Ultramontanismo, Maçonaria e Protestantismo no contexto da Questão Religiosa (1872-1875) (original) (raw)
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ULTRAMONTANISMO E A REAÇÃO CATÓLICA À MODERNIDADE NO SÉCULO 19
Revista Projeto História, 2023
O presente artigo tem como objeto de análise do movimento ultramontano europeu do século 19 e sua relação com a modernidade. Para tanto, proponho inicialmente uma abordagem conceitual da palavra "ultramontanismo" para em seguida analisar o movimento em seu contraste com outras tendências católicas e com os tumultuosos eventos históricos do século 19. Por fim, proponho uma análise da relação entre o ultramontanismo e a consolidação do mundo moderno na Europa oitocentista, bem como o modo como, a partir dele, o catolicismo representou uma tentativa insistente de retorno ao passado face ao avanço da modernidade.
Juventude, Ultramontanismo e Educação Católica
História: Questões & Debates, 2005
A partir da época moderna a Igreja católica irá apostar na juventude como a camada social capaz de viabilizar o projeto reformista e, desse modo, a educação constituirá um mecanismo eficiente para frear os avanços da modernidade. Atenta às transformações ocasionadas pelo contexto de consolidação do Estado Moderno, a Igreja católica procurará acompanhar o processo de mudanças bastante visíveis ocorridos no espaço cultural e social e cujos reflexos terão desdobramentos na estrutura escolar, nas práticas de sociabilidade e, sobretudo, no papel ocupado pelo jovem na sociedade moderna. Sendo assim, esse artigo procura refletir sobre a política implementada pela Igreja católica ultramontana na construção de um discurso em que o jovem aparece como o depositário das esperanças de sedimentação de valores e costumes, elegendo-o como um dos elementos capazes de evitar as mudanças e manter a tradição.
PARALELLUS Revista de Estudos de Religião - UNICAP, 2021
Este artigo trata das discussões entre a Igreja romana e os campos político e intelectual noBrasil sobre o tema da assistência e educação. Tomamos por referência o processo de reforma católica ultramontana, iniciado no século XIX e estendido até a formação da romanização no início do século XX. Nesse contexto, a Igreja contaria com a atuação de ordens religiosas, como foi o caso da Congregação da Missão que assumiu importantes funções no governo imperial, dentre as quais a assistência social e da educação. Tendo em vista o processo de laicização encampado pela ala política, buscou-se afastar a Igreja destas instituições, o que pode ser verificado nas discussões propostas no final do Segundo Reinado e nos projetos que se avistaram no início da República. No início do século XX, a Igreja reagiu a esse processo reaproximando-se dos intelectuais e do campo político, que, então, promoveria ações que lhe garantiria a influência nos setores em disputa.
Revista Mosaico - Revista de História, 2020
O presente artigo tem por objetivo discutir a religiosidade popular católica sob o prisma da História, com foco no caso do sertão de Goiás entre os séculos XIX e XX. Assim, no presente artigo propomos, inicialmente, uma discussão teórica dos pressupostos que compõem as categorias “catolicismo popular”, apresentando a leitura que fazemos do catolicismo goiano a partir das fontes que nos dispomos, quais sejam, relatos de bispos goianos e dos missionários redentoristas alemães que atuaram no estado a partir de 1894. Em seguida, apresentamos uma discussão sobre o movimento ultramontano e o modo este se relacionou com o catolicismo popular em Goiás, de modo que possamos fornecer subsídios teóricos e históricos para reflexões necessárias sobre o que a historiografia da Igreja Católica no Brasil tradicionalmente interpreta como um combate daquele a este.
