Articulações Neoconservadoras Em Torno Dos Gêneros e Das Sexualidades No Plano Municipal De Educação (Pme) De Teixeira De Freitas – Ba (original) (raw)
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Gênero e religião: disputas políticas na construção do Plano Municipal de Educação de Chapecó/SC
Revista Pedagógica
Neste trabalho objetivamos narrar e analisar as disputas políticas travadas entre gênero e religião a partir da denominada “ideologia de gênero” na discussão da proposta do Plano Municipal de Educação (PME) de Chapecó/SC. Para isso, apresentamos algumas razões pelas quais os defensores da “ideologia de gênero” defendem seus posicionamentos relativos as questões de gênero e orientação sexual qualificando estes conceitos como algo destrutivos para a ordem estabelecida. Neste embate foi possível identificar as tensas relações entre gênero e religião no contexto do Estado laico e na incessante busca pela promoção dos direitos humanos. A partir de uma abordagem qualitativa, combinamos pesquisa do tipo bibliográfico com a observação in loco da audiência pública realizada pela Câmara Municipal de Chapecó para debater o PME. Por fim, destacamos a complexidade que estes temas tem atualmente na sociedade, onde diversos grupos travam uma batalha político-ideológica a respeito desta questão, e ...
Diversidade e Educação, 2021
Trata-se de um artigo de pesquisa documental para a retirada dos termos de igualdade de gênero e de orientação sexual do Plano Nacional de Educação – PNE 2014-2024, notadamente na análise dos enunciados de parlamentares. O procedimento metodológico baseou-se em M. Bakhtin e J. Rancière. Nos relatos de Parlamentares contrários foram identificados aspectos relacionados à compreensão essencialista da existência, com argumentos constituídos por meio de uma compreensão biológica e a-histórica, também vinculados às crenças e valores fundamentados nos preceitos religiosos. Nas falas de deputados/as favoráveis os enunciados expressaram a escuta de vozes dos movimentos de Direitos Humanos e o conhecimento das violências presentes no racismo, na homofobia e nas desigualdades de gênero. Constata-se a gravidade dos retrocessos que se configuram no campo político e a importância de debater nos espaços educativos o comprometimento de ações que abordem e implementem na matriz curricular a diversid...
“Ideologia De Gênero” e a Reestruturação Do Plano Municipal De Educação De Curitiba
Revista Prâksis
RESUMOConsiderando o momento político brasileiro atual e o forte enfrentamento aos temas de gênero, sexualidade e diversidade nos planos nacional, estaduais e municipais de educação, este artigo propõe-se a analisar as três principais emendas feitas ao projeto de lei que deu origem ao Plano Municipal de Educação de Curitiba, são elas: a emenda substitutiva que altera a Meta 7, a emenda modificativa que altera a Meta 15, e a emenda modificativa que altera a Meta 25. Além disso, analisa-se um Projeto de Emenda à Lei Orgânica que relaciona as questões de gênero à educação do município. Busca-se, assim, compreender como uma ideia bem específica de família e de seus valores morais passa a caminhar lado a lado com a educação. Nesse sentido, a partir de uma teorização pós-estruturalista, ancorada principalmente em Michel Foucault (1986) e Judith Butler (2013) este artigo demonstra como o gênero, ou uma correspondência única entre sexo-gênero passa a ocupar um papel central no cenário conve...
Gênero nas Políticas Educacionais do Estado da Paraíba: (Des)Continuidades
Revista Latino-americana de Geografia e Genero, 2017
The studies and researches of these last authors are part of our epistemological microscope for carrying out analyzes on the educational policies that provoked the educational reforms in England and unfolded in the world scene. We argue that this perspective of educational policy analysis directs our understanding in political times marked by the expansion of conservatism and fundamentalism. Thus, neglecting the issues inherent in diversity strengthens its invisibility in the educational spaces of education professionals, widening a space for the promotion of conservative thinking.
55.1, 2023
O artigo oferece uma perspectiva sobre a atuação parlamentar municipal a partir da observação da discussão sobre a exclusão de termos como “gênero” e “sexualidade” no Plano Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Este, que poderia ser um fato menor dentro do todo, acaba virando o centro da disputa entre os parlamentares da Câmara Municipal da cidade. Argumento que isso se dá porque tais palavras são carregadas de significados ameaçadores conferidos pelos próprios parlamentares, quando defendem sua visão sobre elas, em embates com outros parlamentares que conferem outros significados aos termos. Desse modo, tais parlamentares e seus apoiadores dão a sua contribuição para o processo de produção de concepções que qualificam, regulam e enquadram corpos, sujeitos e afetos como (in)desejáveis, ainda que isso seja feito apenas pela remoção de uma palavra de uma política pública. Para tal, foi realizada a análise etnográfica dos documentos que registram os trâmites legislativos da discussão, os demais documentos produzidos durante a elaboração da política pública em questão e entrevistas com nterlocutoras fundamentais nesse processo de elaboração. Nesse sentido, procuro destacar nesses fatos e registros o modo como parlamentares do Legislativo municipal desempenham seu papel, produzindo efeitos, discursos e performances na sua atividade parlamentar e levam a cabo os atos administrativos.
Interfaces Científicas - Educação, 2017
Este texto analisa os discursos políticos sobre a chamada “ideologia de gênero” na discussão da proposta do Plano Municipal de Educação (PME) de João Pessoa/PB. A abordagem teórica é influenciada pelos estudos pós-críticos e pós-estruturalistas. A opção metodológica consistiu em abordagem qualitativa dos discursos de quatro vereadores, veiculados nas redes sociais, em um debate televisivo local e durante a sessão de votação do PME na Câmara Municipal, bem como na análise de um panfleto apócrifo intitulado “Você já ouviu falar sobre a ‘ideologia de gênero’?”, distribuído por religiosos/as durante a sessão. Os argumentos utilizados pelos políticos locais – que corroboram posições de políticos federais conservadores, contrários à discussão de gênero e sexualidade na escola, desde o Plano Nacional de Educação (2014) – resultaram na aprovação do PME/JP 2015 suprimindo essa temática. Apenas o eixo de Direitos Humanos aprovado no documento engloba genericamente a superação da discriminação...
