Um story map da viagem de Lopes Mendes à Amazónia em 1882/83 (original) (raw)

“Nas Sendas de Sérgio Buarque de Holanda. Documentos sobre uma expedição florentina à Amazônia, em 1608”. Revista de História, n.º 142-143, 1.º e 2.º semestre de 2000, p. 123-211.

Revista de História, 142-143, 1º e 2º semestre de 2000, 2000

Após as iniciativas empreendidas por Sérgio Buarque de Holanda, este artigo reúne alguns documentos encontrados no Archivio di Stato de Florença que atestam definitivamente a realidade da tentativa de colonização da bacia amazônica pelo Grão-Duque de Florença, Ferdinando I, no início do século XVII. Tais documentos evidenciam as circunstâncias que cercaram essa empreitada, relatando os preparativos, a realização e os resultados da expedição, bem como as negociações diplomáticas que a precederam. After the initiatives by Sérgio Buarque de Holanda, this article gathers some documents found in the Archivio di Stato from Florence which attest definitely the reality of the attempt of colonization of the Amazon basin by the Grand Duke of Florence Ferdinand I in the beginning of the 17th century. Those documents expose the circumstances of the enterprise through its preparation, the realization and the results of the expedition, as well as through the diplomatic negociations which preceded it.

UM OLHAR SOBRE A AMAZÔNIA NA OBRA HISTÓRIA DE UM PESCADOR, DE INGLÊS DE SOUSA

REVISTA ENTREMEIOS, 2017

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão sobre como é construído o universo amazônico na obra " História de um Pescador " , de Inglês de Sousa. Para tanto, consideramos o contexto histórico da Amazônia, o período em que se passa o enredo, analisando os aspectos da narrativa (linguagem, cultura e identidade), utilizando de autores como Gondim, Loureiro, Bhabha e Benchimol. Como resultados das análises verificamos que Sousa através de sua obra, faz uma denúncia social da exploração sofrida pelos caboclos, dos abandonados pelas autoridades. Além disso, percebemos a importância de conhecer melhor a cultura da Amazônia, descrita por quem conheceu essa realidade. Abstract. This paper aims to reflect on how it is built the Amazon universe in the book "History of a Fisherman", English de Sousa. Therefore, we consider the historical context of the Amazon, the period in which it passes the plot, analyzing the aspects of narrative (language, culture and identity), using authors as Gondim, Loureiro, Bhabha and Benchimol. The results of the analyzes Sousa found that through his work, is a social denunciation of exploitation suffered by mestizos, the abandoned by the authorities. Also, we realize the importance of better understanding the culture of the Amazon, described by those who knew this reality.

Viagens do Sertanista e militar Couto de Magalhães à Amazônia 1861-1871

Grandes expedições à Amazônia Brasileira – 1500 - 1930. , 2009

Este breve texto apresenta as diferentes viagens e estadias deste militar e escritor que foi governador no Pará e em Goiás e um herói da Guerra do Paraguai. Trata-se de texto a partir da obra "Grandes Expedições à Amazônia Brasileira 1500-1930" (Editora Metalivros, 2009). Esta obra, com 41 capítulos, assim como a seguinte, "Grandes Expedições à Amazônia Brasileira Século XX" (Editora Metalivros, 2011), com 21 capítulos, reúne algumas das mais importantes expedições do período. Em conjunto, são 500 páginas, com quase mais de 400 ilustrações, um panorama sobre a Amazônia desde o século XVI. É autorizada a reprodução total ou parcial sem fins lucrativos do texto, desde que citada a fonte. Referência bibliográfica: MEIRELLES FILHO, J.C.S. Grandes expedições à Amazônia Brasileira – 1500 - 1930. São Paulo: Metalivros, 2009. 240 p. 29,5 x 30,0 cm. ISBN: 8585371781.

Nas sendas de Sérgio Buarque de Hollanda. Documentos sobre uma expedição florentina à Amazônia. Revista de História (USP), São Paulo, v. 142-3, p. 123-211, 2000.

Após as iniciativas empreendidas por Sérgio Buarque de Holanda, este artigo reúne alguns documentos encontrados no Archivio di Stato de Florença que atestam definitivamente a realidade da tentativa de colonização da bacia amazônica pelo Grão-Duque de Florença, Ferdinando I, no início do século XVII. Tais documentos evidenciam as circunstâncias que cercaram essa empreitada, relatando os preparativos, a realização e os resultados da expedição, bem como as negociações diplomáticas que a precederam.

