Sexo, desejo e identidades (original) (raw)

Identidade e sexo

Revista de Arqueologia, 2017

Este artigo apresenta reflexões sobre o modo como o gênero foi figurado na iconografia Moche. Além de representações de homens e mulheres, também foram identificados personagens – denominados aqui de seres não humanos – que não correspondiam a estes padrões tradicionais. À luz do conceito do perspectivismo ameríndio de Eduardo Viveiros de Castro (1996, 2002), estes seres puderam ser posicionados adequadamente na discussão atual sobre identidade de gênero. Nesse sentido, é fundamental entender o corpo a partir da capacidade da transformação (metamorfose) como um espaço de perspectivas, já que, nesta iconografia, a corporalidade é expressa de amplas maneiras. Um dos objetivos deste estudo, portanto, foi compreender essas novas formas de ser e repensar os tradicionais padrões fixos de gênero.

Sexo e Fascínio pela morte

Resumo : Este estudo se propõe a analisar a abordagem erótica utilizada pelo cineasta David Cronenberg em Crash -Prazeres estranhos, fazendo um aparato sobre o sexo e a morte e suas relações históricas. Essa análise é feita através de pesquisas bibliográficas quanto as semelhanças entre a morte e o sexo e a erotização da morte enquanto produto audiovisual. Palavras chaves: Sexo, morte, erotização da morte e audiovisual Abstract: This study aims to analyze the approach used by erotic filmmaker David Cronenberg in Crash -Pleasures strangers, making an apparatus about sex and death and their historical relations. This analysis is done through literature searches as the similarities between death and sex and eroticism of death while audiovisual product.

Jovens produzindo identidades sexuais

2009

A seção final do artigo considera as implicações que tais entendimentos podem ter para práticas profissionais. Elas indicam que os praticantes, por exemplo, de profissões de cuidado, ensino ou assistência médica estão direta e ativamente envolvidos na construção da identidade de seus jovens clientes, alunos ou pacientes ao mesmo tempo em que constroem suas próprias identidades profissionais.

Sexo, desejo e amor no contexto de relações amorosas homossexuais e heterossexuais

No âmbito de minha tese de doutoramento acerca do amor no contexto de parcerias amorosas homo e heterossexuais, tive oportunidade de entrevistar dez pares e de com eles conversar sobre o desejo sexual e o sexo, e fazer emergir através de suas falas, questões que dizem respeito ao significado e importância da prática sexual e o lugar que ela ocupa no contexto amoroso, o que implicou em abordar aspectos como a intensidade com que o sexo é praticado e sua relação com o tempo de relacionamento, a relação sexo/prazer, as mudanças que se dão com o passar do tempo, as insatisfações e as queixas dos parceiros diante da redução da atividade sexual resultante da durabilidade do relacionamento e a resignificação que vai sendo conferida a este elemento que é tido pelas diferentes parcerias como fundamental na vida a dois, aspectos estes que traga à tona no bojo desta apresentação.

Identidade e Subjetividade Lesbica mono graduação

Universidade Federal Paraná, 2010

À luz dos conceitos da Psicologia Sócio-Histórica e das noções de um sujeito mediado pelos signos sociais, produto e produtor de suas condições materiais, busca-se entender como se produzem os significados sobre as existências lésbicas e como isso organiza a articulação das identidades lésbicas enquanto subjetividades produzidas em um contexto de dominação masculina. Partindo do método materialista histórico-dialético, foram realizadas entrevistas com esta população de modo a melhor compreender como se dá a construção de suas subjetividades. Às entrevistas seguiu-se a transcrição e reflexão sobre os conteúdos discursivos colhidos nas falas, por meio de construções de categorias como Processo Identitário, Heteronormatividade, Relacionamentos Sociais, sendo refletidas também junto à literatura feminista e dos estudos de gênero. Entendeu-se que as identidades lésbicas são construídas enquanto estratégias subjetivas e coletivas de resistência e de organização de sentidos alternativos às lógicas heterocentradas, e que a invisibilidade é resultante das violências e ameaças das quais são alvos, por suas existências representarem uma lógica contra-hegemônica ameaçadora para a ordem heterossexista. Palavras-chaves: Lésbicas; Invisibilidade; Subjetividade; Identidade; Heteronormatividade; Violência; Gênero.