Revista Educação e Linguagens
O objetivo deste artigo1 é discutir a fala dos diversos sujeitos, representantes das instituições sociais, que ajudaram a construir a diretriz que regulamenta o ensino da diversidade de gênero no Plano Municipal de Educação de Varginha (MG). A discussão é realizada a partir das gravações, disponibilizadas no Youtube, da audiência pública e da sessão da Câmara dos Vereadores do Município de Varginha em 2015, nas quais foi debatido e aprovado o referido plano. Os dados apontam que as falas dos diversos agentes sociais levaram à proibição da ideologia de gênero nas escolas.
Diretrizes da Educação para as Relações de Gênero na Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte
Apresentamos as Diretrizes da Educação para as Relações de Gênero da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte, coordenada pela equipe do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual da Gerência de Articulação da Política Educacional. Esse material foi concebido e elaborado em conjunto com a assessora contratada pela Secretaria Municipal de Educação, a Professora Doutora Maria Ignez Costa Moreira, sendo composto por textos reflexivos sobre a prática pedagógica no trato cotidiano com as questões de gênero nos espaços de convivência escolar. Nas últimas duas décadas, a discussão de gênero e seus impactos nas relações sociais entre homens e mulheres tem ganhado visibilidade política no Brasil e no mundo. A escola configura-se como um cenário fundamental na busca da equidade de gênero por ser esse um tema de extrema relevância social no campo dos direitos humanos, sendo incorporado, por isso, aos currículos das escolas municipais, bem como às políticas de formação de profissionais da educação. Essa é uma temática que deve ser abordada desde a Educação Infantil, passando por todos os ciclos do Ensino Fundamental até a Educação de Jovens e Adultos. As Diretrizes se configuram como uma ferramenta fundamental para pensarmos a práxis docente no campo dos estudos de gênero face às discussões étnico-raciais, da pessoa com deficiência e da multiplicidade geracional. As Diretrizes pretendem contribuir na construção de políticas públicas de enfrentamento às práticas sexistas e na problematização das assimetrias de gênero presentes nos espaços educacionais. O material está organizado em três partes: 1. Noções e concepções teóricas sobre gênero, direitos humanos e cultura de paz; 2. Sugestões de atividades escolares que problematizam os lugares demarcados pelo binarismo de gênero na escola; e 3. Indicações de materiais de suporte pedagógico para a sala de aula e para a formação docente. Esperamos que as Diretrizes possam propiciar profícuas reflexões sobre o papel da escola e do corpo docente e discente na promoção da equidade de gênero, da cultura de paz e dos direitos humanos no ambiente escolar.
Neoconservadorismo e agenda antigênero em políticas de educação no Brasil
Revista ponto de vista, 2024
RESUMO: O artigo investiga a mobilização da agenda antigênero no campo das políticas da educação básica do Brasil. Em específico, o presente texto tem por objetivo analisar as alterações nas versões da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da etapa do Ensino Médio (EM), em torno da perspectiva de gênero e sexualidade. As sucessivas redações da BNCC foram construídas em meio a uma crise democrática, marcada pela ascensão da extrema direita ao poder e pela aliança entre neoliberalismo e conservadorismo moral, cujos impactos foram sentidos em todo o tecido social. Nesse contexto, a esfera da educação foi palco de disputas acirradas, de propagação de pânico moral e de perseguição a docentes. As recentes reformas da educação básica e a reformulação dos documentos que norteiam o ensino no país expressam em muito a coalizão entre forças neoliberais e neoconservadoras. Observa-se na última versão da BNCC um novo arranjo em torno do papel da família, assim como a supressão dos enfoques sobre gênero e sexualidade nos itinerários formativos de todas as áreas do conhecimento. A pesquisa documental realizada aponta para o predomínio de temas genéricos que não impossibilitam o trabalho docente sobre os marcadores. Em contrapartida, ao não tratarem discursivamente dos enunciados, tais documentos reiteram narrativas morais de silenciamento e reforço da cisheteronormatividade como único modo de se viver as relações de gênero e sexualidade.
Religião e "Ideologia de gênero" no Plano Nacional de Educação (PNE)
2016
O artigo evidencia a influência de entidades e líderes religiosos na elaboração do Plano Municipal de Educação de Campo Mourão, município localizado no centro oeste do estado do Paraná. Busca-se evidenciar as disputas e formas de mobilização da população contra a "ameaça" exercida pelo que determinadas instituições religiosas passaram a denominar "Ideologia de gênero". A análise coloca em questão a presença da religião no espaço público, problematizando os movimentos e disputas políticas que têm sido protagonizados por agentes religiosos, inclusive na esfera da política institucional, em relação aos direitos reprodutivos e sexuais, assim como nas questões de gênero, trazendo repercussões também para o campo da educação. ABSTRACT: This paper discuss the influence of religious entities and leaders in the drafting of the Campo Mourão Municipal Plan of Education, city located in the central west of the state of Paraná. It is aimed to highlight the disputes and paths to mobilize the population against the "threat" exercised by which certain religious institutions are calling "gender ideology". The analysis problematizes the presence of religion in public space, questioning the movements and political disputes that have been protagonized by religious actors, even in the institutional policy sphere, in relation to sexual and reproductive rights, and gender issues, bringing also implications for the field of education.