A Invisibilidade Das Religiões Afrobrasileiras Nas Paisagens Urbanas (original) (raw)
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Reconhecimento e Organização Das Religiões Afro-Brasileiras Numa Cidade De Colonização Germânica
Revista Relegens Thréskeia
Neste artigo apresento reflexões sobre a construção de um saber-poder a respeito das religiões afro-brasileiras em Joinville/SC, cidade que ocupa papel de destaque no processo de ocupação europeia no Sul do Brasil, mas que acolheu outras identidades em seu território, desde meados do século XIX. É uma reflexão historiográfica que problematiza a teia constituidora das dizibilidades inerentes ao estabelecimento dessas religiões no cenário da cidade, nas décadas finais do século XX, apontando para estratégias de consolidação dos grupos e para as críticas às fontes utilizadas na construção do saber historiográfico. Neste cenário, as fontes orais exigem do historiador uma sensibilidade específica para valorar e sistematizar narrativas, aparentemente desconexas, as quais, associadas às outras formas de enunciação, conferem sentidos à realidade, distintos daqueles sustentados pelo “status quo”. Diante disso, espaço, tempo e narrativa são fenômenos de uma trama em que essas agremiações reli...
Editorial: Reconfigurações do Religioso na Paisagem Urbana
Religião & Sociedade, 2017
Neste número de Religião & Sociedade, se mantem a vocação da revista, pre-servada em cada volume ao longo de seus 40 anos de existência, de abordar arranjos nem sempre evidentes entre religião, territorialidades e os diferentes aspectos que compõem a vida social contemporânea. No dossiê Religião na Paisagem Urbana, os artigos apresentam, a partir de diferentes casos, processos de reconfiguração da paisagem citadina, nexos entre domínios ditos seculares e religiosos, além de nos per-mitirem observar como instituições e valores religiosos articulam a vida nas cidades. Assim, o religioso que pode parecer residual e encapsulado nas cidades modernas, emerge na vida social dessas localidades em diálogo estreito e muitas vezes conflitivo com atores políticos, econômicos e culturais.
Pensar as religiões afro-brasileiras a partir da inserção no espaço público
Religare: Revista do Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões da UFPB, 2017
O objetivo deste trabalho é discutir os mecanismos de inserção no espaço público ocorrido nas religiões afro-brasileiras da Região Metropolitana do Recife, através de dois terreiros de grande visibilidade na cidade: O Ilê Obá Ogunté, de tradição Nagô, e o Ilê Axé Oyá Meguê, de tradição Xambá. Pretendi demonstrar, como através de políticas públicas e novas estratégias e reivindicações, foram feitas melhorias na preservação do patrimônio cultural, material e socioambiental dos terreiros apresentados simultaneamente, como marca da identidade afro-brasileira e como contribuição dos afrodescendentes à cultura nacional.
Religiões Afro-Brasileiras Dentro e Fora Das Escolas
Último Andar
A formação cultural e social do Brasil como um país multirreligioso deve-se, em parte, à presença de vários povos com suas respetivas religiões. Os especialistas não têm dúvidas sobre a importância que os africanos tiveram nessa formação, mas, ainda existem muitos preconceitos que precisam ser desmistificados. Isso só será possível a partir do momento que o sistema educativo brasileiro integrar no currículo matérias que visam abordar de forma sistemática aspetos relativos às religiões de matriz africana, visando colocá-los em pé de igualdade com as outras que foram introduzidas no Brasil. O objetivo desse artigo é analisar o estatuto atual das religiões afro-brasileiras dentro e fora das escolas e seu respetivo impacto na formação religiosa do país. Para isso, usaremos como suporte a revisão bibliográfica para que possamos trazer de forma sistematizada diversas posições de autores que se dedicam ao estudo do tema.
