A maleabilidade das imagens digitais e a visualidade rastreável (original) (raw)

Velhinho & Reis 2020 - A maleabilidade das imagens digitais e a visualidade rastreável

Texto Digital: Revista de Literatura, Linguística, Educação e Artes, 2020

O substrato informacional das imagens digitais, a par da conectividade global, introduz novas dinâmicas que, além de derivações formais e discursivas, evocam um efeito de rede. Tais possibilidades de transcodificação, combinação e fluxo, aplicam-se aos diversos domínios da sociedade, incluindo as metodologias de estudo do visual. Com base em conceitos e exemplos, que cruzam arte, ciência e tecnologia, o artigo aborda como a mediação digital, assente em sistemas computacionais e em inteligência artificial utilizados como amplificação, técnica e estética, consolida o regime de visualidade contemporâneo, produto da sinergia entre o olhar humano e a visão artificial. Este estudo insere-se no âmbito da investigação doutoral em arte multimédia, com vista a desenvolver um modelo participativo de visualização de memórias coletivas.

A visualidade na era da fotografia digital

Este artigo analisa as mudanças no ato fotográfico desde o início da fotografia até os dias atuais. Aponta como a fotografia digital acaba por transformar o ato fotográfico, presente o tempo todo em nossas vidas, em um ato banal. O excesso de imagens do cotidiano disponibilizado nas redes sociais traz para o ato fotográfico uma nova dinâmica: a produção de excesso de imagens pessoais. Esse excesso de imagens é parte de nosso patrimônio digital, nossos rastros digitais nas redes sociais. Esses rastros digitais visuais é parte da nossa memória na internet. This article analyzes the changes in the photographic act since the beginning of photography to the present day. Points such as digital photography ultimately transform the photographic act, present all the time in our lives, in a simple act. Excess everyday images available on the social networks for the photographic act brings a new dynamic: the production of excess personal images. This excess of images is part of our digital heritage, our digital footprints on social networks. These visual digital footprints is part of our memory in Internet. Cet article analyse les changements dans l'acte photographique depuis le début de la photographie à nos jours. Des points tels que la photographie numérique transforment finalement l'acte photographique, présente tout le temps dans nos vies, dans un acte simple. Images de tous les jours excédentaires disponibles sur les réseaux sociaux pour l'acte photographique apporte une nouvelle dynamique: la production de l'excès des images personnelles. Cet excès d'images fait partie de notre patrimoine numérique, nos traces digitales sur les réseaux sociaux. Ces traces digitales visuelle font partie de notre mémoire sur l'internet.

Design gráfico: do invisível ao ilegível

Anais do X Encontro da Associação Nacional de Programas de Pós-graduação em Comunicação

Este ensaio é uma reflexão sobre o design gráfico, evidenciando o caráter mediador desta área de atuação profissional. A discussão – em torno da tipografia – identifica em seus extremos: a mediação invisível (transparente) e a co-autoria da mensagem em seus elementos visuais, em que o modernismo tem como ideal a primeira concepção e o pós-modernismo desconstrói. As duas concepções de design permitem defini-lo como mediação, mas sem deixar de lembrar seu duplo caráter convencional e arbitrário. O sujeito – o profissional – enquanto unificador da disciplina, articula a multiplicidade da retórica do design gráfico.

Cultura visual na era da reprodutibilidade técnica da imagem

dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, 2012

O artigo estabelece uma relação de covariância entre o modo de conhecimento por meio de tipos e estereótipos e a intensificação e difusão maciça de imagens por meio de sua reprodutibilidade. Procura-se argumentar que, para além de um fenômeno pertinente ao mundo das imagens, a tipificação termina por substituir a experiência com o outro pela experiência com a imagem, ou seja, em lugar de mediar a experiência concreta, as imagens-tipo ficam em seu lugar, com consequências importantes, especialmente no que diz respeito aos discursos com forte carga ideológica, pedagógica e identitária.

