Mercados, Estado e Oportunidade Social (original) (raw)
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Estado, mercado, estatais e concorrência: "modos de fazer"
Conjur, A Terra é Redonda - eppur si muove..., 2021
Estado, mercado, estatais e concorrência: "modos de fazer" Os mercados não são meros espaços nos quais decisões lógicas são tomadas por agentes racionais, sendo tais interações entre demanda e oferta passíveis de tradução em gráficos, tal qual a caricatura da economia neoclássica e suas variações incutem rotineiramente no debate público. Mercados são instituições sociais, determinadas por cultura enraizada e variável, distintas detenções de poder e por específica e dinâmica disciplina jurídica. A percepção de que "o mercado é uma instituição jurídica" ou de que "o capitalismo é um modo de produção jurídico" são muito mais próximas à realidade do que a caricatura dos agentes racionais buscando suas vantagens no fantástico mundo ceteris paribus. Por isso, a escolha de como organizar empresas estatais em uma economia como a nossa, em que sempre foi evidente (i) a ausência de apetite do capital privado nacional e estrangeiro pela assunção do grande risco tecnológico e, (ii) pelo contrário, sua grande predileção pelo investimento de baixo risco e alto rendimento expressado pelos serviços públicos cobertos por regime jurídico protetivo, é estratégica. Essa escolha termina por impactar, simultaneamente, o incentivo (i) ao aumento de escala e escopo dos investimentos em tecnologia e (ii) à democratização de utilidades básicas, diretamente vinculadas à dignidade humana e aos objetivos da República insculpidos no art. 3º. da Constituição Federal.
Mercados educacionais e a comunidade
Educação & Sociedade, 2003
RESUMO: Os defensores de abordagens baseadas no mercado para a educação invocam, às vezes, a necessidade de "empoderamento" (empowerment) das comunidades nas tomadas de decisão educacionais para justificar a reforma dos sistemas educacionais públicos convencionais. Com base em exemplos da Austrália, da Inglaterra e do País de Gales, da Nova Zelândia e dos EUA, este artigo explora as maneiras complexas e contraditórias como as políticas educacionais contemporâneas usam o conceito de envolvimento das comunidades. Ele demonstra mais ainda que o papel e o impacto do envolvimento das comunidades nas escolas nada têm de simples. O artigo conclui que, se o envolvimento das comunidades quer ter efeitos progressistas, ele deve ser articulado com uma política de educação democrática mais ampla.
Estado e mercado: Uma perspetiva institucionalista e relacional
Revista Crítica de Ciências Sociais, 2011
As relações estado/mercado carecem de uma visão holista das relações entre as dinâmicas materiais e relacionais da sociedade, por um lado, e entre estas e as dinâmicas institucionais, por outro. sendo o estado a-instituição-das-instituições, ele comporta mecanismos essenciais à própria existência de mercados, que não são dados "naturais". Conceber o estado, o mercado e a sociedade como entidades opostas é, pois, errado. Certeira é a perspetiva institucionalista que, ancorada em Polanyi, propõe uma abordagem política do estado e do mercado. As economias são, de facto, sistemas institucionais de produção onde, aliás, a espessura material do estado enquanto organização e administração é relevante. Por isso, a perspetiva institucionalista precisa de ser refinada, para mostrar que o estado não é só uma entidade político-jurídica. esta é uma das finalidades centrais deste texto. Palavras-chave: estado; economia política; institucionalismo; instituições; mercado; relação estado-mercado. É nossa opinião que a vida económica pode ser compreendida muito mais claramente se houver um esforço para analisá-la integralmente.
Mercado, Estado e Desenvolvimento Econômico Na Economia Institucional
RDE. Revista de Desenvolvimento Econômico, 2023
RESUMO Este trabalho tem por objetivo discutir sobre as categorias mercado e Estado e o processo de mudança institucional no arcabouço teórico e analítico da Economia Institucional de Geoffrey Martin Hodgson e Ha-Joon Chang. De acordo com Jameson (2006), tais autores compõe a Nova Antiga Economia Institucional. No que se refere a metodologia, foi adotado uma abordagem qualitativa, fazendo-se uso de uma pesquisa bibliográfica. Verificou-se que a Economia Institucional não possui uma estrutura teórica universal que relaciona a uma escolha racional, gerando uma teoria de preços e bem-estar econômico. Contudo, sua construção pressupõe outros elementos para revelar como grupos específicos de hábitos compartilhados estão enraizados em instituições sociais. Assim, tal abordagem coloca as instituições no centro de análise ao invés do indivíduo, dado sua importância na evolução da sociedade.
relações entre Estado, mercado e sociedade
Após uma década de "modernização do setor público" na Alemanha, é hora de se fazer um balanço sobre a experiência. E constata-se que as administrações públicas se tornaram mais empresariais, menos onerosas e, em geral, mais eficientes; raramente, porém, mais simpáticas aos cidadãos. Em outras palavras, as fronteiras -entre os órgãos públicos e os cidadãos, entre os setores público e privado -de fato receberam novos contornos, com base na privatização e na terceirização; mas as novas bases não se revelaram favoráveis aos cidadãos.