Mediação Cultural, Vozes e Intertextos Nas Escolhas Tradutórias De Como Água Para Chocolate (original) (raw)
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O Intérprete-tradutor como Mediador Intercultural
Revist ade Administração Pública de Macau, 2020
I. Esclarecimento em torno do conceito de "intercultural" O novíssimo compromisso das sociedades democráticas é a construção da escola intercultural em contexto educativo multicultural ou o "dilema pluralista" da educação, como o designou Bullivant (1981). 1 E dilema porque, de facto, a grande questão que se coloca a todos os sistemas educativos de todos os povos e nações é como fazer para celebrar o pluralismo cultural, decorrente da globalização/mundialização, dos fluxos migratórias interfronteiriços e da internacionalização do business, e manter, ao mesmo tempo, a unidade e a coesão sociais e até nacionais. Por outras palavras, tal "dilema pluralista" pretende fundamentalmente encontrar resposta para a questão seguinte: que projectos educativos conceber que se dirijam tanto à diversidade como à unidade de um país? (Rocha, 1998). 2 Naturalmente que a questão é complexa, porque mesmo a aparente unidade de ensino em muitos países revela-se muito particularista e diferenciadora de escola para escola, pois existem escolas organizadas em função do sexo, da classe social, da religião, dos resultados académicos, etc. Cada grupo social que inscreve os filhos em determinada escola tem em mente perpetuar os seus valores, conhecimentos, formas de estar e mundividências; e mesmo quando algumas * Investigador. Doutor em Educação e Interculturalidade.
Entre o banquete e o corpo: uma possível leitura carnavalizante de “como agua para chocolate”
Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades, 2016
Partindo da definição do próprio Bakhtin, de que a carnavalização é “a transposição do espírito carnavalesco para a arte”, com este artigo tem-se o interesse de indicar os elementos carnavalizantes na obra Como Agua para Chocolate, da autora mexicana Laura Esquivel, analisando elementos emblemáticos ressaltados pelo estudioso russo na obra de Rabelais, como o banquete, a comida, a bebida, os atos de excretar, copular, parir, bem como os elementos naturais, a indefinição das fronteiras entre o corpo e o mundo, tão presentes no medievo. Esses elementos são utilizados pela autora com a finalidade de também jogar com o alto e o baixo, questionar a ordem e a posição do discurso oficial e das instituições, nos oferecendo um fantástico “banquete” metafórico que brinca com a relatividade da verdade e com o papel do marginal, do impróprio e do secular como elementos constituintes essenciais da vida.
Mediação Cultural Em Meio a Controvérsias
Palíndromo
na área de História e Teoria da Educação em Artes Visuais. Doutor em Educação pela FE/USP; mestre em Educação pela FE/UFG; especialista em Arte Contemporânea e bacharel em Artes Visuais pela FAV/UFG. Integra a rede Another Roadmap for Arts Education desde 2015. É pesquisador associado do Centre for the Study of the Networked Image (CSNI) da London South Bank University (LSBU), desde 2018, onde atualmente desenvolve pesquisa de pós-doutorado.
Sujeitos em Diálogos nos Processos Interculturais
Este texto discute a interculturalidade como processo, no qual se torna primordial o entendimento da presença dos sujeitos em interação. Quando falamos em interculturalidade, expressamos, na realidade, um encontro entre culturas. Ao entendermos interculturalidade como globalização e compreender seu impacto na sociedade e também nas relações interpessoais, nós observamos que esse olhar remete a questões de diálogo e, naturalmente, ao entendimento para ação. Há um movimento da organização muito mais no sentido de buscar interações e transações, do que efetivamente manter o nível informacional em evidência e sob controle. Essa é uma prerrogativa que oferece distinção para a comunicação ao revelar os sujeitos em diálogos.
