Institucionalização infantil: revisão acerca da interação dos cuidadores com a criança (original) (raw)
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Perspectivas adotadas pelos cuidadores na interação com a criança institucionalizada
Revista de Enfermagem da UFSM, 2019
Objetivo: compreender as perspectivas do cuidador a partir de sua interação com as crianças institucionalizadas. Método: pesquisa qualitativa que utilizou a Teoria Fundamentada nos Dados e o Interacionismo Simbólico para elaboração e análise dos dados. Os dados foram coletados de abril a julho de 2015, por meio de uma entrevista intensiva, com 15 cuidadoras em uma instituição de acolhimento infantil. Resultados: são apresentados em três categorias: Aprendendo a valorizar sua vida e sua família; Mudando a forma de ver e lidar com os outros; Percebendo a criança como ser capaz de mudar sua realidade. Considerações finais: identificou-se que na interação com a criança institucionalizada, a cuidadora passa a adotar novas formas de ver e agir no mundo, valorizando mais sua vida e sua família, além de desenvolver mais paciência, compaixão e amor por outras pessoas em condições de vulnerabilidade.
Vinculação em Crianças Institucionalizadas
2011
The aim of this work was to develop a research about attachment in institutionalized children. For this was made a research on scientific articles and theses. The analysis and discussion of the data points to: (1) the deprivation of parental care often has negative effects on institutional environment; (2) institutionalized children are lower secure and consistence, in the attachment representation; (3) the higher the caregivers' sensitivity the higher the security of attachment; (4) the lack of training of the caregivers can provide a negative influence in the establishment of the attachment; (5) the institutional context provides protective factors, and factors that suppress the normative children development at the same time; (6) there is evidence of intergenerational transmission of attachment styles; (7) children who incur some type of abuse have a higher probability to develop Reactive Attachment Disorder; (8) the care risk acts can provide higher levels of indiscriminate social behavior problems and conduct in the future; (9) the prevalence of RAD between children who have a history of abuse followed by institutionalization, seems to be increasing substantially; (10) the adoption allows the development of secure attachment.
O cotidiano do trabalho do cuidador da criança institucionalizada
Revista Enfermagem Atual In Derme
Objetivo: conhecer o cotidiano do trabalho de cuidado da criança institucionalizada sob a perspectiva dos cuidadores. Método: pesquisa qualitativa que utilizou o Interacionismo Simbólico como referencial teórico. Os dados foram coletados por meio de entrevista com 15 cuidadoras de crianças de 0 a 3 anos institucionalizadas, sendo analisados por meio da análise de conteúdo convencional. Resultados: as cuidadoras apontam que a falta de estrutura física, material e jurídica interfere na qualidade dos cuidados prestados, além de impor sentimento de impotência e tristeza. Além disso, as deficiências na qualificação dificultam o trabalho do cuidado, pois faltam noções básicas para as cuidadoras que não possuem experiência com crianças. O trabalho em equipe possui pontos positivos, que favorecem a organização da assistência prestada, e negativos, que desestimulam o trabalho cotidiano. Considerações finais: acredita-se que o olhar cuidadoso para o contexto da institucionalização infantil po...
Representações dos cuidadores por crianças institucionalizadas: um modelo grounded
Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación, 2017
Neste estudo analisam-se as representações que as crianças institucionalizadas constroem sobre os cuidadores secundários. A informação foi recolhida através de entrevistas a oito crianças e os dados analisados de acordo com a Grounded Theory. Os resultados evidenciam seis categorias incluídas na categorial principal (Vinculação suportativa): “Competência emocional”, “Dimensão relacional”, “Aspetos da personalidade”, “Mundo interno”, “Desenvolvimento da autonomia e da diferenciação” e “Regulação emocional”. Estes resultados mostram que as crianças percecionam os cuidadores institucionais como disponíveis, reconhecendo a sua capacidade contentora e afetiva. Estabelecem com eles uma relação que parece funcionar como amortecedor das dificuldades vividas nas famílias de origem.
