FORMAS AFRICANAS DA ESCRITA DE SI (original) (raw)
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Revista Europeia de Estudos Artisticos, 2011
"Journal" * because it links to the visual journals introduced to the pupils in the classes of Visual Education in the contexts of the internship and that of the Master of Teaching of the Visual Arts. The absence of 'visual' in the title preserves the ambiguity of this journal as it simultaneously indicates a space for the dissertation-it was also lived and constructed in a daily basis of an exercise of "writing of the self". In between what was proposed to the classes of the school which hosted the internship, and what happened in the writing process itself, remains only the difference of an institutional formalism. Due to the academic order of discourse and the condition it implies, the writing disclaims the plasticity of other possibilities, while to the pupils this was possible just like any other chance. Nevertheless, and from both sides, the "writing of the self" to see the I, the other and to construct our subjectivities and becoming-others from the known ways of seeing and doing. * "Diário" is translated to "Journal". In Portuguese the word "diário" has both the meanings of a daily record of events and of a private diary. 1 Título de uma obra homónima de Michel Foucault (1992). Trata-se de uma adaptação da noção de cuidado de si originária da Antiguidade grega (epiméleia heautoû), e recuperada e desenvolvida por Foucault no terceiro volume da História da Sexualidade-O Cuidado de Si (1986) e n'A Hermenêutica do Sujeito (2004a). O cuidado de si designa técnicas através das quais os sujeitos se voltam para si mesmos e se analisam e analisam o que está à sua volta. O presente artigo, escrito em co-autoria, reporta-se contextualmente a uma experiência de estágio de Catarina Almeida numa Escola Secundária do Porto no âmbito do Mestrado em Ensino das Artes Visuais no 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário, orientada por Catarina Martins, docente na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. 26 | ALMEIDA, Catarina; ALMEIDA, Martins Resumo "Diário" porque se referem os diários visuais que foram introduzidos aos alunos nas aulas de Educação Visual no contexto de estágio e no âmbito do Mestrado em Ensino das Artes Visuais no 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário. A ausência do 'visual' no título preserva a ambiguidade deste diário ao permitir em simultâneo a presença da tese de mestrado-também esta foi vivida e construída diariamente num exercício de "escrita de si". Entre o que foi proposto às turmas na escola de estágio e aquilo que se fez na escrita, apenas a diferença de um formalismo institucional. Pela condição num lugar e pela ordem académica do discurso, a escrita isenta-se do uso de outras plasticidades, ao passo que para os alunos essa era uma possibilidade como outra qualquer. De ambos os lados a escrita de si para vermos o eu, o outro, e para construirmos as nossas subjectividades e devires outros a partir das visitadas formas de ver e de fazer.
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Por Formas Amefricanas de Autoinscrição
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Escrita de si na escrita epistolar
Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica
Neste dossiê, as autoras e autores tratam de cartas escritas por mulheres e homens, intelectuais e pessoas comuns, poetas, músicos, religiosos, professores, estudantes, jovens e crianças, a maior parte das vezes em um processo que transforma afetos no ato de escrever, de ler o escrito e de escrever de volta ao correspondente outra mensagem. Uma foi produzida em momento doloroso para comunicar a morte, algumas durante deslocamentos por viagem ou imigrações e outras tantas motivadas pelo desejo de estreitar intercâmbio profissional ou em contextos de formação. Temos aqui cartas entre amigos, cartas de amor, cartas entre pais e filhos. Cartas enviadas. Cartas imaginadas. Cartas para desabafar. Cartas para povoar a solidão. Quase todas foram escritas com a intenção de serem lidas somente pelo destinatário, mas há também exemplos daquele tipo que sai da pena com a vocação de ser publicizada em jornais e nas igrejas. As cartas examinadas foram localizadas em arquivos pessoais e familiares...
A ESCRAVIDÃO AFRICANA TRÁFICO NEGREIRO
Povos africanos desterrados e escravizados Na Idade Moderna, Portugal foi o primeiro país da Europa a realizar o comércio de escravos africanos. Isso foi possível porque os portugueses, ao longo dos séculos XV e XVI, dominaram muitas regiões no litoral da África, onde fundaram feitorias. Os conquistadores portugueses estabeleceram alianças com comerciantes e sobera-nos africanos e passaram a fazer tráfico de escravos através do Atlântico. Os primeiros escravos africanos destinaram-se às terras portuguesas na Europa e nas ilhas do oceano Atlântico que pertenciam ao governo português onde já havia sido iniciada a produção de açúcar.
Achile mbembe as formas africanas de auto inscrição
O objetivo do texto é analisar e criticar as diferentes formas com as quais se tentou construir e representar a identidade africana a partir, basicamente, de um discurso nativista, por um lado, e outro instrumentalista, da África e de seu povo. Baseado em uma interpretação crítica dos diversos essencialismos construídos em torno de uma suposta leitura pan-africana e consensual do mundo, o autor alerta para os perigos advindos da busca irrefletida de uma alteridade africana sem o devido reconhecimento das especificidades culturais, políticas e geográficas em África. Tanto o economicismo quanto a metafísica da diferença são historicismos vistos pelo autor como formas fadadas ao fracasso, tendo em vista a pluralidade de signos e contextos com as quais se tentou construir a autodeterminação e a auto-afirmação africanas ao longo do século XX. Palavras-chave: auto-inscrição; auto-afirmação; self; autonomia; imaginário coletivo africano; políticas da africanidade.
A Escrita De Si De Sujeitos Femininos e Sua Diferença Cultural
Pontos de Interrogação — Revista de Crítica Cultural, 2017
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Compreender os significados das representações sobre as viagens construídas em autobiografias escritas por sujeitos nascidos na escravidão, nos Estados Unidos, no século XIX, é o horizonte do presente trabalho. Harriet Jacobs, Amanda Berry Smith, Frederick Douglass, Booker Washington e John Brown, nascidos no cativeiro, fizeram uso da palavra e das viagens, para construir a própria liberdade. O presente estudo situa-se no campo da história da educação e compreende as narrativas de vida como um ego-documento, uma vez que a narrativa e a memória são elementos constituintes da prática de registrar a própria vida. Viajar e escrever foram caminhos da liberdade, no plural
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