Lares de Infância e Juventude (original) (raw)

Rede social pessoal de jovens acolhidos em Lares de Infância e Juventude

2016

PT / EN Objetivos: A rede social pessoal tem sido considerada um fator de proteção importante para lidar com a adversidade. Este estudo pretende caracterizar as redes sociais pessoais de jovens em regime de acolhimento prolongado, comparando os resultados segundo o sexo. Métodos: Participaram neste estudo 84 jovens, 49 raparigas e 35 rapazes, com idades entre os 12 e os 20 anos (M ± DP = 15,26 ± 2,17), acolhidos em 6 Lares de Infância e Juventude do distrito de Santarém (Portugal), tendo sido avaliados com o Instrumento de Análise da Rede Social Pessoal para caracterizar as dimensões estrutural, funcional e relacional-contextual das redes. Resultados: As redes dos jovens em situação de acolhimento residencial são constituídas, em média, por 12 elementos, são fragmentadas, diversificadas e predominantemente compostas por familiares. O nível de apoio social percebido é elevado, especialmente na função emocional e informativa, registando-se uma elevada satisfação com o suporte social. A frequência de contactos com os membros da rede associa-se à distância geográfica. Quanto à análise segundo o sexo, os rapazes apresentam redes ligeiramente maiores e valorizam mais as relações familiares que as raparigas (p < 0,05). As raparigas identificam mais elementos de famílias amigas (p < 0,05), tendem a identificar redes mais diversificadas e mais densas, assim como percebem as relações como sendo mais simétricas (p < 0,05). As raparigas identificam redes maioritariamente femininas e os rapazes tendencialmente masculinas (p < 0,01). Os rapazes percebem maiores níveis de apoio informativo (p = 0,031), companhia social (p = 0,040) e acesso a novos contactos (p = 0,001). Conclusões: Este estudo confirma a importância da família para os jovens em regime de acolhimento, apesar da distância, da frequência de contactos e dos motivos subjacentes ao acolhimento. Estas conclusões remetem-nos para a importância de perceber a perspetiva dos próprios jovens sobre as suas relações interpessoais, de forma a potenciar o suporte social informal e a planificar um processo de autonomização sustentado. ABSTRACT Aims: The social personal network has been considered an important protection factor when dealing with adversity. This study aims to characterize the social personal network of youngsters in foster homes during extended periods of time, by comparing the results according to sex. Method: Eighty-four young people participated in this study, 49 girls and 35 boys, aged between 12 and 20 years old (M = 15.26; SD = 2.17), living in 6 institutions of foster care from Santarém (Portugal). All were assessed through the Personal Social Networks Analysis Tool to characterize the structural, functional, and contextual/relational dimensions of networks. Results: The social network of youngsters in foster care are composed by 12 elements, in average, they are fragmented, diversified, and primarily composed of family members. The level of social support perception is high in the emotional and informative function, having a high satisfaction with social support. The contact frequency with the social network members is associated with the geographic distance. According to the sex, boys have networks slightly bigger than girls and they value more the family relations. Girls tend to identify more elements from “friend-families” (p < 0.05), they tend to identify more diverse and denser networks, and they see the relationships as more symmetric (p < 0.05). Girls identify networks mainly feminine and boys tendentiously masculine (p < 0.01). Boys recognize a higher level of informative support (p = 0.031), companionship (p = 0.040), and access to new contacts (p = 0.001). Conclusions: This study confirms the relevance of family to the young people in foster care, despite the distance, the frequency of contacts, and the underlying reasons that lead them to foster homes. These findings leads us to the importance of understanding the perspective from young people themselves about their interpersonal relationships, in order to enhance the informal social support and to plan a supported autonomization process.

Lazer e Juventude

Licere, 2015

RESUMO: Este artigo resulta de pesquisa sobre as relações risco que envolvem o lazer da juventude em danceterias no contexto urbano, tendo como objeto de análise o desastre na boate KISS. Utilizamos como caminho metodológico a análise documental do "Inquérito Policial da Boate KISS" e de matérias da mídia impressa "Diário de Santa Maria" por meio dos pressupostos da Análise de Conteúdo. Identificamos que o tema "segurança e risco no lazer da juventude" não pode ser ignorado e/ou banalizado; que os empreendimentos de lazer privado não são sinônimo de segurança; que as normas de segurança pública esvanecem em detrimento do lucro; e que a centralidade da vivência do lazer em danceterias deve ser o encontro e a fruição dos sujeitos sociais.

