Experiência Literária e Morte em Blanchot: teoria do gênio como ontologia da linguagem (original) (raw)
Related papers
Negatividade e morte no pensamento de Maurice Blanchot
Letras De Hoje, 2013
Resumo: Este texto empreende uma leitura da concepção de morte em Maurice Blanchot confrontada à ideia hegeliana de poder da negatividade e do "ser para a morte" de Heidegger. Não obstante as ressonâncias dos dois antecessores, Blanchot dá outro rumo ao seu pensamento sobre a morte, afastando-se de Hegel e do Heidegger de Sein und Zeit, para realizar um salto, associando a ideia de morte à arte, à literatura, ao espaço em que as coisas não podem ser ditas claramente, em que não há autenticidade nem na vida nem na morte, em que a morte é um morrer contínuo, que nunca começa e nunca cessa. O texto-base da obra blanchotiana para este estudo é "Rilke et l'exigence de la mort", de L'espace littéraire.
Pensando - Revista de Filosofia, 2014
O presente trabalho tem o objetivo de trazer para o debate filosófico aquilo que movimentos literários como o primeiro romantismo alemão e o surrealismo francês, através de seus diferentes métodos de escrita e de compreensão da realidade, tomaram como a ‘experiência’ capaz de fundar uma nova atitude literária e de levar a noção tradicional de experiência ao seu limite. Para tanto, recorremos às reflexões de Maurice Blanchot e Walter Benjamin como forma não apenas de legitimar essa aproximação mas também de propor, juntamente com Derrida, uma espécie de reflexão política sobre essa experiência-limite tomada como linguagem.: The present paper intends to bring up to a philosophical debate what literary movements like the first German Romanticism and the French Surrealism, through its different writing and reality comprehending methods, which they called as the ‘experience’, capable both of founding a new literary attitude as taking the traditional notion of experience to its limits. Th...
Estudos da Língua(gem) - 1982-0534, v. 15, n. 1, 2017
RESUMO O presente artigo parte do célebre diagnóstico do fim da história-tese defendida por Francis Fukuyama logo após a queda do muro de Berlim. Inspirado em autores como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Giorgio Agamben, situa-se sob o viés o qual defende que a maquinaria do capital-muito mais do que um sistema econômico-é produtora de subjetividade: em tramas de saber e poder operadas por dispositivos, dobra vidas a fim de construir modos de existência de modo cada vez mais minucioso e cotidiano. O que se insinua, pois, é a tese de Walter Benjamin: o capitalismo como religião-fabricando existências ininterruptamente a partir da disseminação incessante de dispositivos. O que se anunciaria no presente, pois, seria uma geração funcionária do fim da história-aquela que viveria fazendo acontecer aquilo que certa feita Italo Calvino chamou de inferno. A partir de tal diagnóstico, sob inspiração em Maurice Blanchot e Roberto Bolaño, a aposta é de que o que se opera em uma experiência literária pode fazer fraquejar as tramas dispositivas já prontas de um suposto fim da história-e seria justamente essa a tarefa política que faz vicejar a potência da arte: fazer valer o inacabamento do mundo e, portanto, a impossibilidade do fim da história. ABSTRACT This article starts from the famous diagnostic of the end of history -thesis defended by Francis Fukuyama just after the fall of the Berlin Wall. Inspired by authors as Michel Foucault, Gilles Deleuze and Giorgio Agamben base their work on a perspective which holds that the machinery of capital -much more than an economic system -is the producer of subjectivity: inplotsof knowing and power operated by devices, it duplicates lives in order to create ways of existence in a way more and more precise and in aneveryday basis. What is insinuated in the idea then is the thesis of Walter Benjamin: capitalism as religion -manufacturing existences uninterruptedly starting from the unceasing dissemination of devices. In the presenta generation that works for the end of history would be announced -the one that would live making happen what in one occasion Italo Calvino called hell. From this diagnosis, -following Maurice Blanchot and Roberto Bolaño, the bet is that what is operated under literary experience can weaken the plot devices already ready froma supposed end of history -and this politic task would be in charge of making flourish the power of art: to enforce the unending of the world, therefore, the impossibility of the end of history
A impossibilidade da morte na literatura: Lygia Fagundes Telles e Maurice Blanchot
A partir do conto "Natal na barca", de Lygia Fagundes Telles, este artigo analisa a perspectiva da impossibilidade da morte em três contos ("As formigas", "Anão de jardim" e "Venha ver o pôr-do-sol") e em dois romances (Ciranda de pedra e As meninas) da autora. Em diálogo com os textos de Lygia, o escritor francês Maurice Blanchot nos oferece a base teórica deste artigo, uma vez que a ideia da impossibilidade da morte na literatura é profundamente trabalhada em seus livros ensaísticos, tais como, O espaço literário e A parte do fogo.
