A Paixão Política Do Medo Na Concepção De Hobbes 1 (original) (raw)

A Paixão Política Do Medo Na Concepção De Hobbes

Dissertatio, 2011

The fear-passion-natural transmutes itself into fear-passion-politics when the human craftsman, at the founding pact of the State, artificially constructs legal regulatory mechanisms (punitive laws, for example) to maximize the effectiveness and positivity of fear as motivational disciplinatory factor. The presence of fear has peculiar plasticity with regard to the ties of natural philosophy with the Hobbesian moral and political. The natural fear of dying prematurely (contranatural death) in a pre-political state of nature is the fundamental reason for making moral and political agreements that boost the renunciation of natural rights. The political fear is fear of the public sword, that is, the fear of future bad consequences reserved for the individual or citizen that does not fulfill his political contractual obligations.

O medo: uma paixão política em Thomas Hobbes

2011

O presente trabalho tem por objetivo investigar o papel do medo no desdobramento da teoria politica de Thomas Hobbes. E sabido que os homens sao iguais por natureza. Essa igualdade tambem e uma igualdade no medo, uma vez um individuo nao pode ser caracterizado como mais forte do que os outros e isso os torna temerosos. Este medo, nao e um medo qualquer, mas o medo de perder a vida, seu maior bem, de forma violenta. Por serem iguais, pode acontecer de os homens desejarem a mesma coisa ao mesmo tempo e isso os leva ao confronto violento, que Hobbes denomina como sendo um estado de guerra de todos contra todos. Sob essa perspectiva, os homens veem-se desprotegidos e inseguros e buscam na formacao do corpo politico a solucao para o seu problema de inseguranca. O objetivo aqui e demonstrar que o medo da morte violenta e uma das principais causas da instituicao do Estado, ou seja, uma paixao politica motivadora que tem no Estado tambem um papel muito importante: ser uma aliada do poder so...

Paixões, Medo e Teoria Política em Hobbes e Montesquieu

REVISTA CAFÉ COM SOCIOLOGIA, 2020

O artigo analisa o medo como elemento fundamental do pensamento político de Hobbes e Montesquieu. Se o medo é usado como uma ferramenta para obter poder político, se é alçado como o grande afeto agregado em torno dos políticos e dos "novos" movimentos sociais, é fundamental compreender a relação entre teoria política e medo. Os objetivos do texto são: apresentar as concepções políticas de Hobbes e Montesquieu e qual o papel do medo em suas respectivas construções teórico-políticas, à luz da literatura especializada. Para isso, foram adotadas a metodologia qualitativa e a ferramenta de análise de conteúdo de dois trabalhos dos autores já mencionados. Conclui-se que há uma distinção sobre como o medo é incorporado e usado pelos autores e, mais importante, é fundamental entender que, do ponto de vista teórico, ele pode construir política e não apenas destruí-la.

Thomas Hobbes: política, medo e conflitos sociais

Cadernos de Ética e Filosofia Política - ISSN: 1517-0128, 2017

O objetivo deste trabalho é discutir a articulação entre medo e conflito social no pensamento hobbesiano. Inicialmente apresento o modo com que o autor inglês constrói uma antropologia mecanicista que tem o conflito generalizado como único resultado possível. Em seguida, pretendo mostrar como esse conflito pode dar lugar a uma ordem pacífica construída politicamente. Nesse trajeto, será fundamental compreender como a obediência e o medo operam enquanto ferramentas da ordem política. Por fim, mostro como um pensamento político dessa natureza acaba por construir modelos teóricos caracterizados pela ausência de princípios democráticos, pautados na obediência, avessos à participação pública e a opinião.

