Historias mestizas en el Tucumán colonial y las pampas (siglos XVII-XIX) (original) (raw)
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Arquivos e rituais no Tucumán colonial: o legado de Mariza Peirano em contextos inesperados
Este artigo examina os alcances da proposta de Mariza Peirano sobre a etnografia e a abordagem etnográfica dos rituais. Para tanto, interroga parte de sua obra escrita e se coloca em diálogo com seu papel de orientadora, o que revela um legado intelectual que traspassou fronteiras nacionais e temporais. Com esse objetivo, baseada em minha própria experiência como orientanda e leitora de seus textos, reconstruo o modo em que seus aportes influenciaram uma pesquisa etnográfica enfocada no estudo da dimensão ritual do poder na sociedade hispânica colonial. Nesse exercício, o vínculo de orientação em antropologia vira também tema de reflexão.
RESUMO: Neste artigo busca-se analisar a materialidade e parte da trajetória de duas imagens seiscentistas em terracota -uma de Nossa Senhora da Conceição e outra de Nossa Senhora da Consolação -que se tornaram, respectivamente, a Virgen de Luján, padroeira da Argentina, e a Virgen de Sumampa. Ambas são compreendidas aqui como entrelaçadas nas variadas redes e conexões estabelecidas entre a América portuguesa e espanhola, nos espaços contíguos da América Meridional na primeira metade do século XVII. No texto, discute-se uma possível procedência "paulista" dessas imagens, o que, para além de uma aparente casualidade, atesta como o grande "espaço peruano", articulado por Potosí, incluía também distintas regiões da América portuguesa. É nesse espaço ampliado, marcado pelo tráfego de pessoas, mercadorias e objetos atrelados às redes comerciais de contrabando, que acompanhamos os percursos dessas duas imagens, buscando visualizar como elas ganharam sentidos peculiares em ambientes e contextos diversos. PALAVRAS-CHAVE: Virgem de Luján. Virgem de Sumampa. Circulação. Contrabando. América Meridional.
Signum, 2018
Os estudos medievais no Brasil ainda levam em muita pouca consideração a documentação arqueológica, sendo ainda quase que exclusivamente feita a partir de fontes textuais. Por outro lado, são raros também os trabalhos que se dediquem ao tema dos estudos camponeses durante a Alta Idade Média. Assim, foi produzida esta resenha no sentido de divulgar entre as(os) medievalistas brasileiras(os) um trabalho que promove uma análise das sociedades camponesas ibéricas entre o V e VIII. A obra Arqueología de las sociedades campesinas en la cuenca del Duero durante la Primera Alta Edad Media de Carlos Tejerizo García foi publicada em 2017 e é um dos volumes da importante coleção Documentos de Arqueología e Historia dirigida por Juan Antonio Quirrós Castillo. Trata-se de um livro que oferece uma contribuição fundamental para o entendimento das sociedades camponesas altomedievais.
Revista Brasileira de História & Ciências Sociais
A ocupação das áreas indígenas do Pampa pelo Estado argentino foi derivada de um longo processo marcado por conflitos e pela capacidade indígena de negociação e adaptação às diferentes realidades políticas do século XIX. Juan Manuel de Rosas, governador da província de Buenos Aires, colocou os tratados interétnicos como uma das principais formas de manutenção da paz na fronteira com os índios, quando não era possível a incorporação territorial pelos crioulos. Chamada de “Negócio Pacífico de Índios”, essa forma de negociação que mesclava diplomacia e conflito terminou por fortalecer alguns personagens indígenas, como o longko salinero Juan Calfulcurá, que soube habilmente conduzir o diálogo com os crioulos. Essa dinâmica de interações durou com maior ou menor intensidade até a década de 1870, quando a consolidação do Estado nacional na Argentina modificou a tônica das relações com os índios do Pampa, colocando o conflito como única via para a incorporação territorial.
Waman Poma de Ayala, um autor indígena do século XVII
TECCOGS, 2022
Resumo: No presente artigo, apresentamos os resultados parciais do atual ciclo do projeto de extensão "ReCânone, Oficina Permanente de Tradução, Legendado e Interpretação de Materiais Indígenas, Afrodiaspóricos e Latinxs" da Universidade Federal de Rio Grande do Norte/Brasil, que objetiva trabalhar com traduções culturalmente situadas de alguns registros elaborados no território do atual Peru pelo cronista indígena Waman Poma de Ayala, quem produziu sua obra "Nova Crônica e Bom Governo" (Nueva corónica y buen gobierno) entre finais do século XVI e inícios do século XVII. A partir de uma leitura crítica e reflexiva de algumas imagens e textos escritos que as acompanham, se oferece uma proposta inicial da "Opera Aperta" que resulta ser a obra de Waman Poma. Os textos visuais e escritos apresentados encontram-se em processo de serem submetidos a tradução entrecultural: compreendemos-os inicialmente como campos semânticos escrito-visuais que nos estimulam a tecer uma história a contrapelo das imposições coloniais. Assim, aproveitamos alguns materiais elaborados pelo cronista explorando o estatuto do antropocentrismo e suas implicâncias ambientais, ontológicas e epistemológicas. Aproveitamos nessa crítica a abordagem conceitual do Colonialoceno, que 1 PhD em Antropologia (UnB). Professora Adjunta DAN e PPGAS/UFRN. Feminista e tradutora, atua nas áreas de Direitos Humanos, Corpo, Gênero, Raça/Etnicidade, Saúde Coletiva, Metodologias da Pesquisa e Tradução Entrecultural desde a perspectiva das Epistemologias do Sul.
