Contribuições geográficas para a compreensão dos lugares de densidade política: o exemplo dos monumentos, toponímia e identidade (original) (raw)
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1988
No contexto das actuais preocupações relativas aos fenômenos que interferem com o território, nele se desenvolvem ou dele estão dependentes, surgiram não só diferentes ópticas de abordagem como diferentes conceitos e novas metodologias. ...
Toponímia, discurso e identidade - a toponímia na compreensão do território local
Linguagem e discurso: entre o direito e violências, 2024
Este artigo científico examina a classificação semântica de topônimos na zona rural de Arari-MA, destacando o léxico toponímico local. O objetivo é identificar e categorizar os nomes de lugares com base em suas características semânticas e possíveis causas denominativas. A metodologia adotada é uma revisão de literatura, com análise dos dados de acordo com o modelo taxionômico de Dick (1990; 1992), os aspectos linguísticos da teoria dos referenciais toponímicos de Dick (1996), ampliada por Isquerdo e Dargel (2020), e a percepção das causas denominativas segundo Dauzat (1926). Foram consultadas bases de dados como Google Acadêmico, Portal de Periódicos CAPES e Scielo. Os resultados revelem padrões e tendências nos nomes dos lugares, evidenciando influências culturais e históricas. Conclui-se que a análise semântica dos topônimos pode contribuir para um melhor entendimento do patrimônio linguístico e cultural da região de Arari-MA, além de oferecer subsídios para futuras pesquisas toponímicas. Palavras-chave: Linguística; Toponímia; Semântica; Arari.
2002
A compreensão de um sis tema fluvial tão complexo como o do Rio Ave implica a interpretação do seu modelo territorial, isto é, a organização espacial dos subsistemas que o constitui. Pretende esta comunicação, privilegiando a abordagem geográfica numa perspectiva sistémica, dar um contributo no conhecimento das principais dinâmicas humanas e dos suportes físicos de referência desta região, realçando a dimensão hidrológica exprimida pela Bacia Hidrográfica do Ave.
Entre cifras e factos: a toponímia de Lisboa como locus memoriae
7as Jornadas de Toponímia de Lisboa, Memória do Tempo. Teatro Aberto, 19 e 20 de Setembro de 2013
Partindo do conceito de «lieu de mémoire» (cristalizações do passado colectivo plasmadas em objectos, instrumentos ou instituições) desenvolvido por Pierre Nora no início dos anos 80 do século XX – e já brevemente aflorado, no que a Lisboa diz respeito, por João Medina, numa comunicação apresentada às I Jornadas de História Local e Regional (FLUL, 1993) –, procuraremos observar a toponímia da cidade de Lisboa como um exercício de perene recordação da história, tanto nacional, como local. Com a expansão da cidade verificada no último século e meio, muito para além do seu tradicional espaço amuralhado e a abertura de novas artérias, a denominação dos mais recentes espaços viários fez-se recorrendo não apenas a figuras históricas, mas também à memorialização de datas, acontecimentos e conceitos considerados relevantes em cada época histórica. Será nosso objectivo, no presente ensaio, identificar os arruamentos que se enquadram nas tipologias descritas, analisar a sua evolução e, bem assim, proceder à sua contextualização em função do período ao qual se reporta a atribuição toponímica.
Toponímia e memória: nomes e lembranças na cidade
Linha D'Água, 2014
Resumo: Este trabalho reflete sobre toponímia e memória, considerando o ato de nomear lugares como um discurso em que se entrecruzam a memória oficial (que marca no nome relações de poder) e a memória coletiva (que traz o nome espontâneo, descritivo, e que deixa entrever, nas interpretações, o desejo de pertencimento como motivador). Através da revisão de textos teóricos (Dauzat e Dick sobre toponímia, Lowenthal e Schama sobre memória) e recorrendo, nos exemplos, a investigações já feitas sobre a toponímia de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, apresenta-se uma relação entre toponímia, história e memória e seu papel determinante nas denominações.
O urbano e o regional como dimensões da política do espaço
Revista ACTA Geográfica, 2012
RESUMO O artigo aborda a problemática urbana e a problemática regional como dimensões da política do espaço. O argumento central é que, do ponto de vista da genealogia, tanto o planejamento urbano quanto o planejamento regional podem ser interpretados como expressões da política do espaço. Nesse sentido, a maior parte dos modelos de planejamento urbano e planejamento regional tiveram como estratégia a naturalização do espaço, o que implicou tanto na desconsideração de sua historicidade, quanto no escamoteamento dos conflitos resultantes de sua produção, o que obliterou a dimensão política do espaço nas práticas de planejamento. Palavras-chave: política espacial; planejamento urbano; planejamento regional.
Interfaces entre o pensamento geográfico e o institucionalismo
Boletim Campineiro de Geografia
Este artigo utiliza contribuições da análise institucional para operacionalizar o conceito de espaço banal. Realizou-se uma discussão sobre as concepções de território, conduzindo ao conceito de território usado de Milton Santos como um sinônimo de espaço banal. Este conceito foi retomado do pensamento de François Perroux. Território e espaço banal foram caracterizados pela presença das normas. A tradução das normas como instituições e o exame das escolas desse pensamento permitiu aproximar a Geografia do institucionalismo, com destaque para a economia institucional. Como resultado, apresentamos a definição de espaço banal como dimensão de coexistência entre agentes, mediada por instituições que estabelecem limites e possibilidades às ações, uma compreensão consubstanciada do papel ativo do território na ação humana.