A Questão do Argumento Anselmiano (original) (raw)
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O Argumento Anselmiano: um argumento ontológico?
Revista Ágora Filosófica. Revista Semestral do Departamento de Filosofia da Universidade Católica de Pernambuco 2, 2001
This essay deals with the question whether the anselmian argumento of the Proslogion is or is not an ontological argument. For this purpose, it convenes the position of G. E. M. Anscombe, who maintains that the anselmian argument is not an ontological argument, in the light of a personal interpretation of the text. However she has a pejorative idea about ontological arguments, which became current after Kant. As an alternative to the anscombian position, this essay assumes a non kantian idea about the property of ontological and sustains that the argument of the Proslogion is an ontological argument, according to the nature of its principles.
Leonel RIBEIRO DOS SANTOS (Coord.), Kant: Posteridade e Actualidade. Colóquio Internacional, Lisboa, CFUL, 2006, pp.151-162., 2006
É lugar comum reconhecer, em Anselmo, o fundador da tradição do argumento ontológico, não obstante os sempre admissíveis antecedentes dos fundadores; e, em Kant, o mais decisivo dos seus críticos. É lugar comum entender o argumento anselmiano como uma inferência imediata da existência de Deus a partir do seu conceito, e a crítica kantiana, como a refutação que tornou definitivamente ilegítima essa inferência.
O Argumento Anselmiano entre Continuadores e Críticos
Maria Leonor L.O. XAVIER (Coord.), A Questão de Deus. História e Crítica I, Sintra, Zéfiro / FCT / CFUL, 2008, pp.269-326., 2008
Se houve filósofos que fizeram da existência de Deus uma questão filosófica de primeiro plano, Anselmo encontra-se na primeira linha desses filósofos. A questão impõe-se, não por insuficiência da fé do crente, mas por exigência de uma fé racional, como almejava ser a fé de Anselmo. O seu esforço especulativo de argumentação a favor da existência de Deus desenvolve-se nos seus dois primeiros escritos de índole filosófico-teológica: Monologion e Proslogion. No primeiro, o autor argumenta a favor da existência de Deus, como bem supremo, como grandeza suprema, como ente supremo e como natureza suprema: são as quatro vias anselmianas do Monologion. No segundo, o autor argumenta a favor da existência real e necessária de Deus, como algo maior do que o qual nada possa ser pensado: é a quinta via anselmiana, ou o argumento único do Proslogion. / FCT / CFUL, 2008, pp.269-326.
João Duns Escoto e o Argumento Anselmiano
Luis Alberto DE BONI (Org.), João Duns Scotus (1308-2008). Homenagem de scotistas lusófonos, Porto Alegre / Bragança Paulista, ediPUCRS / EST Edições / Universidade São Francisco, 2008, pp.156-174.
This study about John Duns Scotus and Anselm is divided in two main points: the first one concerns the question of the possibility of an a priori knowledge of God’existence; the second one considers the scotist interpretation of the ratio Anselmi (Proslogion 2). To the question firstly discussed, the answer of Doctor Subtilis is no, on the basis of the composition of distinct concepts of God, such as the anselmian concept of the supreme cogitable. Therefore the ratio Anselmi is taken by Scotus as an a posteriori argument for the existence of the supreme cogitable, as an infinite being. We think that Anselm would not dissent from this view. However the scotist interpretation assumes some other features which seem to us to be more scotist than anselmian.
Do Pensável e do Impensável na filosofia do Argumento Anselmiano
Revista Portuguesa De Filosofia, 2008
Resumo: Um dos mais apelativos legados da tradição filosófica ocidental, o argumento ontológico, é aqui retomado com base na sua versão inaugural, a de Proslogion 2-3, de Anselmo de Cantuária. Este artigo representa um momento culminante de um processo de reflexão pessoal e de revisão continuada da compreensão do argumento anselmiano por parte da autora. Há, por isso, aqui um testemunho de auto-crítica e a definição clara de uma linha interpretativa, que não evita recusar orientações tradicionalmente dominantes na interpretação do argumento de Anselmo. Uma dessas orientações é a admissão de que a noção anselmiana de Deus, em Proslogion 2-3, é um conceito a priori. Ao contrário, defende este estudo, através da análise do processo de construção dessa noção, que a mesma não pode ser classificada, nos termos da filosofia de Kant, senão como uma noção a posteriori. Outra dessas orientações é a concessão do primado da essência sobre a existência na filosofia do argumento anselmiano. Ao contrário, defende este estudo, o primado da existência na elaboração do argumento anselmiano do Proslogion, através da consideração quer do sentido da distinção entre essência e existência quer do teor metafísico dos princípios que operam no argumento.
