Política das ocupações: emergências da juventude auto-organizada (original) (raw)

Trajetórias inseguras, autonomização incerta: os jovens eo trabalho em mercados sob intensas transições ocupacionais

2006

* Este texto deve muito ao clima alegre de intenso e rigoroso diálogo interdisciplinar propiciado por Ana Amélia Camarano, que pacientemente coordenou os esforços desta publicação. Os meus acertos interpretativos certamente refletem os bons fluidos intelectuais que circulavam em nossas reuniões no Ipea; eles expressam também o diálogo constante com os diferentes membros da minha equipe de pesquisa no onde está sediado. Devo registrar agradecimento muito especial ao apoio de Paulo Henrique da Silva, Marcus Farbelow e Jonas Bicev, decisivo para a preparação dos dados. Por certo, todos os argumentos de alto risco e os equívocos porventura remanescentes são de minha solitária responsabilidade. Cap06.pmd 24/11/2006, 15:01 171 1. Trata-se do survey retrospectivo Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) -Mobilidade Ocupacional levado a campo pelo CEM, envolvendo USP, Cebrap e Fundação Seade, e com apoio da Fapesp/Programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid), que será descrito em maior detalhe adiante. Cap06.pmd 24/11/2006, 15:01 173 2. Em outra oportunidade (GUIMARÃES, 2005) tratei mais sistematicamente do tema, aqui apenas introdutoriamente colocado. Cap06.pmd 24/11/2006, 15:01 174

Jovens, Violência Fatal, Superposição de Carências e Mercado de Trabalho

O homicídio, principalmente o homicídio de jovens cresce onde os fatores de proteção, parecem mais escassos (Cardia, Adorno e Poleto, 2003). Isto foi o que demonstrou a análise da relação entre as taxas de homicídio por 100.000 habitantes, dos 96 distritos censitários do Município de São Paulo, e uma série de 12 variáveis, que indicam o grau de acesso a alguns direitos: saúde, emprego, habitação decente, saneamento básico, escolaridade, e renda ao longo da década dos anos 1990. As taxas de homicídio são maiores naqueles distritos onde ocorre uma superposição de carências, combinada com grande concentração de população jovem, aquele grupo da população que, em geral, é mais vulnerável a se envolver em situações de violência.

Algumas notas sobre juventude e emprego em Portugal

A Al lg gu um ma as s n no ot ta as s s so ob br re e j ju uv ve en nt tu ud de e e e e em mp pr re eg go o e em m P Po or rt tu ug ga al l Pretendemos neste breve ensaio abordar os processos de construção da relação com o trabalho e o emprego por parte dos jovens, aos quais se associa uma dicotomia de base que os distingue, referimo-nos ao facto de, para alguns, serem processos projectados no futuro dado que são estudantes, enquanto para outros são processos que reflectem uma inserção mais ou menos prolongada no mundo do trabalho.

Estado neoliberal e juventudes

Brazilian Journal of Development, 2020

Este texto propõe analisar a inserção das "juventudes" da classe trabalhadora na sociedade capitalista, compreendendo o capitalismo e a luta de classes como questões fundamentais para definir a identidade destas juventudes na sociedade moderna. Para isso realizou-se pesquisa bibliográfica, destacando autores que debatam o conceito de juventude, Estado e Neoliberalismo, tendo como método de análise o materialismo histórico dialético. Este estudo proporcionou uma maior reflexão acerca da posição da juventude perante as condições de produção capitalista num espaço marcado pelas contradições próprias da luta de classes. Toma o Estado capitalista e o neoliberalismo enquanto instrumentos de perpetuação do Capital em detrimento ao trabalho e essa situação como definidora da condição juvenil, determinando especificidades à parcela trabalhadora das juventudes. Neste sentido, faz-se necessário a ruptura com o capital para que as juventudes da classe trabalhadora possam ter a possibilidade de transformação radical de sua vida.

Trabalho, Genero e Educação Nas Organizações Autogeridas

Educação em Revista, 1969

Este artigo ter como objetivo discutir a situação profissional e educacional da mulher em organizações econômicas autogestionarias. Para atingir esse intento, focalizamos a inserção da mulher na forma

"Temáticas Emergentes em Juventudes"

O livro é resultado do Curso de Extensão de mesmo nome, realizado em 2023, com nossas queridas colegas: Ana Sallas, Cerise Alvarenga, Dirce Zan, Juliana Vargas, Lucelia Bassalo e Regia Oliveira. O prefácio é da querida colega Oliva Perez!

Juventudes e Políticas: uma abordagem das ocupações estudantis brasileiras de 2015 e 2016

Revista Gestão & Políticas Públicas

O artigo tem como objetivo abordar o movimento de ocupações estudantis ocorridas em 2015 e 2016 no Brasil em sua relação com algumas proposições vinculada a juventude. A promulgação do Estatuto da Juventude se coloca como um marco no que diz respeito a políticas para tal público no Brasil. Diversos autores(as) e teóricos(as) se debruçam sobre definições e entendimentos sobre a juventude, assim como são vários os olhares que o Estado, partidos e grupos políticos atribuem às pessoas que se enquadram neste período de vida. Nos anos de 2015 e 2016, jovens estudantes realizaram ocupações de instituições educacionais por todo o Brasil. Tais movimentos possuíram caraterísticas que os diferenciaram dos ditos movimentos estudantis tradicionais. As ocupações estudantis de 2015 e 2016 defenderam propostas de educação pública, gratuita e de qualidade; se colocaram contra modelos de educação gerencialistas e neoliberais; e lutaram por uma concepção de escola e educação baseadas na gestão democrá...

Juventude e mundo do trabalho : configurações da precariedade

2016

IX Congresso Português de Sociologia: "Portugal, território de territórios", Faro, 6-8 julho de 2016.COM0419 Trabalho, Organizações e Profissões [ST]Nas sociedades atuais a flexibilização das condições de emprego e a liberalização das relações contratuais têm sido perspetivadas como condições indispensáveis para o crescimento económico. Neste contexto, temos assistido à generalização da precarização do trabalho e à individualização das relações laborais, o que tem inevitavelmente acantonado os jovens em mercados de trabalho caracterizados por empregos precários, salários baixos e escassas oportunidades de construção de percursos profissionais estáveis. A desocultação empírica da incidência e dos contornos desta precariedade laboral juvenil, no contexto do arquipélago dos Açores, foi um dos objetivos que orientou o projeto “juventude açoriana e mundo do trabalho” desenvolvido, no âmbito do Observatório da Juventude dos Açores, junto de jovens (15 a 34 anos) com experiências...