Cultura da visualidade e estratégias de (in)visibilidade (original) (raw)

A construção social da visibilidade

2017

F ORMULEI , ha cerca de trinta anos, uma proposta que tem diretamente a ver com o tema deste coloquio (Rodrigues 2001: 137-196). Entendia entao que os media constituem um campo proprio e asseguram a visibilidade dos demais campos sociais, no quadro da experiencia fragmen- tada moderna. Considerava que o campo dos media contribui para a mobilizacao do conjunto da sociedade por parte cada um dos outros campos, tendo em vista a inculcacao, a preservacao, o fortalecimento da sua ordem de valores propria e, no caso de essa ordem ter sido enfraquecida ou de algum modo posta em risco, o seu restabelecimento. Dava como exemplos de valores constitutivos de campos sociais a vida, a salvacao, a defesa do territorio, a justica, o poder, o saber. Falava de ordem de valores, porque em cada um dos campos assistimos a instituicao de uma hierarquia de posicoes em funcao da maior ou menor proximidade com a situacao limite em que esta em jogo a existencia do valor proprio desse campo. Ja me acusaram d...

"Vendo" Imagens: visualidades na cultura e na educação

Debates em Educação, 2022

As imagens instituem experiências visuais, modelam nossa percepção e apreciação sobre o mundo, portanto, são dispositivos produtores e reprodutores de subjetividades. Fundamentados pelos Estudos da Cultura Visual, da História da Arte e da Educação problematizamos: quais são os possíveis atravessamentos formativos das imagens na cultura e na educação? Com base em uma pesquisa de cunho bibliográfico propomos três movimentos a partir da proposição “vendo imagens” e da flexão dos verbos “ver”, “vender” e “vendar” imagens. Como resultado, nos aproximamos da imagem metafórica do/a curador/a como um mecanismo necessário de/para desvendar as imagens, sobretudo aquelas presentes nos espaços escolares, favorecendo a desnaturalização do olhar e a aprendizagem com e a partir das visualidades.

Cultura visual e marketing

2018

A conectividade entre cultura visual e marketing possibilita a concepcao de empresas e produtos com melhor aceitabilidade pelo publico, uma vez que os conceitos formulados sao estabelecidos a partir do estudo de habitos e preceitos dos consumidores focados. Desse modo, o texto perpassa pautando a importância dessa visao holistica na pesquisa e analise de dados, para posterior utilizacao dos resultados como solucao para as diversas questoes a serem relevadas na fomentacao de uma marca ou produto.

Estratégias comunicacionais e de visibilidade na Queermuseu

Temática, 2018

O objetivo deste trabalho é compreender a repercussão da exposição de arte Queermuseu – cartografias da diferença na arte brasileira, com foco nas estratégias de visibilidade e resistência após o encerramento antes do prazo estipulado no Santander Cultural, em Porto Alegre. Fundamentamos nos conceitos de redes sociais digitais, estratégias de comunicação e organização como espaço de fortalecimento das atividades de resistência. A partir de registros das publicações nas páginas do Facebook e entrevistas, selecionamos as estratégias e as formas de aproximação com os públicos. Evidenciamos que as redes sociais podem servir como potencialidade de desenvolvimento, aproximação dos indivíduos e de resistência, num momento em que avança a narrativa do silenciamento e de negação das lutas das minorias.Palavras-chave: Comunicação. Arte. Cultura. Redes sociais. Queermuseu. Visibilidade.

Políticas de visibilidade como fatos de afecção: Que ética para as visualidades?

Revista FAMECOS, 2011

O artigo relaciona o consumo das imagens às teorias da afecção de Spinoza. Assumindo entonação ensaística, problematiza a dimensão política e pergunta se uma Ética é possível para as visualidades. Como somos afetados e como, nós mesmos, afetamos as imagens? Qual a natureza das paixões iconoclastas e iconófilas e em que medida dialogam com embates epistêmicos fundadores do campo da comunicação? Imagens sensacionais, representações da violência aumentam ou diminuem nossa potência de agir? Por que motivos alimentamos, no consumo das visualidades, paixões infelizes?

Passeio do Olhar: Ciberestratégia de (In)Formação Visual

in: I Congresso Internacional de Design: Design, Arte e Novas Tecnologias: Caminhos, Intercâmbios e Fronteiras. ISCE - Instituto Superior de Ciências Educativas , Lisboa., 2006

De acordo com pressupostos que permitem compreender o desenvolvimento da história humana a partir da imagem, na medida em que esta determina pensamentos, conceitos e ações; e, considerando teorias sobre a sociedade tecnológica, a intenção é de refletir sobre o status da linguagem visual, especificamente sobre a importância do ensino e aprendizagem da leitura e escrita de imagens, de modo a (re)pensar o seu lugar na sociedade contemporânea -de conversão do mundo em bit e byte de dados, através da hibridização e convergência dos meios em ambientes virtuais. Como características de uma era ciber -de ciberespaço, cibercorpo, ciberdesign e outros vetores que surgem com a cibernética e o uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação -os ambientes virtuais, através de interfaces hipertextuais, solicitam que se compreenda tal fenômeno numa perspectiva interativa (instituído e instituinte). Movendo-se a partir de uma cibercultura, propõem refletir quanto à possíveis contribuições em relação a leitura e escrita de imagens. Tendo em vista um novo contexto de relacionamento e aprendizagem (interação e troca), e numa perspectiva que faz considerar o ciberespaço como "espaço sócio-cultural, multirreferencial de aprendizagem", em que o sujeito, potencialmente, produz e dissemina informação e conhecimento, através de um "passeio" do olhar, o que se pretende é apresentar uma estratégia de uso do ciberespaço no sentido de promover o desenvolvimento de uma (in)formação visual.

Publicidade, Visualidade e Retórica

De forma ampla, pode-se definir publicidade como uma ferramenta de divulgação e construção de imagem favorável para produtos e serviços, que tem como fins possíveis estimular a compra de um bem ou adoção de uma prática. Para atingir seus objetivos, as mensagens publicitárias utilizam a persuasão pela retórica.

Cultura visual na era da reprodutibilidade técnica da imagem

dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, 2012

O artigo estabelece uma relação de covariância entre o modo de conhecimento por meio de tipos e estereótipos e a intensificação e difusão maciça de imagens por meio de sua reprodutibilidade. Procura-se argumentar que, para além de um fenômeno pertinente ao mundo das imagens, a tipificação termina por substituir a experiência com o outro pela experiência com a imagem, ou seja, em lugar de mediar a experiência concreta, as imagens-tipo ficam em seu lugar, com consequências importantes, especialmente no que diz respeito aos discursos com forte carga ideológica, pedagógica e identitária.

IN-VISÍVEIS: novas táticas de militância artística

Sala Preta, 2017

No imaginário contemporâneo, o futuro é prefigurado mais frequentemente como uma distopia – marcada por condições de opressão, vigilância, privação – do que como formas utópicas que estimulavam a imaginação modernista. Aqui refletimos acerca da arte como dispositivo de resistência: quais táticas podem pôr em disputa os modos da vida em comum e modificá-los. Analisamos um acervo experimental de gestos estético-políticos (intervenções, instalações, performances site-specific) elaborados em grupo aberto de pesquisa artístico-acadêmica. Pode a arte destacar-se como ação de militância em nossas cidades-espetáculo saturadas por mídias normativas das condutas cotidianas? Como tais gestos podem deslocar as expectativas representacionais canônicas e inaugurar contra condutas na comunidade de espect-atores?