Tomás de Aquino e o argumento anselmiano
Aquinate. Revista Eletrônica de Estudos Tomistas 5, 2007
In this paper we sustain that Anselm’s argument of Proslogion is not simple, but complex. There are two main components of its complexity: the anselmian name of God, proposed in Proslogion 2; and the two metaphysical principles, that justify the steps of the argument, respectively, in Proslogion 2 and 3. According to our version of Anselm’s argument, there is not also a simple opposition between Anselm and Thomas Aquinas, in the tradition of the proofs for the existence of God. In Aquinas’ critical point of view upon Anselm, we have emphasised the discrepancy between the description and the refutation of the reasons of Proslogion 2 and 3. In the alternative proposal of Aquinas’ five ways, we have discerned some affinities with Anselm’s legacy.
A Prova Anselmiana, segundo Karl Barth
Philosophica 5, 1995
Karl Barth est un auteur saillant dans la tradition de la preuve anselmienne du Proslogion au XXème siècle. II interprète cette preuve à l'intérieur d'un programme théologique qui prétend à la totale séparation par rapport à la philosophie, en déployant une raison propre à foi. La preuve anselmienne, devenue une pièce de théologie séparée, doit se trouver à I'abri de toutes Ie réfutations philosophiques. Toutefois, l'interprétation strictement théologique de la preuve selon Barth ne se trouve pas, elle même, à I'abri de conditions philosophiques. Rendre à I'évidence ces conditions au profit d'une lecture ontologiquement intégrée de la preuve anselmienne a été Ie but de cette étude.
Guilherme de Ockham e o Argumento Anselmiano via Escoto
Philosophica, 34 (Lisboa, 2009), pp.309-332., 2009
Admitting that God is humanly knowable, not in himself, but in concept, William of Ockham examines accurately the nature of our concepts about God. We find here the remaking of anselmian elements, like the attachment and the detachment between the concepts of supreme and insuperable. Then considering the concepts involved in the proposition “God exists”, the Franciscan philosopher takes position for its demonstrability. Within his position takes place the reception of the anselmian argument, which is called the “ratio Anselmi”, in the wake of John Duns Scotus. As a matter of fact, it is through the Doctor Subtilis that the philosopher of Ockham revisitates critically the most well known bequest of the Doctor Magnificus. Duns Scotus had assumed the ratio Anselmi of Proslogion 2, as an argument for God’s infinity. William is an incisive critic of the scotist ways of demonstration of God’s infinity, but he does not exclude completely the possibility of demonstrating the existence of a finite insuperable, in the wake of the scotist interpretation of the ratio Anselmi.
The aim of this paper is to understand, through the reading of chapter II of the Proslogion, some of the text’s movements, as the relationship of faith, the name of God and the superiority of the thing.
Sobre o argumento de Anselmo e o que não se pode pensar
DoisPontos, 2021
Resumo: Nesse artigo, mostraremos que, no argumento de Anselmo de Cantuária, "aquilo em relação ao qual nada maior pode ser pensado", antes que uma definição, é a significação do próprio nome de Deus. Segundo esse argumento, ao não se dar ao trabalho, exigido pelo caráter apofático do nome divino, de praticar a ascese necessária para adentrar a própria mente e afastá-la de tudo mais que não Deus, o insipiens abdica da racionalidade do pensamento. Assim, sem dar a devida atenção ao fato de que essa discussão de Anselmo é proposta no formato de uma quaestio medieval, os comentários posteriores, e especialmente os contemporâneos, acabam não mostrando que, ali, Anselmo, inspirado em Agostinho, desenvolveu o que, para ele mesmo, era propositalmente um programa filosófico: afastar-se do sensível a fim de se voltar para o inteligível, "lugar natural da contemplação da verdade".