A aventura etnográfica de Curt Nimuendajú
Este artigo analisa a vocação etnográfica de Curt Nimuen-dajú, tendo como objetivo revelar as referências que o orientaram na condução do seu trabalho de campo. As partir dos dados biográficos acerca de sua infância e juventude na Alemanha, bem como das pistas encontradas nos seus primeiros escritos, sustenta-se a hipótese de que uma clássica literatura western foi fundamental para a construção da sensibilidade etnográfica deste pesquisador, pois, combinando as emoções de um viajante aventureiro com as ambições de um “homem da ciência”, Curt Nimuendajú transformou a experiência de comunhão e conversão indígena – tão própria dos clássicos de aventura –, em uma das suas prerrogativas metodológicas, e assim, complementou a prática metodológica da “Moderne Ethnologie”– de observação in loco e crítica histórica – com aquilo que poderíamos identificar como um pioneiro espírito “ going native”.
Cultura obrera y procesos de politización en el sur tucumano. Las historias de María y Juan
Una mirada crítica desde la izquierda : homenaje a Luz Felipe Falcão, 2021
¿Cuándo y por qué se rebelan los seres humanos? Con esta pregunta Pablo Pozzi (2015) abre un universo de problemas para los cuales, sostiene, no es posible dar una respuesta abstracta. Sí algunas indicaciones sobre cómo buscar respuestas, que serán siempre históricas, situadas. Nos advierte contra modelos explicativos que presuponen a la “gente común” por fuera del quehacer político, un lugar al que llegan cuando influencias externas les “revelan” o les hacen tomar conciencia de las injustas condiciones en las que viven. Propone, en cambio, invertir los términos de nuestra observación y análisis para estudiar la politización como un proceso social complejo, que tiene como punto de partida irreemplazable la experiencia práctica de la clase. Es allí donde se forjan valores, sentimientos, percepciones y pautas culturales que resultan centrales para comprender los procesos de definición e identificación cultural, política y social de los sujetos. Pero la propuesta no es solo invertir aquello que aparece “cabeza abajo” porque ubicar el proceso de politización en el plano de la experiencia cotidiana no significa negar poder a las propuestas políticas (organizativas) y sus expresiones programáticas más explícitas. Significa, en cambio, comprender que existe una relación dinámica y compleja entre ambas instancias, relación que no es de exterioridad. ¿Cómo acceder, entonces, a esos valores, sentimientos y percepciones que surgen de la experiencia concreta de la clase obrera? El trabajo de Luiz Felipe Falcao (2013) resulta especialmente iluminador en este aspecto. Su investigación sobre los procesos de resistencia a la dictadura cívico militar iniciada en Brasil en 1964 pone de relieve la potencia de la Historia Oral como herramienta para conocer las pautas culturales que orientaron las prácticas de los sujetos y construyeron su camino de politización. Con estas indicaciones como norte, este capítulo analiza las historias de vida de Juan y María. Trabajaremos con dos testimonios realizados en 2012 que forman parte de un conjunto más amplio de entrevistas a trabajadores tucumanos realizadas en el marco de nuestro trabajo de investigación. Ambos militaron en la Juventud Peronista en la década del setenta y son hijos de familias obreras oriundas de Río Seco, uno de los tantos pueblos azucareros que había en Tucumán, Argentina.
Resistência e protagonismo indígena na Araucania e nos Pampas no século XIX
Trajetórias Americanas, v.1, 2022
A historiografia nacionalista relegou, via de regra, aos povos nativos da América o papel de vítimas de políticas assimilacionistas e de manipulações por parte dos hispanocriollos. No centro da análise de autores como Horacio Lara e Juan Carlos Walther, estava o conjunto de dispositivos legais criados com o objetivo de desarticular os espaços sociais e os territórios indígenas, de modo a reduzi-los ao controle estatal e a erradicar as diferenças culturais em relação aos “nacionais” de um dado país. Ao reforçar a vitória triunfal dos projetos que visavam ao extermínio físico e à eliminação dos sentimentos de comunhão étnica preexistentes às identidades nacionais, esta visão foi responsável por reproduzir discursos que buscavam negar sua superveniência enquanto alteridade.
Abrandando os brancos: Tapanhunos, mulatos e índios no Maranhão colonial (Século XVII)
Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), 2021
Apresenta-se a transcrição de uma denúncia inquisitorial recolhida nos sertões do rio Itapecuru, capitania do Maranhão, em finais do século XVII. O documento revela a experiência compartilhada da escravidão por indivíduos de origem diversa, que interagem para mitigar os males do cativeiro.
A Arqueologia dos Fermentados: a Etílica História dos Tupi-Guarani.
O consumo de bebidas fermentadas é geralmente negligenciado pela literatura arqueológica, que trata a questão como tema de interesse secundário (recreativo) na história das populações humanas. Entretanto, a literatura etnográfica das sociedades indígenas das terras baixas sul-americanas indica exatamente o oposto: é o alimento vegetal sólido e não alcoólico que tende a possuir um papel secundário na vida cotidiana e ritualística de diversos coletivos. Os dados arqueológicos aprofundam temporalmente essa relação entre o ser humano e os fermentados. Além disso, os vasos cerâmicos arqueológicos utilizados para o preparo e consumo desses fermentados são fundamentais para a compreensão de processos e eventos históricos que modelaram a dispersão de uma série de grupos pelo continente.