Reflexos ultramarinos na heráldica da nobreza de Portugal (original) (raw)
2012, SEIXAS, Miguel Metelo de, “Reflexos ultramarinos na heráldica da nobreza de Portugal”, in RODRIGUES, Miguel Jasmins (coord.), Pequena Nobreza e Impérios Ibéricos de Antigo Regime, Lisboa, IICT, CHAM, DGA, 2012, p. 1-37
Antes de penetrar na análise dos eventuais reflexos ultramarinos nas armas da nobreza portuguesa, convirá realizar um sumário ponto de situação do que era a heráldica de família no início da expansão. O estudo da heráldica medieval portuguesa tem sofrido até ao presente, com algumas excepções, de um carácter lacunar quer no que respeita ao levantamento de fontes, quer à sua problematização e à construção de visões integradas e genéricas do fenómeno. O panorama, contudo, parece estar a mudar, como indiciam alguns estudos mais recentes; daí a incorporação dessa temática no âmbito do projecto de pós-doutoramento cuja prossecução iniciei, em conjunto, no Centro de História de Além-Mar e no Instituto de Estudos Medievais 1 Ao longo dos séculos XIII e XIV, construiu-se a ligação entre determinada insígnia e o respectivo apelido, ambos entendidos como forma de representação das linhagens então em fase de afirmação, segundo o modelo agnático. Na construção da identidade linhagística, tendeu pois a fixar-se uma relação entre a consciência da perpetuação genealógica vertical de uma família, e os dois principais elementos abstractos que permitiam a sua identificação: a onomástica e a heráldica.