Relato De Experiência: O Luto Patológico Em Um Caso De Suicídio Na Família (original) (raw)

Padrões Especiais de Luto em Mães que Perderam Filhos por Morte Súbita

Revista de Psicologia da IMED, 2011

RESUMO O crescimento da violência e dos acidentes de trânsito aumenta a mortalidade dos jovens, trazendo à tona o luto materno. Este estudo teve o objetivo de compreender esse tipo de luto, suas implicações na configuração psicológica das mães e avaliar as condições dos padrões especiais de luto propostos por Worden (1998). Participaram 22 mães que perderam seus filhos por acidente de trânsito ou homicídio, de Porto Alegre e Bento Gonçalves. Os padrões especiais de luto por morte súbita (PEL) compreendem: 1) sensação de irrealidade sobre a perda; 2) sensação de culpa; 3) censurar alguém; 4) envolvimento com aspectos legais; 5) sensação de desamparo após morte e raiva, 6) tristeza e depressão; 7) sensação de algo não terminado; 8) constante e crescente necessidade de compreensão, necessidade determinar a causa e/ou culpa pela morte. Cada PEL comporta manifestações típicas de luto por morte súbita. Os resultados obtidos mostram que 92% das mães apresentam manifestações relacionadas a pelo menos um dos PEL e as manifestações que mais ocorreram foram relativas aos padrões seis (63,5%), sete (54,5%), um e oito (50%), e cinco (45,5%). Palavras-chave: luto materno, morte súbita, padrões especiais de luto.

Suicídio: A Percepção Familiar Sobre Aquele Que Deu Fim À Própria Vida

Resumo: O suicídio é um fenômeno que ocorre com frequência e, na maioria das vezes, é omitido ou atribuído a algum tipo de acidente sem justificativas e causa intenso sofrimento principalmente à família. Por isso, o objetivo deste estudo é compreender a percepção familiar sobre o suicídio de um membro através de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório. O instrumento utilizado baseou-se na entrevista semiestruturada para autópsia psicológica, adaptado para este estudo. Foram entrevistados cinco familiares em primeiro grau de pessoas que cometeram suicídio segundo relatório pericial. Os dados foram avaliados pelo método de análise de conteúdo. Os resultados apontam para a tendência dos familiares a negar os fatos que indicam suicídio e para o adoecimento psíquico como uma condição de vulnerabilidade à morte autoinfligida. Percebe-se também que o suicídio esteve associado à dependência de substância psicoativa e aspectos transgeracionais das famílias onde ocorreu. Palavras-cha...

A dinâmica familiar no contexto da crise suicida

Famílias inseridas no contexto suicida organizam suas relações em torno de histórias opressoras construídas através das gerações, que impedem o desenvolvimento de autonomia e continuidade. Este artigo objetiva pensar sistemicamente sobre a dinâmica familiar da crise gerada pela tentativa de suicídio de um dos seus membros. Neste estudo, seis famílias participaram de uma intervenção breve, desenvolvida com base na teoria sistêmica. Os dados foram analisados com base no Método de Comparação Constante, identificando-se categorias e a construção de hipóteses a respeito da dinâmica familiar no contexto da crise suicida. Os resultados mostram que os participantes estão limitados em sua capacidade de apoiar o desenvolvimento de uma identidade autônoma, porque a dinâmica familiar identifica as novas oportunidades de narrar a si mesmo como ameaça ao sistema de lealdades que mantém a continuidade da família, impedindo a renegociação desses códigos. O sofrimento se apresenta como emoção que limita novas trocas, surgindo o comportamento suicida como alternativa. Palavras-chave: Suicídio, Dinâmica familiar, Teoria sistêmica.

Família e Tentativa De Suicídio Com Agentes Químicos: Um Estudo Em Maringá (PR)

Família, Saúde e Desenvolvimento, 2002

Trata-se de um estudo realizado junto à famílias de pacientes egressos de tentativa de suicídio, através de entrevista domiciliar, com o objetivo de conhecer a vivência familiar frente ao ato suicida. Nos meses de abril e maio de 2000 foram notificados ao Centro de Controle de Intoxicações (CCI) do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) – PR, 38 intoxicações cuja circunstância foi tentativa de suicídio, sendo que 25 eram da cidade de Maringá (65,8%) e 16 foram atendidas no Pronto Atendimento do HUM (64,0%). A população de estudo compreendeu 9 famílias dos casos notificados nesse período (36,0%), residentes em Maringá e que foram encontradas no domicílio no momento da entrevista.Dos casos estudados, 05 eram do sexo feminino e estavam na adolescência (55,0%); 06 eram solteiros (66,0%); e 8 fizeram uso de medicamentos como agente causal (89,0%). Nas famílias cujo progenitores estão presentes, há clara demonstração do seu papel de “chefe do cl㔠e naquelas em que há falta dest...

