A(s) potencialidade(s) dos livros financeiros e contabilísticos para o estudo da Inquisição portuguesa (sécs. XVI-XIX), por Bruno Lopes, coord. João Costa & Daniel Melo (Lisboa, Biblioteca Nacional de Portugal, 3/6/2022, 16h, org. CHAM) (original) (raw)

Seminário Permanente «Leitura e Formas de Escrita», 2021-22

A historiografia inquisitorial é abundante, mas nem sempre a investigação tem procurado dialogar com toda a diversidade de fontes documentais, cenário que se torna mais expressivo quando observado a partir da história quantitativa ou do ponto de vista da contabilidade e finanças. Nenhuma instituição, de hoje ou do passado, consegue sobreviver e manter-se sem recursos financeiros. Assim, esta conversa tem por objetivo questionar a importância das fontes contabilísticas para o estudo da Inquisição. O seu foco centra-se nos tribunais metropolitanos do Santo Ofício, com sede em Coimbra, Évora e Lisboa, de que procuraremos dar uma perspetiva diacrónica. Procuraremos paralelamente alertar para o potencial da diversidade documental que o acervo da Inquisição representa, talvez um dos mais ricos para toda a Época Moderna. Apesar de algumas lacunas expressivas, o arquivo da Inquisição (na maioria à guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa) é um dos mais bem conservados e mais diversificados. Livros como os do registo de bens sequestrados e confiscados às mãos da Inquisição, dos gastos quotidianos dos presos, de despesas diversas, onde se incluem, por exemplo, a realização dos autos da fé ou as obras dos edifícios inquisitoriais, encerram possibilidades, que nem sempre tem sido explorado pela comunidade científica. É este o desafio desta conversa: demonstrar a(s) potencialidade(s) da documentação contabilística e financeira para o estudo da Inquisição. Sessão presencial (Sala de Formação da BNP) e online via Zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/87219003476?pwd=V1dUaithMGYzOE1kWHRUN0t6ZXByUT09 Bruno Lopes é investigador contratado do CITCEM – Centro de investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, desde janeiro de 2022. É doutor em História pela Universidade de Évora (2021), no âmbito do Programa Interuniversitário de Doutoramento em História (PIUDHist) com a tese «Os pilares financeiros da Inquisição portuguesa (1640-1773)». A sua área de especialização é a História Moderna, como foco no estudo do Santo Ofício. Tem-se preocupado em estudar a organização interna desta instituição e a forma como estava enraizada no território, procurando compreender as mudanças societais em que esteve envolvida. Os seus interesses mais recentes estão relacionados com a salvaguarda e a comunicação do património costeiro do Norte de Portugal, assim como com a reflexão em torno dos patrimónios difíceis e controversos. Coordenadores do encontro: Daniel Melo e João Costa Organizador: Grupo de Investigação «Leitura e formas de escrita», CHAM Créditos da imagem: Fólio avulso de registo de contas (séc. XVIII) - ANTT, Inquisição de Lisboa, mç. 12, doc. 10. Mais info: https://cham.fcsh.unl.pt/actividades-detalhe.php?p=1238 ou http://www.bnportugal.gov.pt/index.php?option=com\_content&view=article&id=1703%3Aciclo-de-seminarios-leitura-e-formas-de-escrita-03-junho-22-16h00&catid=173%3A2022&Itemid=1700&lang=pt