CURRICULUM E GÉNERO NA PÓS-MODERNIDADE: O CASO DE MOÇAMBIQUE (original) (raw)
Related papers
A PERSISTÊNCIA DA COLONIALIDADE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR NO MOÇAMBIQUE CONTEMPORÂNEO
Cadernos de África Contemporânea , 2019
This text aims to question the education system and the colonial inheritance present in the field of school education in contemporary Mozambique. Through a dialogue established with Mozambican thinkers and research conducted by a Mozambican researcher and a Brazilian field researcher in the country, we analysed the historical construction of the National Education System in Mozambique, whose process is the heir of the Portuguese colonial educational logic. From a historical perspective, we conduct a discussion based on the literature and ethnographic research “data”. We discuss the persistence of coloniality (knowledge, being, power and gender) still present in educational processes, as well as the refusal of the plurality existing in the country, reproducing a colonial and exclusionary logic, despite efforts in the opposite direction. We defend the need for decolonization of the current school system, as well as for research and studies on this bias
A EDUCAÇÃO NA PÓS-MODERNIDADE E A ERA DA CIBERCULTURA
Este trabalho pretende analisar o contexto da educação na sociedade pós-moderna e as relações que o novo aprendiz desenvolve na era da cibercultura. Partindo do pressuposto que o aprendiz contemporâneo esta inserido em uma sociedade globalizada e tecnológica, entende-se que é preciso pensar como acontece a interação no campo social e como se oferece acesso à informação e a transformação. Fenômenos sociais contemporâneos que surgem no Brasil e em países da América Latina, como Chile e Argentina, levam jovens estudantes às ruas a fim de participarem de manifestações contra situações adversas. Dessa forma, um dos objetivos desta pesquisa também é concentrar na análise do cenário dos novos movimentos sociais que se articulam por meio das redes sociais e consequentemente vão parar nas ruas exigindo mudanças. Sendo assim, pretende-se com este trabalho refletir sobre: Qual é o papel da educação quando em contato com as novas mídias digitais? Um dos problemas encontrados na pesquisa é entender como a cibercultura interfere nas relações sociais e nas estruturas do poder. Diante dessa complexa rede de relações digitais em que estamos inseridos, é preciso levantar algumas questões sobre os tempos pósmodernos que afeta e transforma a vida social. A sociedade contemporânea traz novos desafios e perspectivas, assim, observou-se por meio de metodologia qualitativa, análise bibliográfica e dados empíricos, que todas as sociedades evoluem, porém de formas diferente sendo dependente de diversos fatores econômicos, políticos e sociais que estão ligados diretamente à educação. Portanto compreende-se que com o advento da globalização as sociedades sofrem com um desregramento, uma ausência de regras que é típico de períodos de rígidas transformações econômicas e sociais.
A MODERNIDADE E A EDUCAÇÃO: (re)significações conceituais e históricas na escolarização moçambicana
A MODERNIDADE E EDUCAÇÃO: (re)significações conceituais e históricas na escolarização moçambicana 1 . José Marra 2 1. O advento da modernidade no Moçambique colonial Falar da modernidade no contexto da educação moçambicana implica, em primeiro lugar, falar de um processo que situe e descreva o tecido sociocultural que configurava o modus vivendi característico do país em três fases ou períodos, nomeadamente os períodos tradicional, colonial e pós-independência. Nesta localização, o vislumbramento da escola "moderna" moçambicana insere-se no terceiro período. Institui-se, neste período, a concepção da educação como um dispositivo organizador da nova ordem social, a partir da independência nacional.
A UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE NO PROJETO PÓS-COLONIAL DE EDUCAÇÃO EM MOÇAMBIQUE, 1976-1993
Resumo: Neste artigo, são analisadas políticas educacionais desenvolvidas em Moçambique após a independência frente a Portugal. O recorte estabelecido diz respeito à transformação da Universidade de Lourenço Marques em Universidade Eduardo Mondlane (1976) como parte importante da revolução moçambicana; e a saída do ensino superior da órbita do Estado através da autorização para criação de universidades privadas (1993), consolidando o fim do regime socialista naquele país. Objetiva-se compreender o projeto educacional pós-colonial como recurso aplicado pela FRELIMO para consolidar um Estado Nacional, cuja inspiração socialista e apoio internacional foram marcados por posturas nacionalistas orientadas às necessidades do Estado mais que dos cidadãos. Apontam-se críticas a este sistema surgidas dentro da universidade bem como sua derrocada a partir da instalação do Programa de Recuperação Econômica, com aval do FMI, em 1987.