Aspectos do ultramontanismo oitocentista
Chegado ao fim desta caminhada, eu demonstro minha gratidão àqueles que, de alguma maneira, contribuíram para o desenvolvimento desta tese. Aos meus colegas e professores de pós-graduação, em especial ao meu amigo Carlos, com quem dividi o tempo de pesquisa em Lisboa e Roma. Aos Professores Rui Rodrigues e Izabel Marson, que fizeram importantes sugestões durante o exame de qualificação. À Eliane Moura da Silva, orientadora desta pesquisa, por sua disponibilidade, dedicação e atenção durante todo o percurso em que trabalhamos juntos. Com ela, aprendi muito sobre o ofício do historiador. Ao professor Maurílio Camello, que contribuiu para o desenvolvimeno dessa pesquisa. Aos membros da banca, por terem aceitado o nosso convite. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo financiamento desta pesquisa por meio de bolsa no Brasil e no exterior. À Professora Karla Martins, pelo incentivo à pesquisa. A Deus, por ter sido sempre meu abrigo e a quem dirijo minhas orações. Aos meus pais Angélica e Hélio (in memoriam), por terem se empenhado na minha educação com esforços que só o amor justifica. À minha irmã Renata, ao meu cunhado Jonathas e ao meu cunhado Daniel, pela grande amizade. Por fim, deixo o meu agradecimento especial à minha esposa Karoline, por ter acompanhado, pacientemente, todo o trajeto de construção desta tese. Sua atenção e compreensão serviram de motivação para que eu continuasse o trabalho.
Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, 2011
É um trabalho cheio de erudição, e onde a par do conselho, da exhortação, pôz o illustre Prelado do Pará a verdadeira doutrina e com aquelle espírito analytico que tanto o distingue, deixa ver o que é a maçonaria-CONSIDERADA SOB O ASPECTO MORAL, RELIGIOSO E SOCIAL. Sob estes tres pontos de vista, o digno Prelado, com o escarpello da lógica sobre o cadever maçonico, depois de um trabalho anatômico completo, deixa patente todos os vicios de um organismo, que mata pelo contacto.
IESP/UERJ Brasília, DF 04 a 07 de agosto de 2014 ULTRAMONTANISMO, O ANTILIBERALISMO NO BRASIL. A ORIENTAÇÃO DO PENSAMENTO POLÍTICO CATÓLICO SEGUNDO CÂNDIDO MENDES DE ALMEIDA (1811-1881) Luiz Carlos Ramiro Junior -IESP/UERJ Resumo do trabalho: O objetivo desta apresentação é identificar características do ultramontanismo no Brasil, que no senador e jurista Cândido Mendes de Almeida (1811-1881), um dos maiores expoentes. Para além de temas como, centralismo ou federação, autoritarismo ou autonomia local, e outros da dualidade saquarema-luzia, a característica fundamental dessa vertente do catolicismo é a defesa da religião sobre as instâncias políticas. A compreensão do ultramontanismo, portanto, passa pela análise do processo de secularização. Além do contexto histórico a respeito da Questão Religiosa, da revelação desse momento político para a saída da religião (GAUCHET, 1985) no Brasil, decididamente a contribuição desta pesquisa diz respeito ao estudo do pensamento político católico no Brasil Império, enquanto sub-área do pensamento político, que envolve a análise de uma linhagem política em oposição às duas clássicas, a liberal (luzia) e a conservadora (saquarema). Palavras-chave: Pensamento Político Brasileiro; Teoria Política; Brasil Império; Conservadorismo; Liberalismo; Século XIX. imperial, mas também outros da transição e que são expoentes intelectuais na Primeira República, como Eduardo Prado (1860-1901), Carlos Maximiliano Pimenta de Laet (1847-1927) e Jackson de Figueiredo Martins (1891-1928). Há ainda figuras importantes que marcaram presença na vida intelectual nacional do século XX, como Armando Pereira Correia da Câmara (1898-1975), José Pedro Galvão de Sousa (1912-1992) e o historiador mineiro, João Camilo de Oliveira Torres (1915-1973). Apesar de nenhum desses autores possuir uma postura linear em suas obras, um dos enfoques que é utilizado aqui, e que poderá servir para outros textos refere-se ao