PRÁTICA TURÍSTICA E RETÓRICA DO ESPAÇO NAS VIAGENS NA GALIZA DE SILVEIRA DA MOTA (1889)

O turismo nasce a partir de viagens organizadas com objetivos relacionados com o lazer, a partir do século XIX, e tendo a viagem como conceito fundador e ao mesmo tempo contrastante. O conceito de viajante foi construído de várias formas e sob vários aspetos e a literatura teve um papel imprescindível nessa construção, nomeadamente a estesia romântica. O Romantismo traz consigo a voga da viagem a Espanha. Este artigo propõe uma abordagem geocrítica do relato de viagens de Inácio Francisco Teixeira da Mota, Viagens na Galiza, publicado em 1889, pela tipografia lisboeta de A.M. Pereira. Pretende-se sobretudo destacar, além do itinerário turístico, a construção de uma retórica sobre o espaço que se plasmará nas imagens e nas narrativas que ainda hoje perduram na nossa memória e que consubstancia no conceito de lugar turístico, i.e. “lugares em que há turistas, onde fomos precedidos e onde seremos seguidos por muitos outros” (Knafou, 2001: 64).

De Coimbra para o Rio Grande do Sul: análise de passaportes, 1881-1889

Revista de História da Sociedade e da Cultura

O presente estudo tem como principal objetivo apresentar a análise de registros de passaportes do distrito de Coimbra cujos titulares pretendiam viajar/emigrar para a província brasileira do Rio Grande do Sul entre 1881 e 1889. Apesar da vasta bibliografia existente a respeito da emigração portuguesa para o Brasil nos séculos XIX e XX, ainda são poucos os trabalhos que se centram no Rio Grande do Sul, local onde predomina o estudo das imigrações alemã e italiana. Foram analisados 396 registros de passaporte do Governo Civil de Coimbra, disponíveis no Arquivo da Universidade de Coimbra e no site FamilySearch. As principais conclusões a que foi possível chegar são: uma maioria absoluta de titulares do sexo masculino; a proximidade entre o número de casados e solteiros; o elevado índice de instrução para os parâmetros portugueses da segunda metade do século XIX; uma maioria de trabalhadores do mundo rural e indícios de uma realidade violenta.

