Travestilidades e Violência: Perspectivas Queer (original) (raw)
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Violência, intersecionalidades e seletividade penal na experiência de travestis presas
O artigo pretende realizar uma análise das experiências sociais das travestis com o aprisionamento, especialmente no que se refere à produção de (in)visibilidade e violência. Na perspectiva do feminismo intersecional e da criminologia crítica, bem como tendo por base teórica o método materialista histórico, entende-se que as travestis são penalmente selecionáveis não apenas em razão de suas identidades de gênero, como também em virtude de sexualidade, classe social, raça/etnia e estética – passando por um processo de criminalização somente experimentado por elas no cárcere. Isso significa que as relações de opressão a que estão submetidas consideram todas essas dimensões da diferença humana e que em seus corpos manifesta-se a própria questão social, expressando as desigualdades decorrentes da experiência com a pobreza, com o racismo, com a transfobia/cissexismo e com os padrões estéticos. Tal análise é fruto de dissertação de mestrado em Serviço Social e tem como base entrevistas realizadas com travestis, seus companheiros de cela e técnicos penitenciários, além da observação participante de oficinas ocorridas com elas na prisão e com o movimento social organizado de travestis.
Violência e perspectiva relacional de gênero
2014
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Violência e Homens Trans: Um Estudo Exploratório
2019
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Revista Periódicus, 2020
Este artigo se propõe a problematizar os processos de resistências e articulações em rede na manutenção das vidas das travestis brasileiras, atravessados pelas histórias do movimento social organizado no Brasil, em contraponto aos crimes de ódio e violências sofridas por esta população. Este emaranhado de ideias é resultado de pesquisas de mestrado e doutorado d@s autores do texto que dialogaram diretamente com as vozes primordiais nessa proposta: as travestis. As interfaces exploradas que significam os processos de subjetivação dos modos de vidas dessas pessoas disparam necessidades em dialogar com perspectivas queers e dispositivos que vão de encontro aos muitos casos de mortes, violências e falta de direitos que esses coletivos apontam nos trabalhos citados. Neste sentido, apresentamos algumas ações no campo teatral que tem ajudado a configurar a luta pela visibilidade e afirmação de vidas trans e travestis. Temos a intenção de ampliar os universos de referências acerca das produ...
Violência e Gênero - Novas propostas, velhos dilemas
2008
este artigo tem como propósito situar alguns deslocamentos semânticos nos usos da noção de violência contra mulher, desde o início dos anos de 1980 no Brasil. Discussão intrincada pelas suas variadas vozes, vale enfrentá-la para a compreensão, de um lado, de alguns problemas envol-vidos na distribuição de justiça e na consolidação dos direitos de cidadania na sociedade brasileira contemporânea. De outro lado, a partir do exame desses deslocamentos é possível empreender uma reflexão sobre os efeitos e os limites das articulações analíticas entre crime, violência e relações marcadas pelas diferenças de gênero.
Repulsa e Resistencia: A Política Visceral dos Ativismos Trans e Travesti
Democracia Precária: Etnografias de Esperança, Desespero e Resistência no Brasil, 2021
O autor analisa a cena de “artivismo” que usa e mistura expressões artísticas, incluindo moda, arte, música, teatro e redes sociais. Essas são novas formas de expressão, que usam performance e teatro como maneiras de comentar e criticar a perceptível perda de liberdades democráticas. Nesse caso específico, trata-se de estabelecer um confronto direto com a transfobia, e o gênero, que são aqui celebrados enquanto arte política. O artigo mostra, ainda, como esse ativismo inconformado, acabou por produzir uma reação visceral em sua audiência, atuando como uma força capaz de desestabilizar modelos pretensamente estabelecidos. E tudo isso na contramão. Homofobia e transfobia são políticas centrais no governo de Jair Bolsonaro. Segundo o autor, a visibilidade da comunidade LGBT estava em alta quando Bolsonaro venceu a eleição, o que facilitou que ela se tornasse em “vidraça” e “inimiga dileta,” com o executivo investindo fortemente contra políticas por ele chamadas de “ideologia de gênero”. Esse cenário levou a um aumento no “transfeminicídio”, termo introduzido e difundido pelos grupos trans e travestis, que se refere aos altos números de morte entre essas comunidades. O artivismo denunciando esses fatos é inteiramente interseccional e se torna cada vez mais visível, a despeito da guinada conservadora vivenciada no país..
Dialogia, 2019
Este ensaio pretende tecer uma reflexão sobre as identidades trans no espaço socioeducativo. Tendo como base uma pesquisa empírica, realizada em uma unidade masculina de privação de liberdade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE/RJ), e tendo como aporte teórico autores/as dos Estudos Culturais/pós-estruturalistas, busca-se compreender de que maneira pessoas travestis ou transexuais circulam em espaços cuja homo/transfobia é difundida ao grau máximo. Assim, a partir da metáfora do corpo monstro/abjeto, analisamos como a socioeducação opera no sentido de não desbaratar os engessamentos de gênero e os estereótipos de masculinidade vigentes entre os adolescentes acautelados. Como resultado deste trabalho, sinaliza-se que práticas discursivas referendadas pela cisheteronormatividade determinam ao sujeito uma única forma de construção da masculinidade, que são explícita e implicitamente impostas. A presença (ou pressuposição) de sujeitos não-cisheterossexuais em institui...
Violência De Gênero e Masculinidades No Suas
2017
Resumo O objetivo deste artigo é problematizar elementos com relação a violência de gênero e masculinidades no Sistema Único de Assistência Social - SUAS a partir da experiência do assistente social com homens autores de agressão atendimentos no Centro de Referência Especializado em Assistência Social através do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Individuos no município de Blumenau/SC. Neste sentido caracterizar-se-á um breve perfil destes homens que frequentaram o Serviço de Atendimento as Famílias em Situação de Violência e posteriormente o PAEFI, afim de buscar algumas respostas para o entendimento da violência de gênero