The Past in the Present: Memories of State Violence in Contemporary Latin America (original) (raw)
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Ciclos históricos da violência na América Latina
São Paulo em Perspectiva, 2004
O trabalho aborda a questão da violência na América Latina dentro de uma perspectiva histórica ampla. Analisa como o ciclo atual orienta-se para a superação democrática da violência, mas a economia de entorpecentes ameaça desvirtuá-lo pela contaminação do tecido moral em construção pelo crime.
Resumo A partir da peça Incêndios, de Wadji Mouawad, dedicamo-nos neste artigo a examinar os problemas que a transmissão de experiências de violência estatal coloca para as relações entre governantes e governados, alterando os contornos da cultura política contemporânea. Temos como pano de fundo as leituras foucaultianas de Édipo-Rei, de Sófocles, na medida em que o autor procura nela os traços de nosso " inconsciente político " no que se refere às relações entre poder, verdade e saber. Passamos à análise da peça de Mouawad, que, em nossa leitura, não apenas dialoga com Sófocles, mas atualiza a encenação dessas relações entre veridicção, aleturgia e poder, ao deslocar (conforme a experiência história do século XX) o lugar do testemunho para o reconhecimento que confirma a dimensão propriamente trágica do drama. Dedicamos atenção, em seguida, a pensar que lugar o testemunho ocupou no interior do quadro das diferentes respostas que cada estado nacional ofereceu ao problema da violência empreendida contra parcelas de sua população, conforme a norma jurídica do genocídio ou de crimes contra a humanidade. A partir da imagem forte oferecida por Mouawad, da infância como faca cravada no pescoço, encerramos nossas reflexões referindo-nos ao momento atual, em que se coloca para nós a tarefa de escutar o silêncio e abrir passagem para uma entrada decidida no agonismo da história – o que altera, sem dúvida, aspectos centrais das relações de governo nas quais nos movemos. Abstract This paper works from Wadji Mouawad's play, Scorched, to examine the problems that the various practices State violence introduce into our political/ cultural scene. I believe that these problems modify the relations between government and the governed on a deep level. I start by referencing Michel Foucault's remarks on Sophocles' Oedipus the King; he has returned to this play several times in his writings to outline some traces of our " political unconscious " when it comes to the relationship between power, truth and knowledge. Mouawad's play not only explicitly enters into dialogue with Oedipus, but updates the staging of these relationships between veridiction, what Foucault refers to as " alethurgy " or " truth-telling, " and power. Mouawad produces this update by displacing the function of witness to the act of recognition which, in Scorched, confirms the properly tragic dimension of the drama. We next pay attention to the position that witnessing, or
Dictatorship of memories in the Latin American Cinemas Contemporary
RESUMO: O objetivo deste artigo é apresentar e analisar algumas obras cinematográficas de uma geração de cineastas latino-americanos que eram crianças durante a ditadura de seus países e que, de diferentes maneiras, trouxeram essas memórias para sua produção cinematográfica.
"A national public memory was constructed during the Government of President Vargas at the same period that Germans, Italians and descendants were settling in the West of the State of Santa Catarina. Through the methodology of Oral History were made interviews with women about their memories of the period, showing a new focus to this issue in history. They remember points that were only in their memories and resting on the marks of their lifetime. As a consequence of the special historical context these ethnic groups could not make visible their ethnic identity, the moment called for a renegotiation of the group’s ethnicity, leaving aside important social and cultural values of their lives. Keywords: public memory, dictatorship, German immigrants and descendants, women. "
Revista Letras Raras
Cá estou novamente em um beco sem saída. Já estive nessa posição quando tinha por volta de quatro anos de idade, nessa época, tempo distante, não presenciei e nem pude ver com meus olhos, mas aconteceu ao lado do meu quarto, na casa em que morávamos eu, minha irmã, meu pai e minha mãe. Uma mulher amanheceu, mas não acordou, estava ensanguentada, ouvimos o tiro, meu pai a viu morta, minha mãe não deixou que nem eu, nem minha irmã víssemos. Apesar de não ver, essa imagem nunca saiu da minha cabeça e, infelizmente, ela vem acontecendo com mais frequência do que eu gostaria, na verdade, queria que nunca tivesse acontecido. Outra vez, agora eu tenho nove anos de idade e minha irmã um ano a menos que eu, estamos voltando da escola sozinhas, como de costume. A escola é perto de casa, outra casa agora, é perto da família do meu pai e perto de uma família parecida com a minha: pai, mãe e duas filhas. É uma rua sem calçamento, sem asfalto, só piçarras e pedras, antes de chegar até nossa casa existe um riacho, temos que atravessar segurando a cerca na lateral. Minha irmã e eu estudamos pela manhã, voltamos às dez e meia neste dia, já avistamos nossa casa, quando a vizinha corre em nossa direção e atrás dela nosso vizinho, seu marido, com uma arma apontada, *
Ditaduras militares na Argentina, Chile e Paraguai: políticas de memória e narrativas do passado
2024
Com o fim das ditaduras militares no Cone Sul, foram criadas políticas de memórias com o propósito de responsabilizar os agentes violadores dos direitos humanos e garantir reparações às vítimas do terrorismo de Estado. Este capítulo tem como objetivo analisar o desenvolvimento de políticas de memórias e de narrativas sobre o passado autoritário na Argentina, no Chile e no Paraguai.