Apresentação - Narrativas biográficas, temporalidades e hermenêutica do sujeito (original) (raw)
Related papers
Sobre temporalidades nas autobiografias de Madame Satã e Jorge Laffond
Revista Iberic@l, 2021
Numéro 19-Printemps 2021 ou a apêndices de uma tradição, caduca, mas que ainda demonstra vigor suficiente para sobreviver, canonizada. Encobertos pelos discursos identitários, o sexo e a sexualidade, afinal, nesses tempos de tanto vigor conservador, parecem ter sido relegados a um segundo plano, em detrimento de identidades ainda necessariamente fixas, ainda urgentemente fixas 4 , apesar de toda literatura nascida e gestada pelo desejo, pelo sexo e pela sexualidade, desde o Cântico dos Cânticos, o Kama Sutra, Satiricon ou o Decameron. Neste dossiê, Iberic@l apresenta um panorama de reflexões necessárias e urgentes, com valiosas recuperações de obras esquecidas e/ou silenciadas, com três contribuições que discutem a autoria, a representação e a sociabilidade lésbica no contexto português e brasileiro, duas que discutem masculinidades dissidentes no contexto brasileiro e argentino, e uma que recupera autobiografias de autores brasileiros trans. Em Por tierras de Portugal com Carmen e Ramón: negociações transibéricas de género 8 Anna M. Klobucka Numéro 19-Printemps 2021 um espaço significativo nas narrativas globais sobre o Modernismo nacional ou transnacional produzidas em Portugal. Sobretudo no que diz respeito aos intercâmbios culturais transnacionais, a esfera das experiências e relações além-fronteiras protagonizadas por mulheres (portuguesas fora de Portugal e estrangeiras em Portugal) encontra-se ainda quase inteiramente por explorar de forma aprofundada e sistemática, de forma comparável às excavações das relações de Unamuno ou Gómez de la Serna com o campo literário e cultural português ou da residência de Almada Negreiros em Madrid 4 .
Breviário de Teoria Narrativa: Temporalidade, Perspectiva, Discurso
Universidade Federal Fluminense, 2021
Nesta Etapa do curso de Teoria da Literatura I, a compreensão dos distintos gêneros e formas da narrativa (romance, conto, novela, filme, telenovela, série, etc.) se articula a partir de três conceitos fundamentais: perspectiva, temporalidade e discurso. Outras categorias importantes para o estudo das narrativas – como enredo (fabulação), personagem, espaço, ideologia – são explicitadas a partir desses conceitos, nas análises dos textos literários. Tais conceitos e categorias se encontram presentes tanto no nível textual das narrativas (em sua forma/estrutura) quanto no nível da recepção/percepção (no ato da leitura).
Hermenêutica dialética das narrativas: uma proposta de análise de biografias
Dossiê: Comunicação e estudos biográficos, 2022
A proposta deste artigo consiste em apresentar uma metodologia de análise de narrativas biográficas a partir da perspectiva hermenêutica de Paul Ricoeur. Intitulada Hermenêutica Dialética das Narrativas, essa abordagem lança uma discussão sobre as interfaces teóricas da Comunicação com a Literatura e a Filosofia. Os resultados apontam para a necessidade de ampliar o horizonte teórico do campo da Comunicação e a constituição de seus objetos, o que os estudos de religião na área têm buscado contribuir.
Narrativas (Auto) Biográficas, Memória e Docência
Cadernos Cajuína, 2019
Este artigo tem por objetivo desenvolver uma reflexão sobre as narrativas (auto) biográficas no âmbito da formação e do desenvolvimento profissional de professores, além da sua aplicação na pesquisa em educação. Para subsidiar a análise, apoiamo-nos em Souza (2008), Passeggi (2010), Josso (2010), Clandinin; Connelly (2015), Oliveira (2011), Morinã (2017), Ferrarotti (2010), Bolívar; Domingo; Fernández (2001), Larrosa (2002), Nóvoa; Finger (2010), Zabalza (2004), dentre outros. Os dados salientam que narrativas potencializam a história de vida de professores, como campo de saber e conhecimento. Logo, a experiência narrada é compreendida pelos interlocutores como um texto vivo, simbólico e autoformativo.