Este artigo discute aspectos das condições gerais em que 287 crianças foram encaminhadas, acolhidas e cuidadas em um abrigo infantil de Belém, entre 2004 e 2005. Os dados foram coletados por meio de consulta a fontes documentais e entrevista semi-estruturada com técnicos do abrigo. Os resultados mostram que 34,84% das crianças que participaram da pesquisa foram encaminhadas ao abrigo antes de completar 1 ano de idade. Ademais, verificou-se que 9,4% das crianças fizeram do abrigo seu local de moradia por um período de tempo que variou de 1 a 6 anos. E aproximadamente 40,41% foram encaminhadas ao abrigo por uma conjunção de fatores relacionados às condições de privação material e emocional a que foram submetidas, geralmente desde o nascimento. O conjunto dos resultados obtidos demonstra que a institucionalização precoce e prolongada de crianças é apresentada como uma prática ainda freqüente nos dias atuais, entretanto o conhecimento acerca das condições gerais em que o acolhimento pel...
Relações de vinculação dos jovens institucionalizados com os cuidadores formais
Social Work Dissertation, 2013
In the attachment theory framework, one can establish attachment relationships throughout one's life. In the case of institutionalized youngsters, even though at first they seem to refuse new attachment relationships, these adolescents end up looking for them, if the person is perceived as a responsive, stable and supportive caregiver. The main goal of this study is to understand whether children and young people taken into Child and Youth Residential Care establish attachment relationships with formal caregivers and, if so, understand how that relationship is built. We have used the questionnaires Important People Interview (IPI; Kobak & Rosenthal, 2010) and Hierarquização das Figuras Significativas por Campos de Vida (HFSCV) (Hierarchization of Significant Figures by Life Fields), created to include the youngsters who consider not have developed attachment relations with Residential Care's formal caregivers. We have also conducted a semi-structured interview. Even though we used a quantitative methodology to process the results of the two inquiries, this research nevertheless privileges a qualitative approach, thorough the technique of analysis of interview content. The study was conducted at the “Comunidade Juvenil de São Francisco de Assis” residential care institution, in Coimbra, Portugal. It had the participation of 16 youngsters of both genders, with ages between 13 and 19 (M=16; SD=1,8), who had been staying at the home for two or more years, non-interrupted. These 16 adolescents are therefore the total sample for this study, and all of them were submitted to the first part (the quantitative approach) of the research. For the second part (the qualitative approach) we worked with a subsample of 11 youngsters, chosen from the initial sample of 16. Results suggest that most young people have indeed developed attachment relationships with residential care's formal caregivers, and most hierarchies of attachment figures were built based on familiarity and affection bonds with their formal caregivers. The subjects have highlighted understanding, trustworthiness and helpfulness as the features that best determine their preference regarding formal caregivers. We must note that the need for protection and support is what enables young people to look out for attachment figures the most. The current study suggests that it is possible for Child and Youth Residential Care to promote relationships similar to those developed in family environment and acts as repairing in what concerns attachment relationships.
Educamazonia, 2013
RESUMO : O afeto e a socialização são, respetivamente, faculdade e processo psicológico, cruciais ao desenvolvimento saudável de qualquer criança. Um e outro, assumem especial relevo quando nos debruçamos sobre a compreensão do seu papel na criança institucionalizada, motivo pelo qual realizámos um estudo de caso, a que chamamos de Maria Flor. Esta criança de 3 anos de idade, proveio de um ambiente familiar altamente disfuncional, onde foi vítima de episódios de maus-tratos e violência grave por parte dos progenitores. Com recurso a uma metodologia qualitativa de natureza exploratória e descritiva, operacionalizada através de entrevistas semiestruturadas aos cuidadores (Psicóloga e a Educadora Apoio) da Instituição de Acolhimento, avaliámos a importância dos afetos e da socialização no desenvolvimento e bem-estar da Maria Flor. Baseamo-nos, deste modo, na análise da opinião que as cuidadoras manifestam sobre o impacto da intervenção que realizaram. Os resultados parecem evidenciar que as atividades de estímulo de vinculação e de afeto, alicerçadas no respeito mútuo entre a Maria Flor e as cuidadoras, contribuíram para o seu desenvolvimento, nomeadamente para a promoção das suas capacidades cognitivas, de autoestima e de autoconfiança.