O mapa do Entre Douro e Minho de Michel Lescolles de 1661

Face à urgente necessidade de prover a defesa do reino, aquando da Guerra da Restauração (1640-1668), a Coroa portuguesa contratou vários e notáveis militares estrangeiros, aos quais coube a importante tarefa de fortificar os pontos estratégicos ao longo da raia seca e do litoral. Os oficiais engenheiros procederam, também, a inúmeros levantamentos topográficos e foram responsáveis pela elaboração de alguns dos mais valiosos exemplares cartográficos sobre o território português, da segunda metade do século XVII. Entre os engenheiros militares franceses ao serviço de Portugal, destacou-se Michel de Lescolles, , fundador da "Academia" de Fortificação de Viana (da Foz do Lima), responsável pelas Iniciada a então denominada Guerra da Aclamação em finais de 1640 -na sequência do movimento de 1 de Dezembro que elevou ao trono português o então Duque de Bragança e agora D. João IV-a Província de Entre Douro e Minho converteu-se, desde logo, num dos teatros de operações ainda que os principais movimentos decorressem nas fronteiras do Alentejo e da Beira 2 . Esta situação motivou que fossem colocados, naquela província, vários oficiais estrangeiros com o intuito de aí procederem ao reforço da defesa da raia do Alto Minho, que seria assente na construção de uma ampla linha de pontos fortificados ao longo do curso do rio Minho 3 . Datam desta época (1640-1668) as obras efectuadas na cerca medieval de Melgaço e a construção de fortalezas abaluartadas em Monção, Valença, Vila Nova de Cerveira, Caminha e na ínsua da foz do rio Minho, juntamente com algumas obras de defesa costeira. Paralelamente aos trabalhos de fortificação, os engenheiros militares também foram responsáveis por efectuarem vários levantamentos corográficos, topográficos e cartográficos de carácter militar 4 . Ao longo da Guerra da Restauração foram vários os engenheiros militares estrangeiros que prestaram serviço em Portugal, chegando alguns a desempenhar a função de Enfermeiro-mor do Reino. Numa época em que a guerra era conduzida por militares profissionais e mercenários, alguns destes técnicos, mais tarde, também se colocaram ao serviço de Espanha 5 . Entre os vários engenheiros franceses ao serviço de Portugal destacamos o nome e a obra de Michel de Lescolles, na Província de Entre Douro e Minho 6 . Michel de Lescolles foi um dos primeiros oficiais franceses a chegar a Portugal logo após a Restauração da Independência. Aprovado no ofício de engenheiro, em 1643, sucedeu, nesse cargo, a um outro compatriota, Nicolau de Lille, na Província da Beira. Em seguida, terá trabalhado em Trásos-Montes e, dali, pediu transferência para o Rio de Janeiro, onde terá permanecido até 1652, tendo aí projectado algumas fortificações costeiras e traçado uma planta da cidade 7 . De regresso a Portugal, em 1653, foi indicado para trabalhar no Algarve mas, ao que tudo indica, nunca tomou posse desse cargo 8 . No ano seguinte, Lescolles foi colocado na Província de Entre Douro e Minho, iniciando, de imediato, a sua actividade de engenheiro militar, dirigindo a construção dos armazéns de Caminha e também da sua muralha "à moderna". Em 1656, em reconhecimento das suas competências, foi nomeado Mestre de Campo General, tendo-se estabelecido em Viana do Lima (actual Viana do Castelo), no período em que esta vila do Alto Minho adquiriu importância fundamental como centro coordenador e estratégico das movimentações militares na fronteira do Minho. As fortificações de Monção, Valença, Chaves, os fortins da Portela do Extremo, os fortes do Castelo do Queijo e de Leixões (Leça) nos arredores do Porto e, muito provavelmente, o sistema fortificado de Vila Nova de Cerveira e o Forte de Nossa Senhora da Conceição, constituem alguns exemplos de projectos concebidos pelo engenheiro francês 9 . "Lescolles" tal como o autor autografou o mapa que iremos analisar. Agradeço ao dr. António Maranhão Peixoto, director do Arquivo Municipal de Viana do Castelo, historiador e epigrafista, a sugestão por esta opção. fase de construção: os dois fortes nos arredores da cidade do Porto, S. João e o " Castelo do Queijo", o forte de S. João Baptista em Vila do Conde, Santiago da Barra em Viana e o forte da Ínsua na foz do rio Minho. Este mapa da província de Entre Douro e Minho, mais do que pioneiro na representação cartográfica desta província, representou um enorme contributo para a evolução da cartografia regional portuguesa. De facto, ao longo da segunda metade do século XVII, não são conhecidos outros exemplares cartográficos, nem manuscritos nem impressos, representando qualquer uma das províncias portuguesas no seu conjunto e mesmo a cartografia impressa de grande circulação de origem estrangeira, reportava-se, praticamente, à escala nacional. Neste período, circulavam entre nós inúmeros exemplares baseados no mapa de Portugal de Álvaro Seco (1560), publicado pelos mais importantes editores/gravadores norte europeus, ou os mapas baseados nos contributos mais recentes de Sanson d'Abbeville (1654) ou de Pedro Teixeira de Albernaz (1662), mas onde a Província de Entre Douro e Minho surgia integrada no conjunto de Portugal ou na sua metade Setentrional. Pese embora o contributo de Michel Lescolles, foi necessário esperar quase 70 anos, até

A SEMIOTIZAÇÃO DO ESPAÇO NA VIAGEM NA HESPANHA DE ANSELMO DE ANDRADE (1885

Resumo: Este artigo pretende abordar o espaço enquanto entidade simbólica, como produto social, objeto complexo e multifacetado, que a sociedade cria e recria materialmente, uma entidade física e definida, mas igualmente uma representação social em que operam indivíduos, grupos sociais, instituições e sobretudo narrativas. As narrativas de viagem contribuíram de forma primordial para a semiotização do espaço, isto é, para produzir sentidos através de um discurso estruturado, socialmente construído que veicula as nossas representações e práticas sociais e culturais. A semiótica do espaço permite perceber que os espaços turísticos têm uma dupla dimensão, subjetiva e objetiva, abstrata e concreta, real e imaginária, consciente e inconsciente, física e representação mental. Os espaços turísticos são objeto desta semiotização, pois os signos propalam-se e enraízam-se na nossa matriz cultural e social, reproduzem-se em guias turísticos e, literalizados e estandardizados, acabam por se transformar nos locais turísticos e nos itinerários frequentados pelos turistas atuais. Pretende, finalmente, contribuir para a compreensão deste processo de semiotização dos espaços turísticos espanhóis, através da abordagem da narrativa de viagens Viagem na Hespanha, monografia completa sobre o país vizinho, publicada pela primeira vez em 1885, por Anselmo de Andrade. Esta narrativa de viagens é um exemplo paradigmático deste processo de semiotização do espaço vivido e do espaço ficcionado, que se plasmam, em última análise num espaço terceiro, o espaço simbólico que constitui a nossa matriz social e cultural e que ainda hoje se cristaliza nos espaços turísticos que frequentamos.