Perspectivas para o Futebol Feminino: Um estudo a partir do Pelotas/Phoenix (original) (raw)

JOGANDO COM AS FEMINILIDADES: UM ESTUDO ETNOGRáFICO EM UM TIME DE FUTSAL FEMININO DE PORTO ALEGRE 1*

Esse estudo aborda o associativismo esportivo de mulheres. Trata-se de uma investigação etnográfica desenvolvida no contexto de um time de futsal feminino, onde procuramos saber como e porque mulheres se associam para praticar um esporte socialmente considerado masculino, e como essa prática se insere nas suas vidas. Após um ano de observação participante (diários de campo) e realização de entrevistas , identificamos que a prática do futsal extrapola o jogo propriamente dito, sendo fortemente vinculada a questões de gênero e sexualidade presentes dentro e fora da quadra. Na relação com o esporte que elas escolheram praticar, esses temas se entrelaçavam no cotidiano das jogadoras, de forma heterogênea: se, por um lado, identificamos uma transgressão em relação aos padrões dominantes, por outro, também visualizamos a reprodução desses mesmos valores.

Diga adeus ao futebol feminino: novas perspectivas sobre o futebol

Falar sobre o futebol de mulheres é tarefa difícil quando são empreendidos esforços para aposentar um discurso circular e repetitivo com o qual se acostumou a apresentar essa modalidade como inferior. É preciso defrontar-se com uma nova perspectiva: o desafio na superação do que pode ser denominado como " discurso das ausências " (KESSLER, 2015) e uma renovada compreensão do futebol de mulheres brasileiro como prática esportiva que está constantemente a (re)fazer-se, a (re)criar-se.

QUESTÕES DE GÊNERO E O FUTEBOL FEMININO NO BRASIL

Através deste artigo serão discutidas questões de gênero, tendo como pano de fundo o futebol feminino no Brasil, não se preocupando com suas origens e sim com os esforços para a implantação do mesmo, até as conquistas de medalhas olímpicas, mostrando que a modalidade se firma cada vez mais no país, ocupando um universo que por muitas décadas foi território quase que exclusivo dos homens. O texto aborda o tenebroso caminho que o futebol feminino precisou trilhar para conseguir atingir o patamar de ser aceito pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pela Federação Internacional (FIFA), enfrentando o desinteresse por parte do público, a espetacularização dos primeiros jogos, o preconceito acerca da sexualidade das atletas, pois jogar futebol não era maneira “correta” de comportamento de futuras mães de família. Entre as frentes mais radicais contrárias a participação feminina no esporte mais popular do país, inclui uma carta de um cidadão chamado José Fuzeira, endereçada ao então Presidente Getúlio Vargas incitando idas para o sexo feminino a voto governamental à participação de mulheres em esportes que colocassem em risco seu “dom natural” de ser mãe, assim o futebol, entre outras modalidades de esforço ou contato foram proibidas por lei, que duraram quase quatro décadas, para as meninas e o futebol se inclui entre eles. Em voga a partir dos anos de 1970, a partir de novas maneiras de se ver (e escrever) a história, novos personagens, antes invisíveis, como negros, mulheres, crianças, camponeses, entre outros agentes sociais, começaram a ter voz e assim a história oficial passou e ser contestada e reescrita. Averiguaremos nesse trabalho como o futebol feminino se reencontrou no Brasil e mostrar de que modo, as barreiras estão sendo quebradas em relação à modalidade, já que o desempenho das meninas brasileiras em competições oficiais, sobretudo em mundiais e jogos olímpico atrai cada vez mais espectadores. PALAVRAS-CHAVE: Futebol. Questões de Gênero. Mulheres.

O interesse feminino pelo Futebol na escola

Revista Brasileira de Futsal e Futebol, 2020

O consenso de que o futebol é um dos conteúdos mais presentes nas aulas de Educação Física, nem sempre se aplica quando referido à prática feminina. Esse estudo tem como objetivo apresentar a perspectiva de alunas do Ensino Médio sobre o interesse na prática do Futebol feminino nas aulas de Educação Física nas escolas públicas estaduais do município de Santa Cruz do Rio Pardo-SP. Foi utilizado questionário com questões abertas e parcialmente abertas aplicado a 47 participantes. Utilizou-se como referencial pressupostos da teoria da relação com o saber proposta por Bernard Charlot. Foram utilizadas na pesquisa análise de conteúdo e análise quantitativa, descrevendo a frequência absoluta e relativa. Os resultados indicam que 70% das participantes passaram por experiências com o esporte na escola. Em relação ao interesse pela prática, sentimentos positivos como "gostar, achar legal e interessante" foram os principais motivos apontados, enquanto que, os sentimentos negativos, ...