Tânatos e o mito da escritura: morte e criação nos escritos de Albert Camus
RESUMO: Tomando como ponto de partida o aniversário de 50 anos da morte de Albert Camus (1913-1960, o objetivo desse artigo é analisar o tema da morte em seus escritos. Ela é revelada ao escritor muito cedo através da experiência da doença, mas ao contrário de conduzi-lo ao pessimismo e à angústia, a proximidade da morte exaspera nele o amor à vida e a urgência da criação. Sua obra revela-se como um embate entre Tânatos, a morte, e Sísifo, representando o amor à vida e ao mundo. Dessa forma, analisamos como a experiência da morte e da doença aparece em seus primeiros escritos e como as imagens de vida e morte se alternam em seus primeiros ensaios. A morte está também estritamente ligada à revelação do Absurdo em Le Mythe de Sisyphe e se torna o tema central das suas narrativas, principalmente em L'Ètranger. A morte, por fim, interrompe a sua escritura, deixando inacabado o romance cujo ponto de partida fora a morte de seu pai morto na guerra. PALAVRAS-CHAVE: Morte, Escritura, Mito, Sísifo.
Experiência da experiência: Blanchot e WB entre romantismo alemão e surrealismo francês
Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de trazer para o debate filosófico aquilo que movimentos literários como o primeiro romantismo alemão e o surrealismo francês, através de seus diferentes métodos de escrita e de compreensão da realidade, tomaram como a 'experiência' capaz de fundar uma nova atitude literária e de levar a noção tradicional de experiência ao seu limite. Para tanto, recorremos às reflexões de Maurice Blanchot e Walter Benjamin como forma não apenas de legitimar essa aproximação mas também de propor, juntamente com Derrida, uma espécie de reflexão política sobre essa experiência--limite tomada como linguagem. Palavras--Chave: Experiência literária, absoluto, linguagem, reflexão, surrealismo, romantismo alemão. Abstract: The present paper intends to bring up to a philosophical debate what literary movements like the first German Romanticism and the French Surrealism, through its different writing and reality comprehending methods, which they called as the 'experience', capable both of founding a new literary attitude as taking the traditional notion of experience to its limits. Therefore, we appeal to Maurice Blanchot's and Walter Benjamin's reflections about the literary experience not merely to legitimize this approach but also to propose, along with Derrida, a way to a possible political reflection on the limit-experience taken as language.
Foucault, Borges e a Experiência Da Linguagem
2008
Não raro ao longo da sua obra, em muitos de seus ditos e escritos, Foucault faz referência à literatura, ao problema da linguagem e a noção de ficção. Notória é a declaração sobre seu próprio trabalho: [...] as pessoas que me lêem, em particular aquelas que apreciam o que eu faço, me dizem sempre rindo: "No fundo você sabe bem que o que você diz não é senão ficção". Eu respondo sempre: "Claro, não há problema que isto seja outra coisa senão ficções" (Foucault, 1994, p.44). Assim, a experimentação da leitura de Borges, pelas lentes de Foucault, torna-se objeto deste ensaio conduzindo-o para além das fronteiras estabelecidas entre a filosofia e a literatura, deslizando por sobre a superfície da linguagem. Tal empreitada não corresponde senão aquela esboçada pelo paralelo entre esses dois autores, experienciado na forma especulativa de uma hipótese que, a pretexto do significado do riso em Foucault, aponta para o paradoxo da linguagem em Borges. Ensaio mental de uma...
Pensando - Revista de Filosofia, 2014
Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de trazer para o debate filosófico aquilo que movimentos literários como o primeiro romantismo alemão e o surrealismo francês, através de seus diferentes métodos de escrita e de compreensão da realidade, tomaram como a 'experiência' capaz de fundar uma nova atitude literária e de levar a noção tradicional de experiência ao seu limite. Para tanto, recorremos às reflexões de Maurice Blanchot e Walter Benjamin como forma não apenas de legitimar essa aproximação mas também de propor, juntamente com Derrida, uma espécie de reflexão política sobre essa experiência-limite tomada como linguagem.