A "QUESTÃO FEMININA" E UMA QUESTÃO FEMINISTA: IDENTIDADE

Cadernos de Ética e Filosofia Política, 2020

Resumo: Trata-se de pensar como uma questão tradicional na História da Filosofia ocidental reaparece como problema nos estudos de gênero: a identidade. A maneira como a Filosofia constituiu, desde Descartes, o sujeito e a identidade do sujeito implica a exclusão de outros sujeitos possíveis, que passam a ser desumanizados e considerados como o "Outro". Para pensar essa relação entre um sujeito e muitos outros excluídos desse lugar, recuperamos algumas reflexões de J. Butler, A. Mbembe, Paul Preciado, G. Spivak e Denise Ferreira da Silva. Palavras-chave: Identidade-Gênero-Sujeito-Outro − Feminismos I. Identidade e corpo A filosofia ocidental é atravessada pela questão da identidade. Franklin Leopoldo e Silva explica que o pensamento ocidental sempre privilegiou alguns modos de pensar em detrimento de outros, constituindo um estilo, "a nossa lógica" 2 , afirma ele, que governa nosso modo de pensar. Nessa lógica, foi dado privilégio ao conceito de identidade em detrimento da diferença: queremos que as coisas mudem muito pouco ou que as mudanças não signifiquem uma mudança essencial, de maneira que as coisas possam ser identificadas. Isso se dá porque a diferença completa significaria oposição e escolhemos viver num mundo "estável". Essa identidade não vale apenas para as coisas, mas também para as pessoas: permaneço a mesma ao longo das mudanças vividas temporalmente. Somente no início do século XX (sobretudo com G. Deleuze), aponta Franklin Leopoldo e Silva, essa categoria foi submetida a uma revisão crítica e o privilégio da identidade sobre a diferença foi questionado, mostrando-se que essa identidade não está presente nas coisas mesmas, mas existe porque nos é cômodo pensar assim. As teorias feministas contemporâneas também vão se debruçar sobre a questão da identidade, sobretudo para criticá-la-no mínimo, podemos dizer, o conceito "mulher", enquanto se pretende universal, na verdade é um conceito excludente de grupos variados.

Fissuras na representação da sexualidade feminina: Desejo e Repressão

2019

Fissuras na representação da sexualidade feminina: Desejo e Repressão Autora: Virgínia Jangrossi Resumo: Através do estudo de duas personagens femininas do seriado (Shonda Rhimes, ABC, 2005), visa-se analisar o modo como a série representa a objetificação do olhar masculino e a expressão dos desejos e impulsos sexuais das mulheres. Ao observar se essas mulheres sofrem algum tipo de punição ou culpa, objetiva-se avaliar se, historicamente, a série traz avanços na representação ativa do desejo feminino ou se mantém uma perspectiva conservadora. Palavras-chave: Melodrama, feminismo, representação das mulheres, sexualidade, repressão. Abstract: Through the analysis of two female characters from ABC, 2005) this article has two main goals: to analyze how the series portrays female objectification throughout the male gaze, and also how female desire and sexuality is shown. While observing if these women are somehow punished or repressed, this article intends to reveal if the series represents the female desire in a progressive or in a conservative way.

Sobre roupas e identidades

Tríade - Revista de Comunicação, Cultura e Mídia

Em seu documentário ‘Identidade de nós mesmos’ (Alemanha-França, 1989), o diretor Wim Wenders se vê confrontado com o processo criativo de um outro artista - o estilista Johji Yamamoto -, com uma outra arte - a moda - e com uma outra cultura - a japonesa. A partir deste Outro tão flagrante, Wenders é instigado a repensar questões relativas à própria identidade da sua arte e de si mesmo como artista. ‘O que seria isto, identidade?’, ele se pergunta na abertura do filme, fazendo emergir neste contexto a questão do autor. É a partir dessa questão que este estudo se desdobra, retomando as discussões sobre a autoria no campo do cinema, em torno da chamada politique des auteurs, e da literatura, em torno das ideias de Michel Foucault e Roland Barthes, e procurando ver como elas reverberam nas questões postas por Wenders em seu filme.