Ver o invisível - a ética das imagens

1992

O desafio está em como mostrar o invisível na era da sobre-exposição, no mundo dominado pelo clichê. A resposta está em mostrar o invisível através de imagens que restituam um pouco do real, imagens que sejam capazes de restituir o drama das existências individuais e das grandes paisagens.

A Medialidade Hiperativa da Imagem Digital

2021

Na cultura digital nao existe nenhum contexto claramente relacionado com a imagem, que se desterritorializa a medida que se propaga, descompromissada de produzir e impor um so sentido. A espacialidade da imagem ja nao remete a nada, somente a si propria e para a capacidade que o receptor tera que ter desenvolvido para decodificar a mensagem. A questao da medialidade digital e colocada com toda intensidade quando se verificam essas condicoes. O estudo da medialidade da imagem parte de necessidade mais ampla que e refletir sobre a experiencia visual ante a multiplicacao medial das imagens. A imagem nao possui um sentido imanente, mas o colhe pelo modo como constroi sua visualidade e mediante contato com o ambiente que abriga essa visualidade, quando se misturam nessa construcao o meio, o medium e o ambiente informado, estabelecendo um circuito de mediacoes, no qual se envolvem produtores e espectadores, a sociedade e a cultura, a imagem e seus significados. Dado o seu carater qualitat...

Fotografia Digital: A Imagem Dubitativa

Revista Passagens, 2011

Resumo O que podemos falar então da imagem? Durante a maior parte da história humana a sua reprodução foi mais problemática do que a da palavra. Nem mesmo o maior dos tiranos propôs colocar em um único lugar todos os trabalhos de arte da humanidade–a ...

A imagem (in)dizível e a representação do insuportável

2014

A partir de " Imagens apesar de tudo" [Georges Didi-Huberman] Estamos perante duas possibilidades hermenêuticas em colisão. Por um lado, diante de uma «hipérbole especulativa do irrepresentável» (Ranciére, 2011: 128) produzida por quem as palavras servem à manutenção de um enigma insondável (Pagnoux e Wacjman), parecendo assim reforçar a opinião daqueles que gostariam que Auschwitz fosse incompreensível para sempre. Para Giorgio Agamben, esta obscuridade está desde logo presente nos testemunhos das vitimas encontrados junto ao crematório III desse campo, Zalmen Lewental, membro do Sonderkommando, escrevera: «Nenhum ser humano pode imaginar como ocorreram precisamente os acontecimentos, e, de facto, é inimaginável que possam ser descritas exatamente como aconteceram nossas experiências (…) A verdade inteira é muito mais trágica. Ainda mais espantosa (...)» (Agamben: 20). Por outro lado, para Didi-Huberman, as quatro fotografias arrancadas àquele inferno servem, apesar de tudo, para diminuir a irrepresentabilidade do testemunho e dar uma forma a este inimaginável.

Ruídos do fotográfico no imaginário digital

Comunicação e Sociedade, 2012

Este ensaio debruça-se sobre a cultura do fotográfico que as imagens técnicas vieram desenvolver, visando, em particular, o modo influente pelo qual essa cultura criou fortes paradoxos na actual evolução da imagem digital. Um desses paradoxos mais “visíveis” prende-se com a convocação por parte das actuais práticas da imagem digital de ruídos e distorções visuais próprios ao regime visual anterior, o analógico. Este facto, que muito nos diz sobre a actual cultura visual, deve antes de mais permitir-nos questionar sobre o peso que a qualidade da imagem (ou seja, a sua nitidez e definição) teve na emergência e aceitação social de cada novo medium visual. Em segundo lugar, irá permitir-nos avaliar o peso dos ruídos visuais na cultura do fotográfico, assim como na sua respectiva incorporação pela cultura digital e pelas suas diferentes interfaces. Tal como sucedeu no projecto visual moderno, os ideais de semelhança, transparência e nitidez convivem hoje tranquilamente com ruídos próprio...