este estudo visa identificar as dificuldades enfrentadas pelos indígenas durante o período de permanência na Casa de Saúde Indígena (Casai) em Santarém (PA), na região amazônica. Trata-se de um estudo qualitativo exploratório, cuja abordagem ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas, gravadas e transcritas com 15 indígenas de cinco etnias, assistidas pela Casai (Mawayana, Tunayana, Wai-wai, Tiriyó e Katwena), com auxílio de um tradutor que dominava os dialetos. Utilizamos a análise de conteúdo emergindo em categorias temáticas: as dificuldades enfrentadas durante o período de adaptação na Casai/Santarém, o sentimento em deixar a terra indígena e as perspectivas quanto às melhorias no período de permanência. Consideramos que, apesar das crescentes ...

Consequências e agravantes de saúde evidenciados pela COVID-19 em populações indígenas brasileiras: uma revisão integrativa

Research, Society and Development, 2021

Este estudo objetivou realizar uma revisão integrativa acerca dos estudos que identificaram a influência da pandemia na saúde de indígenas brasileiros, a fim de agrupar estas informações e gerar dados pertinentes à uma análise qualitativa. Foram realizadas buscas nas bases de dados Scielo, Pubmed e BVS, utilizando-se os descritores “covid-19”, “indigenous” e “Brazil” conectados pelo operador booleano “AND”. Foram considerados somente artigos científicos publicados nos últimos 05 anos, de acesso gratuito, e cujo conteúdo fosse escrito em língua portuguesa ou inglesa. No total foram encontrados 22 artigos, sendo que 10 deles foram considerados na composição dos resultados. Observou-se que os principais fatores da realidade indígena evidenciados pelo contexto pandêmico estão associados às consequências oriundas do isolamento social (falha no suprimento de alimentos, ameaças de grileiros e migração de centros urbanos para aldeias), a barreiras geográficas (dificuldade de atendimento méd...