A Tradução como Mediação Cultural em Rise of the Tomb Raider
PAPER - RESUMO Através da análise da versão em português brasileiro do jogo para videogames Rise of The Tomb Raider (Crystal Dynamics/Square Enix, 2015), este artigo buscou compreender o papel da tradução nos videogames enquanto mediação cultural. Pela grande oferta de títulos disponíveis para videogames, a disponibilidade de jogos traduzidos promove o acesso e consumo desses jogos pelo público brasileiro, que se destaca por ser um dos principais consumidores no mercado de games no mundo. Por se tratar de um produto cultural, produzido originalmente em uma dada língua, mas publicado para vários públicos e de diferentes aspectos culturais, a mediação promovida pela tradução estabelece as vias de contato entre um produto original com públicos distintos, das quais surge uma nova versão do jogo com novas possibilidades de experiência. Para o entendimento desse processo num caso específico para o público do Brasil, foram identificados os aspectos da tradução enquanto atividade componente da indústria de localização de games, que tem por finalidade fazer todas as modificações pertinentes para publicar um jogo no mercado internacional para públicos culturalmente diversos. A função da tradução foi observada como uma mediação cultural, para dar vistas dessa atividade que tem o jogo de videogame como o seu centro de mediação, que caminha partindo do desenvolvimento de um jogo em inglês até chegar ao jogador brasileiro. Por fim, foram analisados elementos do texto narrativo do jogo Rise of The Tomb Raider para identificar as mudanças entre o jogo original em inglês e a versão traduzida para o português brasileiro, a fim de destacar os resultados desse tipo de mediação. Após a análise, conclui-se que a mediação tradutória proporciona uma nova experiência de jogo através das modificações do texto narrativo. Palavras-chave: tradução, mediação cultural, videogames, rise of the tomb raider.
Casais interculturais entre tradição e tradução
Casais interculturais entre tradicao e tradução , 2022
43 Pesquisadora integrante do grupo Diaspotics, na a rea de Comunicaça o e Cultura e Psicologia Social. Mestre em Psicossociologia de Comunidades pela UFRJ, com bolsa CAPES. Possui graduaça o em Comunicaça o pela Escola Superior Propaganda Marketing. Possui MBA em Gesta o Empresarial e Marketing pela ESPM.
Doce, Proibido, Tentador: A Quaternidade Mítica E O Papel Da Comida No Filme Chocolate
Ação Midiática – Estudos em Comunicação, Sociedade e Cultura., 2019
O presente trabalho busca analisar, sob a ótica da teoria da quaternidade mítica proposta por Canevacci (1990), o papel da comida e o seu poder impulsionador da sociabilidade no filme Chocolate (Lasse Hallström, 2000). Partindo da metodologia de análise fílmica proposta por Vanoye e Goliot-Lété (1994), buscamos identificar no componente diegético do filme os vínculos dos personagens com o chocolate, por meio de um referencial teórico que encara a comida como objeto de ligação social e mediador das práticas entre os sujeitos. As relações entre os arquétipos propostos por Canevacci (1990) são moldadas e modificadas pela inserção do chocolate e suas significações no ambiente conservador da obra, já que o doce atua como item de desejo, repulsa, pecado e modificação gregária e identitária ao longo do filme. Os resultados indicam a quaternidade mítica como elemento coesivo da estrutura diegética do filme, com evidente destaque para a capacidade dos hábitos alimentares de criar, reafirmar ...
PERcursos Linguísticos, 2019
Este estudo analisa o estilo de quatro tradutores do portugues europeu de Heart of Darkness , por meio de investigacao eletronica das escolhas lexicais referentes aos pares de contrastes presentes na obra. Esses pares de contrastes sao deliberadamente utilizados pelo autor do texto-fonte para criar um clima de ambiguidade, sendo este um dos principais temas identificados por pesquisadores (STUBBS, 2003, 2005; TURCI, 2007). Alguns criticos literarios julgam a obra de Conrad como racista, outros dizem ser uma obra que denuncia o racismo. Turci (2007) investiga o lema Dark * para verificar se as palavras derivadas desse lema foram utilizadas na obra para descrever imagens da Inglaterra ou da Africa. Este estudo parte das investigacoes de Stubbs (2003, 2005) e Turci (2007), para identificar se escolhas lexicais relacionadas aos pares de contrastes, e atribuidas aqui como tracos de estilo dos tradutores, interferiram na descricao das relacoes raciais ou nao nas traducoes. O estudo se fun...