Futebol De Mulheres e a Experiência De Campo

A Produção do Conhecimento nas Ciências Sociais Aplicadas, 2019

Este texto faz parte da dissertação do mestrado intitulada “Futebol além das quatro linhas: um estudo sobre a formação ‘profissional’ das jogadoras do EC Pelotas/Phoenix. Através deste tema nós iremos pontuar algumas peculiaridades que tivemos ao realizar uma pesquisa etnográfica no clube. O objetivo da pesquisa é entender essas construções e conjunturas que atravessam as carreira futebolísticas das jogadoras no sul do Brasil, mais precisamente na cidade de Pelotas/RS. Como conclusão, apesar da falta estrutural no futebol de mulheres na região, a sociabilidade e a paixão fazem com que elas driblem as dificuldades e acreditem numa futura carreira. Palavras-chave: Profissionalização. Futebol de mulheres. EC Pelotas/Phoenix.

De Espectadoras a Protagonistas - a Conquista Do Espaço Esportivo Pelas Mulheres

Movimento (ESEFID/UFRGS)

Quando refletimos sobre a participação feminina no esporte, na atualidade, percebemos a necessidade de resgatar o contexto histórico onde esse fato se deu. Isso porque o papel desempenhado pela mulher no esporte confunde-se e mescla-se com seu papel social na história da humanidade, história essa escrita e interpretada de um ponto de vista masculino. Nesse ensaio buscamos demonstrar que ainda que se negasse a mulher esteve presente no mundo da atividade física e do esporte desde a antigüidade, e que a sua presença nesses círculos esteve restrita ou ampliada de acordo com a necessidade ou vontade de quem detinha o poder. The necessity of comprehension about historie context of the Female participation in sport is necessary actually, mainly because maies interpretation about women roles in the humanity history. In this essay we discuss about the influence of power in women participation at physical activity and sports.

Resiliência: Uma Possibilidade de Adesão e Permanência na Prática do Futebol Feminino

Movimento (ESEFID/UFRGS), 2007

O presente trabalho investiga a possível existência de comportamento resiliente pelas meninas que praticam o futebol, tomando como amostra um grupo de meninas da classe pobre, praticantes da modalidade em Viçosa-MG. Diante das dificuldades encontradas para a adesão e permanência no futebol, comuns à classe social e ao gênero do grupo escolhido, acreditamos que a resiliência as mantém na prática, como recurso para a conquista de áreas de reserva masculina e participação no amplo movimento de emancipação social da mulher. A metodologia constou de observação partici pante, utilizando- se de anotações, fotografias e filmagens, que pudessem evidenciar o possível comportamento resiliente das meninas.

SAIAS E CHUTEIRAS, O PIONEIRO RADAR NO MEIO DO ESPORTE DE MACHO: O FUTEBOL FEMININO NO BRASIL E QUESTÕES DE GÊNERO

Através deste artigo serão discutidas questões de gênero, tendo como tema os esforços para a implantação do futebol feminino no Brasil, que aos poucos vai mostrando que chegou de vez para ocupar um espaço antes amplamente dominado pelo sexo masculino. O texto aborda o tenebroso caminho que precisou transpor enfrentando o desinteresse por parte do público, a espetacularização dos primeiros jogos, o preconceito acerca da sexualidade das atletas, pois jogar futebol não era maneira “correta” de comportamento de futuras mães de família. Entre estes percalços se inclui uma inusitada carta de um popular endereçada ao Presidente Getúlio Vargas pedindo a proibição ao futebol feminino e o fim do grande esquadrão do Esporte Clube Radar, pioneiro na fase competitiva do esporte e que foi desativado por falta de adversários e patrocínios, mas que plantou a semente que agora está dando frutos e nos deixou como legado, o fato de que as mulheres também podem (e devem) se aventurar pelos gramados do “País do Futebol”. Será analisado o pouco material existente sobre o assunto no intuito de ressaltar o papel da mulher que pratica o esporte e mostrar como algumas barreiras estão sendo quebradas em relação a prática feminina no futebol que ganha atenção especial neste ano de 2012, em virtude da disputa dos Jogos Olímpicos a serem realizados em Londres. PALAVRAS-CHAVE: Futebol Feminino. Gênero. E.C. Radar