A presença das religiões afro-brasileiras em Maringá – PR (Século XXI)
Revista Tempo e Argumento, 2019
A presença das religiões afro-brasileiras em Maringá-PR (Século XXI) Resumo A fim de contribuir para a História das Religiões e Religiosidades e seu estudo das crenças, o foco desta pesquisa consiste em analisar e compreender o espaço e o papel das religiões afro-brasileiras em Maringá-PR, na atualidade. Por meio de um mapeamento geográfico e de visitas de campo para produzi-lo, apresenta-se a identificação das primeiras manifestações de mediunidade, da iniciação das lideranças religiosas e as relações formadas entre elas. Processo que procura evidenciar a presença dessas religiões na cidade a par de estratégias públicas etnocêntricas de apagamento do papel da cultura afro-brasileira na sociedade. Por fim, evidencia-se a presença física e histórica das religiões afro-brasileiras na cidade de Maringá. O espaço da memória foi pensado enquanto meio de priorizar determinados aspectos do passado na arquitetura urbana (
2019
O presente artigo tem como foco central, ressaltar o terreiro como espaco marginal que integra corpos marginalizados – no caso especifico desta pesquisa, as travestis – entendendo assim, que o terreiro e um espaco plural passivel de qualquer dinâmica relacionada a construcao de espacialidades integradoras e abertas, possiveis de vivencias diversas. A Geografia com enfoque na religiao, juntamente com a perspectiva de genero, pode ser capaz de explicar as relacoes de subversao e/ou de acolhimento por parte de grupos religiosos no que se refere a introducao de grupos sociais marginalizados da sociedade normativa. A partir desta perspectiva, uma das possibilidades diante da composicao do espaco religioso por relacoes sociais diferenciadas de genero, pode ser relacionada diante de uma analise social e cultural dos pressupostos da diferenciacao de crencas.
Os “Sem religião” na periferia urbana da América Latina
Estudos de Religião
Este artigo analisa a presença importante de pessoas sem religião nas periferias urbanas. Leva em consideração que se trata de um fenômeno presente em diversos países da América Latina. Revisa os dados recentes de três países, Brasil, México e Argentina. Aproveita, também, dados de pesquisa de campo na periferia urbana de São Paulo. Discute a concomitante presença de pessoas sem religião e pentecostais nas mesmas regiões e nas mesmas condições precárias de existência.
Esta dissertação tem como foco de interesse empírico a presença de dois símbolos de referência afro-religiosa dispostos no espaço público da cidade de Porto Alegre e seus arredores. A partir das controvérsias e relações que cada um deles aciona, nos perguntamos sobre o que nos sugerem e revelam, por um lado, acerca dos modos privilegiados de presença e reconhecimento do afro-religioso no espaço público e, por outro, sobre os efeitos de convivência entre religião e modernidade. Num primeiro momento, acompanhamos as redes de atores e discursos que se conectam a uma imagem de origem religiosa depois que essa é transferida da orla da praia para um terreiro e posteriormente para um museu municipal. Observamos como os atores engajam-se em uma controvérsia em torno da definição do estatuto de existência do objeto e, ao fazê-lo, procuram estabelecer fronteiras entre domínios como o “religioso”, o “político”, o “judiciário”. Num segundo momento, o foco de atenção é o Monumento à Mãe Oxum da Praia de Ipanema e a relações que estabelece com religiosos e moradores da orla da praia em função do uso da área em seu entorno como espaço de culto pelos adeptos das religiões afro-brasileiras. Analisamos também as relações estabelecidas entre o monumento e o “assentamento de orixá” oculto em sua base e as implicações dessa composição para as apropriações do objeto.
Religiões Afrodiaspóricas na América Latina
Numen
Religiões afrodiaspóricas na América Latina existem a partir de um contexto histórico que nasce na África e chega até este continente sob o cerceamento de uma estrutura colonial que ainda é possível perceber na atualidade. Autores decoloniais têm refletido sobre as epistemologias de poder e seus efeitos nefastos. A partir do estudo destas religiões, é possível compreender parâmetros não apenas do universo religioso, mas sociais, culturais e morais nos quais estamos, enquanto sociedade, submetidos. Para autores decoloniais, como Aníbal Quijano, que serão aqui abordados, é possível pensar em uma nova forma de habitar. Para isso, é preciso uma desconstrução deste pensamento que pensamos como natural. A religião aqui apresenta-se como um caminho para um novo mundo, mais justo e compassivo. Palavras-chave: religiões afrodiaspóricas; América Latina; decolonialidade