Equilíbrio, Conhecimento e a Não Neutralidade Da Moeda Em Hayek (original) (raw)

Equilíbrio, coordenação e conhecimento: um estudo sobre a questão monetária em Hayek

2007

This study aims at stressing the connection between Hayek's trade cycle theory and his later perception of the problem of knowledge. Furthermore, an attempt is made to show how this discovery may clarify the author's comprehension of the role of money in the economic system. The period under analysis ranges from the late 1920s to the end of the following decade. It is argued that the tensions at work in Hayek's monetary theory led his attention towards the criticism of the concepts of equilibrium and perfect knowledge. The organization of the monetary system, based on credit, generates a distortion in the price system, barring the compatibility between the actions of producers and consumers. Such conflict emerges due to the existence of an informational deficit which stems from the very functioning of the monetary system, which culminates in the occurrence of the trade cycle. In the effort to analyze this phenomenon, Hayek exposed the problems money poses to the attainment of the equilibrium for the economic system. Money and equilibrium would only be compatible with each other under extremely restrictive conditions. The main condition referred to a heroic supposition about the knowledge of individuals: for money to be neutral-that is, in order not to disturb the equilibrium-, individuals should be able to anticipate correctly all future movements of the prices of the economy. Finally, Hayek had the contribution of his peers' criticism, whose consideration came to allow his visualization of the problem of knowledge in the society.

Hayek – Economia e Conhecimento Tradutor – Rafael Hotz

1 A ambigüidade do título desse ensaio não é acidental. Seu assunto principal é, claro, o papel cujas suposições e proposições sobre o conhecimento possuído pelos diferentes membros da sociedade desempenha na análise econômica. Mas isso não está de maneira alguma desconectado da outra questão que poderia ser discutida com o mesmo título – até onde a análise econômica formal garante algum conhecimento sobre o que acontece no mundo real. De fato, minha contenda principal será que as tautologias, das quais a análise formal de equilíbrio essencialmente consiste, podem ser transformadas em proposições que não nos dizem nada sobre causas no mundo real a menos que sejamos capazes de preencher essas proposições formais com afirmações definitivas sobre como o conhecimento é adquirido e comunicado. Em resumo, eu argumentarei que o conteúdo empírico na teoria econômica – a única parte que não está meramente preocupada com as implicações, mas sim com as causas e efeitos e que leva então a conclusões as quais, de qualquer maneira em princípio, são capazes de verificação [1] – consiste em proposições sobre a obtenção de conhecimento. Talvez eu deva começar lhes lembrando do interessante fato de que em várias das tentativas mais recentes feitas em diferentes campos para levar a investigação teórica além dos limites da tradicional análise de equilíbrio, a resposta rapidamente se provou dependente de suposições as quais fazemos em relação a um ponto o qual, se não é idêntico ao meu, assim o é em parte, isto é, com relação à previsão. Eu creio que o campo no qual, como se é de esperar, a discussão das suposições relacionadas à previsão atraiu primeiro maior atenção foi o da teoria do risco [2]. O estímulo que foi exercido nessa conexão pelo trabalho de Frank H. Knight poderá ainda provar ter uma influência profunda fora de seu campo especial. Não muito depois as suposições a serem feitas com relação à previsão se provaram de importância fundamental para a solução dos problemas da teoria da competição imperfeita, as questões de duopólio e oligopólio. Desde então, ficou cada vez mais óbvio que, no tratamento de questões mais " dinâmicas " sobre dinheiro e flutuações industriais, as suposições a serem feitas sobre previsão e " antecipações " desempenham um papel igualmente central e que em particular os conceitos que dominaram essas áreas vindos da análise do equilíbrio puro, como aquele

A Importância Analítica Da Moeda Em Marx e Keynes

Análise Econômica

O trabalho procura destacar a importância analítica da moeda nos pensamentos heterodoxos de Marx e de Keynes, discutindo a possibilidade de complementaridade entre as duas visões. Para tanto, inicia definindo heterodoxia e destacando como a moeda é encarada pelo pensamento heterodoxo. Em seguida, salienta aspectos da visão de moeda como relação social em Marx e da visão de economia monetária da produção em Keynes, que permitem perceber a importância analítica que a moeda tem para as duas concepções. Finalmente, levanta diferenças de ordem teórica e discute a possibilidade de complementaridade entre as duas visões.

Ignorância e Intervenção em Hayek e Popper

Brazilian Journal of Political Economy

RESUMO No nascimento da economia moderna, há a afirmação de que o mundo social é um efeito não intencional de decisões e ações individuais, um ambiente de conhecimento limitado ou “ignorância”. No século XX, dois filósofos se destacaram no que diz respeito ao desenvolvimento dessa ideia Friedrich Hayek e Karl Popper. No entanto, não se pode afirmar com segurança que Popper e Hayek estavam em sintonia com as implicações da ignorância para a intervenção do governo na atividade econômica. Neste artigo, argumento que, em contraste com o liberal-conservador Hayek, Popper reconhece um importante papel legítimo do governo e da política democrática no aperfeiçoamento da vida social, precisamente por causa do problema do conhecimento limitado.

HAYEK E O DIREITO COMO INSTRUMENTO DA ECONOMIA

FRIEDRICH AUGUST VON HAYEK, nasceu em Viena, no dia 8 de maio de 1899 e morreu em Friburgo, Brisgóvia (Alemanha) em 23 de março de 1992. Apesar da importância e da grande atualidade de muitas de suas ideias, o pensamento de Hayek é pouco conhecido nos meios acadêmicos brasileiros. Assim, este artigo busca, ainda que de forma resumida, estabelecer alguns dos principais pontos da doutrina hayekiana da liberdade, com ênfase na suas ideias sobre economia e direito. PALAVRAS CHAVE: Economia, Direito, Liberalismo

Ortodoxia e Heterodoxia Monetárias: a Questão da Neutralidade da Moeda

The paper reviews the controversies on the neutrality/non neutrality of money in the History of Economic Thought establishing criteria for the classification of orthodoxy and heterodoxy, especially in what concerns monetary issues. The article emphasizes the non neutrality of money on the perspective of the Marxian monetary theory of inflation, making its point on the differences of the Monetarist theory of inflation.

Ortodoxia e Heterodoxia Monetária: a Questão da Neutralidade da Moeda

Brazilian Journal of Political Economy, 2004

RESUMO O artigo revisa as controvérsias sobre a neutralidade / não neutralidade da moeda na História do Pensamento Econômico, estabelecendo critérios para a classificação da ortodoxia e da heterodoxia, especialmente no que diz respeito às questões monetárias. O artigo enfatiza a não neutralidade da moeda sob a perspectiva da teoria monetária marxista da inflação, enfatizando as diferenças da teoria monetarista da inflação.

Hayek, Hicks e a ascensão do Walrasianismo *1

O artigo discute a origem e a evolução dos conceitos de equilíbrio e tempo que Hicks utilizou para interpretar a Teoria Geral de Keynes. O trabalho está organizado em duas partes. Na primeira, analisaram-se os trabalhos de Hayek. Examinaram-se sua concepção de equilíbrio intertemporal e projeto de desenvolver uma teoria dos ciclos. Por último, discutiram-se a implementação desse projeto e seus problemas. Na segunda parte, foi examinado como Hicks, ao refletir sobre os problemas da teoria de Hayek, desenvolveu seus próprios conceitos de equilíbrio e tempo.