2018
Eternidade, temporalidade e narratividade no livro de Gênesis, na Teogonia e em O Silmarillion: um ensaio comparativo Eternity, temporality and narrativity in the book of Genesis, in Theogony and in The Silmarillion: a comparative essay. Filipe Cambraia do CANTO 1 César Augusto Barcellos GUAZZELLI 2 Cecília Bobsin do CANTO 3 RESUMO: Neste ensaio será empreendida uma análise comparada dos relatos cosmogônicos constituintes do livro de Gênesis, da Teogonia e de O Silmarillion. Isto será realizado através de dois caminhos distintos mas complementares: de um lado, nos debruçaremos sobre as numerosas similitudes narrativas entre estes relatos; de outro, procuraremos percebê-los através das lentes teóricas desenvolvidas por Paul Ricoeur em Tempo e Narrativa, a saber: a do entrecruzamento entre os textos ficcionais e os textos historiográficos e, mais especificamente, pelo momento através do qual, segundo o filósofo francês, as narrativas ficcionais tornam-se quase históricas.
Narrativa e historia de si contadas em análise
Revista Reverso , 2020
Este artigo surge através de questões sobre as fronteiras instáveis entre psicanálise e história. Todos têm alguma questão sobre o valor da vida, a sexualidade e a morte, este é um ponto relevante, pois o que é possível obter como resposta é a narrativa de uma história. A história surge no atendimento clínico: todos têm algum tipo de história cotidiana a narrar. É inevitável contar, mas isso também conduz ao que é inenarrável. A concepção de história que se pesquisa neste artigo é capaz de suportar o equívoco; a história passa a ser algo que comporta o sem sentido, o sem nome, o impossível e a possibilidade de morte. A história também abarca o indizível. É emergência do novo e interrompe o tempo. O que seria uma concepção de história capaz de incluir a psicanálise? Até que ponto se faz necessário aproximar verdade, inconsciente Real e história, e por essas fronteiras se verificar possível reflexão? Por fim, um impasse: a história – apartada e íntima da psicanálise
Abordagem biográfica, trajetória e narrativas
Temáticas, 2023
Este artigo tem como foco observar, pensar e propor um debate acerca da noção de trajetória. Para tanto, foram eleitos dois autores, de campos acadêmiconacionais diferentes, para investigar como a noção se organiza e se corporifica em suas elaborações, a saber: Pierre Bourdieu e Suely Kofes. O aporte metodológico para execução desta composição é eminentemente bibliográfico, tanto em obras dos autores quanto de comentadores. Ainda se traçam as junções e as disjunções entre eles no intuito de entender como a noção de trajetória se compõe metodologicamente para aplicar-se na pesquisa de sujeitos sociais com vistas a escopos mais amplos. Como considerações finais são pontuados alguns alicerces sobre trajetória que podem ser fundamentais para construções e pesquisas posteriores.
História, temporalidade e revelação: breves apontamentos de uma relação
Ensaios Teológicos, 2015
Quando se pensa na ideia de revelação, não é possível dissociá-la de outros conceitos, como história, passado, tempo, entre outros. Ao tratar-se da revelação de Deus ao ser humano, tem-se em mente um determinado conceito de tempo, espaço e meios para se interpretar essa revelação. Durante séculos a teologia cristã pensou a revelação a partir de conceitos históricos e temporais específicos, que se perpetuaram no pensamento ocidental mesmo com o advento do racionalismo moderno. No entanto, tais conceitos se modificaram no decorrer do desenvolvimento da filosofia. A ideia de uma revelação de Deus na história humana também foi alvo de mudanças e conflitos. Devido à impossibilidade de se pensar a teologia fora desse contexto de mudanças, o presente artigo busca analisar como a revelação de Deus na história e no tempo foi e tem sido pensada, a partir das transformações do pensamento histórico. Para isso o artigo segue por dois caminhos: o primeiro trata a relação da ciência histórica com a teologia, desde suas origens até o início de seus conflitos a partir da Modernidade. O segundo caminho procura, a partir da teologia contemporânea, apontar para uma teologia da revelação preocupada em retomar o diálogo com o pensamento histórico, seus problemas, desafios e possibilidades.