Justiça Restaurativa da Infância e Juventude

Centro Talcott de Direito e Justiça, 2002

A aplicação das Câmaras Restaurativas, assim, não apenas encontraria respaldo no modelo jurídico, que pode empresar força executória às deliberações da câmara – observados os limites e as medidas do Estatuto, mas também no modelo organizacional – com os centros de atendimento inicial integrado como suporte para apresentação dos casos em tempo real. Mais do que isso, qualificaria o conteúdo democrático e construtivo da definição da sanção, de modo que está poderá resultar melhor adequada ao perfil do infrator, sua capacidade de cumprir e às circunstâncias reais da prática da infração.

O caso do lar de menores e jovens de Castelo Branco

2011

A juventude é um dos grupos sociais que mais facilmente poderá entrar na espiral da exclusão social, devido à ubiquidade dos riscos e incertezas que caracterizam a contemporaneidade. As trajectórias para a vida adulta dos jovens são cada vez mais fragmentadas em relação aos seus ascendentes. Neste contexto, o capital social é visto por alguns como a solução mágica para todos os problemas da actualidade, significando, para outros, a desresponsabilização do Estado. O ponto de partida deste estudo resume-se à seguinte interrogação: num quadro de exclusão social, risco e vulnerabilidade, qual o capital social dos adolescentes do «Lar de Menores e Jovens de Castelo Branco»? Através de um estudo de caso de 9 jovens do sexo masculino, institucionalizados, ao abrigo da medida de promoção e protecção de menores, designada «acolhimento em instituição» tentar-se-á apreender a conexidade de influências entre a representação social do risco, a exclusão e o capital social. Conclui-se, finalmente,...

Infâncias rurais

Tematicas, 2018

Quando atentamos para a importância das crianças e das infâncias na história do fazer acadêmico, somos levados a admitir que ambas foram, durante muito tempo, tanto ignoradas quanto silenciadas nas pesquisas científicas. Ao dizer isso, estamos destacando que, de forma geral, as próprias crianças demoraram a despontar como ‘sujeitos’ legítimos dasinfâncias nas pesquisas, embora tenham estado muito presentes como ‘objetos’ em investigações das ciências médicas, pedagógicas, psicológicas etc. Em alguma medida, mas real e menos poética, era como se as crianças e as infâncias “estivessem não estando”.

Adolescência e lampejos

Estilos da Clinica

Este artigo parte da análise de algumas falas de adolescentes em situação de privação de liberdade, bem como de enunciados que recolhemos da cultura; na sequência, refletimos sobre a violência juvenil como uma maneira de recusar reduzir suas manifestações às lógicas criminalizantes, individualizantes e patologizantes. Compartilhamos também algumas problematizações que foram surgindo frente aos desafios e impasses que vivenciamos enquanto pesquisadores em psicanálise no campo socioeducativo: de que modo não sucumbir aos discursos que buscam fixar os jovens da socioeducação unicamente na posição de menores infratores? Como sustentar uma escuta baseada em uma política subversiva quando nos deparamos com uma sociedade fortemente atravessada por lógicas normatizantes? Essas e outras questões foram trabalhadas a partir do enlace entre a dimensão ético-política da psicanálise, a política das sobrevivências proposta por Didi-Huberman e o conceito de ralé proposto por Hannah Arendt.

Cenários da Infância

Susana Rangel Vieira da Cunha, 2007

As fotografias acima poderiam ser de qualquer instituição de Educação Infantil, em qualquer lugar do Brasil com uma proposta pedagógica baseada em pressupostos Sócio-Interacionista, ou das Pedagogias Críticas, Projetos de Trabalho ou mesmo uma pedagogia tradicional, entre outras abordagens educativas.Também poderiam ser da minha sala de Jardim de Infância que cursei no início dos anos 60 em uma pequena cidade do interior do RGS ou poderia ser de uma escola infantil de hoje, A pergunta que faço é: Como e por que há tanta semelhança nos espaços educativos da Educação Infantil apesar das diferenças sociais, culturais e pedagógicas das instituições? Diante da multiplicidade dos contextos pedagógicos me perguntava: O que sustentava as semelhanças e similitudes destas ambiências? Como as ambiências da educação infantil dos diferentes contextos pedagógicos, repetem seus padrões visuais e suas formas de organizá-los? Como a sala do 1 Professora e pesquisadora da Faculdade de Educação da UFRGS na área de Educação Infantil, Artes Visuais e Cultura Visual. Licenciada em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes, Mestre e Doutora em Educação pela Faculdade de Educação/UFRGS. "meu" Jardim da Infância dos anos 60 estava transposta na sala de uma escola infantil da Vila Elisabeth em Porto Alegre ou em qualquer lugar do Brasil? Desde que comecei meu trabalho como supervisora de estágio de Educação Infantil na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1997, o que mais me surpreendia, e ainda me surpreende, era o aspecto decorativo das escolas infantis e