Megalitismo de Entre-Douro-e-Minho e de Trás-os-Montes (Norte de Portugal): conhecimentos actuais e linhas de pesquisa a desenvolver (original) (raw)

1987, Revista da Faculdade de Letras

Litoral, distrito do Porto, onde já foram escavadas 23 mamoas, na sua maioria publicadas. Estamos, pois, a raciocionar com base numa amostragem extremamente fragmentária. A maior parte, se não a totalidade, das mamoas construídas durante a Pré-história foram violadas e as suas estruturas sepulcrais mais ou menos degradadas; muitas foram destruídas pelos trabalhos agrícolas e para o aproveitamento de lajes; uma parte, por vezes significativa, das restantes, foi escavada no século passado e nas primeiras décadas deste, daí resultando, na melhor das hipóteses, relatórios muito parcelares e insuficientes do ponto de vista actual. O arranque da pesquisa verdadeiramente científica, verificado em 1978, não poderia, pois, ultrapassar rapidamente estes factores negativos, os quais, decerto, condicionarão para sempre os nossos conhecimentos. Estes, até agora, cristalizaram-se em dois trabalhos principais: a tese de Georg Leisner, de 1938 l , e a nossa própria, de 1982 2 , a primeira baseada em «escavações» de outrém, a segunda partindo já de trabalhos de campo metódicos e, evidentemente, da problemática actual do megalitismo europeu 3. Mas quase tudo está por fazer, pelo que consideramos aquele nosso trabalho como uma simples plataforma de onde pode arrancar um grande esforço de pesquisa, que efectivamente se começa a verificar, impulsionado pelas Universidades e pelos Serviços Regionais de Arqueologia do I.F.P.C. (Min. da Cultura). Em que aspectos deverá desenvolver-se tal esforço? Primeiro que tudo, na prospecção, inventariação e cartografia de monumentos. Neste momento, encontra-se em curso o levantamento de diversas cartas arqueológicas do Norte de Portugal. Esse levan