REVOLUÇÃO DIGITAL E DESAFIOS DE FORMAR COM QUALIDADE NAS UNIVERSIDADES MOÇAMBICANAS
2016
Este é um artigo de reflexão em torno da revolução digital e os desafios que esta coloca às instituições de Ensino Superior em Moçambique no que tange à qualidade dos serviços de educação que oferecem. Questiona-se sobre quais os desafios que se colocam ante as Instituições de Ensino Superior moçambicanas de modo a garantirem uma formação qualitativamente competitiva, olhando para a velocidade das mudanças que se vão operando pela força da revolução tecnológica. O objectivo geral do artigo é identificar os principais desafios de formar com qualidade nas Universidades Moçambicanas. Especificamente, pretende-se caracterizar a evolução digital ou tecnológica e explicar os seus impactos no ensino superior em Moçambique. Conclui-os estabelecimentos de ensino superior no País têm o desafio de cultivar o saber fazer; colaborar com as empresas e instituições de pesquisa e inovação tecnológica; investir fortemente em infra-estruturas modernas e modernizadas; promover de Ciências Naturais, Engenharias, Agricultura e Saúde, onde as ciências informáticas deverão ocupar um lugar de transversalidade. Palavras-chave: revolução industrial; revolução tecnológica digital, qualidade de educação. 1. Introdução O mundo vive actualmente a chamada quarta revolução industrial ou a revolução tecnológica digital. A internet tornou a sociedade hiperconectada. A tecnologia social e pervasiva vem alterando a forma de convivência humana e criou um novo ambiente de trabalho-um ambiente essencialmente virtual. Pela força motriz da Internet tudo acontece em tempo real e está a formar uma nova geração humana. Neste contexto, a Educação, especialmente a educação superior, é desafiada a reinventar-se na sua finalidade de esculpir o conhecimento científico de qualidade. A qualidade do conhecimento constitui o principal diferencial no mundo de trabalho bastante competitivo e digitalizado. No caso de Moçambique, o debate em torno da qualidade dos quadros que saem de diferentes estabelecimentos de ensino é vigente e vigoroso. É nestes termos que se questiona sobre quais os desafios que se colocam ante as universidades moçambicanas de modo a garantirem uma formação qualitativamente competitiva, olhando para a velocidade das tecnologias de informação e comunicação.
n. 33 - EDUCAÇÃO SUPERIOR EM MOÇAMBIQUE: ENTRE O ESTADO E A ASTÚCIA DO CAPITAL
Jornal de Políticas Educacionais
Contextualizado nas políticas educacionais sobre a privatização da educação pública, este artigo de carácter qualitativo discute a privatização e a mercantilização do ensino superior (ES) moçambicano, como parte integrante de um novo acordo global político-ideológico, que valida ou legitima e compele em direção a certas ações- negócio e troca, competição-, anulando e inibindo outras- equidade, justiça social, distribuição igual de propriedade -, valorizando relações de produção privada e suas formas mercantis e “moral utilitária”, no campo e prática educacional. Utilizando-se de dados estatísticos sobre o ES (2018), da literatura sobre o ES e expansão, mercado (Lei 1/93; Neves e Pronko, 2008, Souza, 2015; Marx 1994; BM, 1995; Gonçalves, 2015) o modelo de ES moçambicano atual indica que a corrida às instituições públicas e privadas por parte dos estudantes e a consequente busca por diplomas- formação para o trabalho- secundarizou a procura do conhecimento, motivado pela expansão de a...
ENSINO SUPERIOR EM MOÇAMBIQUE: HISTÓRICO, GEOPOLÍTICAS E PERSPECTIVAS NO SUL GLOBAL
Anais. Iº Seminário Internacional GeoÁfrica. Áfricas em Movimentos Economias, Sociedades e Espaços na África Subsaariana, 2022
Buscamos neste trabalho formular uma análise acerca do ensino superior moçambicano. Ao direcionarmos nosso olhar para os contextos de surgimento e expansão das universidades em Moçambique, período no qual o continente africano, bem como o resto do mundo, encarava o acirramento de lutas armadas pela independência, visamos compreender como se deu o processo de transição entre a experiência de Estado socialista (1977-1987/88), que teve como liderança de destaque Samora Machel com seu projeto de educação focado na formação do "Homem Novo"; idealizado pelo movimento FRELIMO; para o período iniciado a partir dos anos 1990 com a abertura econômica, avanço de políticas liberais, e aprofundamento do desinvestimento nas universidades públicas ainda sob os auspícios da Frelimo, na ocasião já se organizando na forma de partido político. Analisaremos também, que a partir de 2010 com a descoberta de recursos naturais abundantes no país, destaca-se a necessidade de haver técnicos, desse modo, o foco volta à formação de pessoal qualificado. Nosso objetivo, portanto, é vislumbrar quais efeitos dessas mudanças conjunturais na formulação e promulgação de políticas públicas para o ensino superior, observando aspectos como: currículo acadêmico, desenvolvimento do campo científico; apontar alguns desafios do paradigmas vigente no campo dos estudos sobre ensino superior no país. A partir de análise documental, ferramentas de análise qualitativa, pesquisa bibliográfica, somada às experiências de estudos e campo na Universidade Eduardo Mondlane, a primeira universidade fundada no território, buscamos estabelecer um diálogo interdisciplinar objetivando abranger o histórico e desenvolvimento das Universidades em Moçambique, bem como suscitar uma análise sobre o papel estratégico e geopolítico da educação superior a nível regional na África Austral. Palavras-Chave: Ensino Superior. Moçambique. África Austral. Universidade. Estado.