A linguagem religiosa do medo em Hobbes: uma leitura do Leviatã

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.12., 2020

Este trabalho propõe uma reflexão sobre a filosofia da linguagem no Leviatã hobbesiano, inicialmente discutir-se-á o papel do medo nos relacionamentos sociais e religiosos no Leviatã. O medo e a esperança, neste sistema operam como ferramenta da ordem política, é o motor propulsor da obediência as leis emanadas do Soberano. A base do poder coercitivo do Estado e o medo. Ao investigar o medo no Leviatã, definimos contribuir com enfoque nas Ciências da Religião, assim o artigo foi divido em três partes: na primeira trataremos da filosofia da linguagem no Leviatã, cuja linguagem é prática e útil, substitui o real apenas por convenção, utilizada para definir ou fazer referência a determinada coisa, descartando a metafísica. Na segunda parte o tema do medo e religião aduz o mesmo o mesmo sentimento que os cristãos sentem diante de Deus, não como um tirano, mas como um soberano. Na terceira parte, o medo como propulsor do poder no Estado Leviatã. E por fim uma pequena conclusão.

O Político Do Medo e O Medo Da Política

Medo não, perdi a vontade de ter coragem", dizia Riobaldo. Não é fácil admitir que há tanto ironia quanto verdade nesta frase do personagem de Guimarães Rosa. Estamos habituados a pensar no medo como uma daquelas paixões amarradas ao vício, ou pelo menos à fraqueza de caráter. Ser medroso, afinal, nunca foi uma virtude. Somos escravos dos nossos temores, e perdemos a liberdade quando agimos por medo, não é assim? Riobaldo, no entanto, quando reescreve o sentido do medo, recusa a servilidade desta paixão. Seu medo é perda da vontade de ter coragem. Seu espírito livre se coloca diante de duas escolhas igualmente aceitáveis-ter medo ou ter coragem-e ele escolhe, candidamente, ter medo. 1 Neste artigo, gostaria de sugerir que na frase aparentemente apenas retórica de Riobaldo, como que justificando ad hoc os seus temores, reside uma compreensão bem mais sofisticada desta paixão misteriosa e de suas conotações profundamente políticas. Ela sintetiza, como mostrarei, uma compreensão sofisticada e surpreendentemente republicana do político que também ocupou diversos pensadores políticos da modernidade, ainda que muitos de seus intérpretes póstumos insistam em demonizá-la. Na política, a coragem de ter medo que está implícita na frase irreverente de Riobaldo é elemento central para a constituição de um sentido verdadeiramente republicano do político. Em particular, ela ajuda a esclarecer importantes aspectos dos atos de legitimar uma autoridade política através do consentimento, de obedecê-la e até mesmo das formas de resistir a ela.

Paixão, democracia e deliberação em Hobbes e Walzer

Trans/Form/Ação, 2009

O artigo examina a relação entre paixão, democracia e deliberação no pensamento de Hobbes e no de Walzer. São apresentadas as razões pelas quais esses dois pensadores posicionam-se de forma crítica no concernente às deliberações no âmbito de governos democráticos. A relação entre razão e paixão é também examinada no interior do problema central de nosso estudo comparativo.

Sobre as paixões humanas em Thomas Hobbes

Griot : Revista de Filosofia

O artigo tem como objetivo identificar as principais paixões que perpassam o corpus teórico hobbesiano. Para tanto, iniciar-se-á a exposição analisando o mecanismo das paixões fundamentado pelo autor. A seguir, será destacado de que modo as paixões desenfreadas inviabilizam a convivência pacífica entre os indivíduos, estabelecendo um cenário em que os conflitos são inevitáveis. Tendo isto em vista, duas delas serão analisadas mais pormenorizadamente: a vanglória e o medo. Após ressaltar que o homem hobbesiano tende naturalmente para o benefício próprio, para a competição e para a dominação, representando uma ameaça para o outro, será assinalado como o Estado se afirma como o artifício que objetiva disciplinar as paixões. Esta parte da argumentação analisará as paixões desejáveis para a manutenção da vida civil, com destaque para a esperança, para o desejo de conforto e deleite, para o desejo de conhecimento e das artes, assim como para o próprio medo e a vanglória.