Resenha de "A natureza primordial (original) (raw)
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Estudos Nietzsche, 2023
Todos os trechos da obra de Vanessa Lemm citados nesta resenha são traduções minhas. É de se acreditar que em breve teremos publicada uma tradução dessa obra.
a RESUMO: Apresenta-se uma abordagem sintética sobre o conceito de natureza e implicações em sua externalização. A partir de então, são individualizados os grandes impactos socioambientais fundados na ordem econômica mundial. Em seguida, de forma incidental, faz considerações sobre o comportamento da Geografia quanto ao caráter epistêmico do lugar da natureza, apontando expectativas de mudanças. Por fim, mostra certa perplexidade em relação a ideologia sistêmica entranhada no inconsciente coletivo, como fator de restrição às mudanças estruturais.
Resenha do livro “Noetics of Nature”
2019
O magnânimo livro de Bruce Foltz, academico conhecido por seus trabalhos acerca de Heidegger, tenta estabelecer uma correlacao entre o modo como a Natureza foi tratada nas tradicoes medievais latina e bizantina e esforca-se em manifestar a profunda alteracao que passou a vigorar na Baixa Idade Media Latina acerca deste tema, desfigurando o carater apofatico da Natureza do modo como fora encarada na contemplacao medieval. Trata-se, no entanto, mais do que um tentame de reconstituicao historica de nocoes filosoficas e teologicas, ou de advogar em defesa de certa tradicao crista como nao sendo responsavel indireta pelo desastre ecologico, mas principalmente e um apelo para uma nova abordagem da etica ambiental, sem que ela se torne um novo tipo de etica deontologica.
Merleau-Ponty e Cézanne restituição da natureza primordial
DAPesquisa, 2018
O propósito deste artigo é mostrar que a pintura do francês Paul Cézanne possibilitou a Merleau-Ponty uma maneira de ver o mundo em sua origem: um lugar ambíguo, reversível. Ao expressar a natureza na tela, o pintor realizava aquilo que o filósofo queria fazer na filosofia: a reconstituição do mundo como sentido de ser absolutamente diferente do "representado", a saber, como ser vertical que nenhuma das "representações" esgota e que todas "atingem", o "Ser selvagem". É em Cézanne que Merleau-Ponty encontra a crença no mundo da percepção, mundo onde há uma reversibilidade do visível e do invisível, a partir da qual a pintura acontece. Este trabalho trata, pois, da investigação merleau-pontyana das teorias e obras de Cézanne: a concepção de representar os objetos em perspectiva e a busca por cores adequadas e pelo contorno que expressa a profundidade do mundo vivido. Com um olho em Cézanne e outro no mundo da vida, Merleau -Ponty elabora uma teo...
Considerações sobre o conceito de “natureza” em Comenius
Semina: Ciências Sociais e Humanas, 2003
O presente artigo visa recuperar a concepção de "natureza", elaborada por Comenius, pautando-se principalmente em dois de seus principais livros, a Didática Magna (1638) e Orbis Sensualium Pictus (1658). Além disso, busca-se averiguar de que modo Comenius se insere nos debates intelectuais de seu tempo, mantendo-se atrelado aos princípios de rigor, clareza e certeza; próprios à Modernidade.
A PRIMAZIA DA NATUREZA ANTE O ESPÍRITO EM LUDWIG FEUERBACH
O homem, por não reconhecer a majestade da Natureza, deixou-se cair numa infantil exaltação diante do domínio adquirido e sempre crescente sobre os elementos dela. Mesmo quando se pavoneava como um deus em sua própria imaginação, abatia-se sobre ele uma pueril imbecilidade. Como era de prever-se desde a origem de sua doença, foi crescendo in-fectado de sistemas e de abstrações. (Edgar Allan Poe, Colóquio entre Monos e Una) ■ RESUMO: O presente artigo pretende destacar a tese de que a natureza para Feuerbach é um existente autônomo e independente e possui primazia ante o es-pírito. Para ele, a natureza material, que existe, em sua diferencialidade qualita-tiva, independente do pensar, é diante do espírito o original, o fundamento não deduzível, imediato, não criado, de toda existência real, que existe e consiste por si mesmo. Feuerbach opõe a natureza ao espírito, pois ele a entende não como um puro outro, que só por meio do espírito foi posto como natureza, mas como o primeiro, a realidade objetiva, material, que existe fora do entendimento e é dada ao homem, por meio de seus sentidos, como fundamento e essência de sua vida. Trata-se, pois, primeiro daquela essência (luz, ar, água, fogo, plantas, animais etc.) sem a qual o homem não pode nem ser pensado nem existir. A natureza é, para Feuerbach, a pluralidade de todos os objetos e essências que realmente são. Sob esta condição, é possível conceber a natureza como a garantia da exteriori-dade mesma, como que um existente fora de nós, que nada sabe de si e é em si e por si mesmo; por conseguinte, ela não deve ser vista como aquilo que ela não é, isto é, nem como divina, nem como humana. A natureza sempre existiu, quer 1 Professor adjunto da graduação e da pós-graduação do Departamento de Filosofia da Universida-de Federal do Ceará (UFC) e colaborador do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educa-ção (Faced) da UFC. Artigo recebido em 03/2009 e aprovado em 11/2009.
A natureza na obra de Takeuchiss
2021
O meu encontro com o trabalho da dupla Takeuchiss é relativamente recente. Ao olhar algumas das imagens realizadas pela dupla, o meu corpo ficou fascinado pelas nuances e cuidados presentes em cada uma das fotografias, em canto da imagem. Retratos únicos. Modelos únicos. Retratos reais. Duas irmãs gêmeas que decidiram unir-se em um mesmo propósito: produzirem juntas olhares para o futuro. Compartilhar a vida, as poéticas e as lentes é um ato de coragem. Assumir o trabalho compartilhado requer negociações e a crença em si e no outro. É com esse olhar duplo que as Takeuchiss ampliam e dividem seus desejos, e buscam construir uma fotografia comprometida com o tempo, a vida e o mundo. A dinâmica dos seus corpos e corpas, e sua transformação em imagem é visivelmente uma preocupação. Olhar o mundo integrado é outra.