antiliberalismo. Como o pensamento político católico pretendeu fustigar o paradigma liberal, e até que ponto, nas circunstâncias históricas, logrou êxitos com sua retórica? Ultramontanismo -entre a reação adaptada e a defesa do clero insurgente O pensamento político brasileiro costuma lidar com duas linhagens fundamentais: liberais e conservadores, cada um formando um grupo partidário. Antonio Paim (1998:28) assegura que a divisão se estabeleceu primeiramente entre radicais e moderados, e entre os moderados se fracionavam em conservadores e liberais. No flanco radical figuravam, Cipriano Barata, Frei Caneca, e os revolucionários da Praia (1848). No gradiente oposto, o tradicionalismo, cujo termo pode ser substituído por "ultramontano" -mais afeito ao linguajar do contexto dos conflitos da década de 1870, congregava políticos importantes, como o próprio Cândido Mendes de Almeida, Braz Florentino de Sousa, o padre Pinto de Campos, entre outros, mas pelo fato de se adaptar ao sistema monárquico constitucional vigente, por conta da preservação da união com a Igreja e de relações pacíficas com a mesma, não teve igual intensidade de oposição ao status quo político, como ocorreu em demais países da América Latina, e mesmo em Portugal. O tradicionalismo português ligava-se ao miguelismo, daí o legitimismo ter sentido por lá, de reivindicar a monarquia legítima, de corte reacionário e não constitucional-liberal. Portugal teve como um dos grandes teóricos desse movimento, José da Gama e Castro (1795-1873), que chegou a viver no Rio de Janeiro e publicar sua obra "O novo príncipe" (1841). Para a comparação com a América Latina, não é à toa que se fala de "questão religiosa", na Colômbia, no México, no Chile, décadas antes que no Brasil, e de forma mais intensa, letal e intrincada 2 . 2 Na Colômbia, o primeiro confronto entre poder civil e clero com forças reacionárias se deu com a expulsão dos jesuítas em 1850, assim com a separação entre Igreja-Estado em 1853, o segundo momento refere-se aos governos do caudilho general Tomás Mosquera (1863-1864) que estava convencido em desenvolver políticas anticlericais para eliminar a força da Igreja; e
Itinerantes. Revista de Historia y Religión, 2015
Resumen Neste artigo pretende-se apresentar os princi-pais aspectos de duas reformas da Igreja Cató-lica realizadas sob um Estado Confessional. A primeira é a reforma implantada pelo Marquês de Pombal, no Império Português no século XVIII, e a segunda é a reforma ultramontana, que ocorre no Brasil principalmente durante o reinado de D. Pedro II (1840-1889), conhecido como Segundo Reinado. As duas reformas fo-ram possíveis graças ao regime de padroado e as di culdades do Estado moderno, português e brasileiro, de se centralizarem e se fortalece-rem conservando a união com a Igreja. Uma é regalista e jansenista, a outra é curialista e ultra-montana, mas as duas foram favorecidas pelos governos, mesmo que a segunda tenha acabado por entrar em con ito com aqueles que inicial-mente lhe concederam as cadeiras episcopais do Império do Brasil. Palavras chaves: Reforma Eclesiástica. Pom-bal. Ultramontanismo. Abstract is article presents the main aspects of two reforms within the Catholic Church made under a Confessional State. e rst one is the reform carried out by the Marquis of Pombal, in the Portuguese Empire in the eighteenth century. e second one is the ultramontane reform, which took place mainly in Brazil during the kingdom of Dom Pedro II (1840-1889), known as Second Empire. Both reforms were possible because of the patronage system and the di culties Por-tugal and Brazil faced as modern states. ey both wanted to centralize and strengthen preserving their union with the Church. e rst one was regalist and Jansenist, but the other was curialist and ultramontane. Nevertheless both were favored by governments, even though the second ended up con icting with those who had initially given it the episcopal chairs of the Empire of Brazil.