O humanista por trás do cientista, resenha do livro de Jesus de Paula Assis, César Lattes – Descobrindo a Estrutura do Universo (original) (raw)

Resenha do livro " a história entre a filosofia e a ciência " de José Carlos Reis. Por Diego José Fernandes aluno do 4º período de história da UFRN Introdução José Carlos Reis inicia seu livro tecendo comentários sobre o século XIX, o qual foi marcado, na atmosfera intelectual, pelo Cientificismo[1]. As ciências estavam embebedadas pelas idéias de Darwin e pela herança científica do passado. Razão, Método, Objetividade e Imparcialidade eram as bandeiras de tal época. Essa maré científica inundou a História, que até então era reduto de filósofos metafísicos[2]. Como estes davam mais ênfase ao geral (humanidade) e eram especulativos e idealísticos, beirando ao misticismo, logo entraram em choque com a mentalidade de tal época. A história decidiu-se pela ciência, abandonando a filosofia. Essa decisão tinha uma série de implicações; rejeita a qualquer a priorismo, valorização da pesquisa, fortalecimento de um método empírico, delimitação de um objeto próprio e ênfase ao singular. A história agora pretendia ser científica. Nesse percurso para fazem da história uma ciência, surgem três grandes escolas; Metódica (dita positivista), Marxista e Annales. Todas estas possuíam em comum a crença na cientificidade de Clio e a recusa categórica a filosofia da história, pois esta era a-histórica, especulativa e metafísica. O autor, porém, afirma que mesmo tentando romper com a filosofia da história, tais escolas estavam carregadas, sem saber e sem confessar, de pressupostos filosóficos, sobretudo as duas primeiras. Assim, caminhando para os braços da Mãe-Ciência, a historia carregava no seu calcanhar a filosofia da história. Advém daí o titulo do livro. O autor pretende analisar essas três escolas históricas, mostrando como a filosofia esteve em suas entranhas. A escola Metódica, dita " positivista " [3] O autor pretender mostrar as principiais características desta escola bem como sua ligação com a filosofia da história, ainda que tal escola tenha postulado a recusa total da " história especulativa " [4]. O autor inicia tratando da escola metódica Alemã, mais precisamente de seu principal representante; L. V. Ranke. Alemanha e França, em termos de escola histórica, foram as principais herdeiras da crítica filológica do século XVI e XVII. Nesses dois países desenvolveu-se, quase simultaneamente, um grande desenvolvimento da pesquisa histórica, baseada nos métodos dos exegetas bíblicos. Ranke vai absorver toda essa atmosfera de crítica textual, ao ponto de valorizá-la demasiadamente, afirmando ser possível, a partir de tal, uma história completamente objetiva. Sua pesquisa histórica contemplava assuntos relacionados aos Estados nacionais, tidos por ele como " agentes universais do processo histórico " .