Autópsia Psicológica Familiar: Compreendendo O Perfil Epidemiológico e Biopsicossocial Do Suicídio

2016

Compreender o perfil epidemiologico e biopsicossocial das mortes por suicidio em uma determinada regiao e fundamental para se levantar as possiveis causas envolvidas no fenomeno. A realizacao desta pesquisa foi caracterizada por um levantamento de dados documentais com todos os casos de suicidio registrados no periodo de 2010 ate 2015, no Instituto Medico Legal de Sao Miguel do Oeste, o qual compreende os 27 municipios da regiao do Extremo Oeste Catarinense. Tambem, um trabalho de campo, com realizacao de entrevistas baseadas no modelo de autopsia psicologica, que e considerado um tipo de avaliacao psicologica. Este estudo analisou o perfil epidemiologico dos 186 casos de suicidio registrados e autopsia psicologica com 12 familias de suicidas. Os resultados apontam um total de 85% de casos em homens e 15% em mulheres; as faixas etarias em que mais ocorreram as mortes estao entre 41 a 60 anos de idade. Em relacao aos meios empregados, o enforcamento representa 76% dos casos, seguido ...

A Dor De Quem Fica: Depressão Em Familiares De Suicidas e Suas Formas De Enfrentamento De Problemas

Revista Científica Semana Acadêmica, 2018

O aumento da prevalência de suicídios em nosso meio suscita uma atenção especial aos familiares e cônjuges que sofreram a perda e que, possivelmente, enfrentam intenso sofrimento após a morte trágica do familiar. Sabe-se que a morte natural já promove grandes repercussões na dinâmica da família. Além do sofrimento pela perda, leva a alterações da estrutura estabelecida e exige uma readaptação do núcleo familiar à nova realidade. No entanto, quando se trata do suicídio, além do processo de luto e das perdas inerentes a uma morte, os familiares podem apresentar sentimentos como culpa, negação, vergonha dos julgamentos e sensação de vulnerabilidade ao suicídio. Esses sentimentos, quando não trabalhados, podem repercutir na saúde mental dos enlutados, tornando-se fator de risco para depressão e novos suicídios. O propósito deste estudo foi identificar a prevalência de depressão em familiares de suicidas que cometeram o ato entre 2013 e 2017 em Aracaju-Sergipe, além de reconhecer o perfil sociodemográfico desses familiares e verificar as estratégias de enfrentamento de problemas por eles utilizadas. O estudo constatou baixa prevalência de depressão nos enlutados, apesar da presença de sintomas depressivos em muitos familiares. Quanto ao enfrentamento do estresse associado ao suicídio, o suporte social configurou-se a principal estratégia utilizada. Foi identificado também que poucos eram aqueles que tinham acompanhamento psicológico, constatando que ainda são escassas as estratégias de posvenção em nosso meio.

Acolhimento Ao Luto Por Suicídio: Um Contributo Para O Enfrentamento

Anais do(a) Anais do Congresso Setembro Amarelo: continuar é preciso

Acolhimento, um gesto de humanidade onde a intensidade da ética se faz presente. Acolher o indivíduo num momento de extrema dor é doar-se em prol do outro reconhecendo as consequências. A morte por suicídio deixa um rastro de desesperança na vida dos sobreviventes. Neste artigo apresentam-se especificidades do acolhimento ao luto como um brado minimizador, na perspectiva de restaurar no indivíduo o poder da existência, resgatando a crença em si próprio. Este estudo tem o objetivo de refletir acerca do processo do acolhimento ao outro, e, numa pesquisa bibliográfica apresentar, com temática voltada para o acolhimento ao luto por suicídio e a evolução da dor da perda. Retratar a universalidade desse tipo de morte e a importância do acolhimento para enfrentar o processo, desenvolvendo estratégias de posvenção. Além disso, apresenta o questionamento: Em como buscar maneiras de dirimir o impacto da dor dos enlutados por suicídio.