A afirmação da vida em contraposição a politica de morte a partir da serie 8 em Istambul Bir Baskadir Ethos (original) (raw)
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Políticas da morte na ficção de José do Patrocínio
Aletria: Revista de Estudos de Literatura, 2018
Em 1877, o escritor e jornalista José do Patrocínio publicou Motta Coqueiro ou A pena de morte, ficção-libelo contra a pena de morte. Ficcionalizando os fatos em torno da história d’“A fera de Macabu”, Patrocínio produziu uma narrativa considerada protonaturalista, pela expressão, e ideologicamente comprometida com as teorias raciais da época. Contudo, propõe-se aqui uma leitura alternativa, que deve deixar assinalado que, apesar do uso de modos e formas de expressão e pensamento do final do século XIX brasileiro, o livro de Patrocínio parece realizar um mapa dos afetos na sociedade oitocentista brasileira. Sendo assim, Motta Coqueiro exemplificaria caminhos de uma ficção afro-brasileira que expressa, além das contradições de uma sociedade estruturalmente escravocrata, a produção do ódio que condena a todos.
O artigo apresenta o debate sobre o aborto, no Brasil, ocorrido na esfera do Legislativo Federal, de 2003 a 2010. O foco incide sobre a maneira como as ideias em torno da interrupção da gravidez relacionam-se com as noções de morte, de acordo com as representações sobre a gestante e o embrião humano em gestação ou de laboratório. O levantamento foi efetuado no portal da Câmara dos Deputados, por meio de mecanismos de busca de proposições legislativas e de discursos, contendo as palavras-chave aborto e embrião. Observou-se durante o período que determinados eventos atuaram como acionadores para despertar o tema, como o debate em torno da Lei de Biossegurança, o aborto em caso de anencefalia suscitado pela tramitação da ADPF 54 no Supremo Tribunal Federal, as eleições de 2010 associadas à crítica ao PNDH3, e o estupro de uma menina pernambucana de 9 anos. A pesquisa evidenciou um número superior de proposições legislativas e de discursos contrários ao aborto, em comparação com os favoráveis à sua legalização.
Necrodiscursos: Discursos articulados pelas políticas da morte
Research, Society and Development, 2021
Este estudo trata da natureza necropolítica de discursos que funcionam como tecnologia da morte. Esse é um aprofundamento da obra de Achille Mbembe no que concerne à necropolítica e necropoder operando, neste caso, no campo da linguagem e discurso. Os esforços aqui conduzidos convergem para a elaboração conceitual desta tecnologia necropolítica que lança a vida de alguns aos poderes da morte. Para o desenvolvimento teórico desse trabalho utilizou-se de três conceitos chamados aqui de tríade do poder, biopoder, estado de exceção e necropoder, em uma tentativa de sedimentar as noções que orbitam e se intersecionam ao que chamo de necrodiscurso. A partir dessas fundamentações teóricas foram produzidas análises discursivas das manifestações do Presidente Jair Bolsonaro e de alguns de seus ministros, proferidos durante o ano de 2020, que dizem respeito à pandemia de COVID-19. As análises permitiram compreender que tais discursos funcionam como tecnologias da morte, uma vez que expõe aos ...
A oikonomía da vida e da morte em Roberto Esposito
Sistema Penal & Violência, 2014
Este artigo explora o paradigma imunitário introduzido por Roberto Esposito no estudo da filosofia política. São explicados os seus pressupostos científicos, a sua análise da experiência biopolítica nazista, a sua preocupação com uma atual crise autoimune global e a sua proposta de superação do paradigma imunitário através de uma biopolítica afirmativa. O texto final é resultado de uma abordagem qualitativa, executada através de revisões bibliográficas (com ênfase no seu livro Bios: biopolítica e filosofia), e com um arranjo exploratória e explanatória.
As políticas que incidem sobre a vida
Estudos e Pesquisas em Psicologia, 2010
RESUMO Trata-se de discussão acerca das políticas que incidem, no contemporâneo, sobre a vida, mais especificamente, sobre os modos de subjetivação, a partir da obra de Michel Foucault. Nomeamos poder a uma correlação de forças que se faz por combates, por enfrentamentos, por lutas. Nesse sentido, o poder não é algo exterior que vem incidir sobre nós. Esta imanência do poder nos solicita sempre análises do que estamos colocando em funcionamento: estratégias de dominação e estratégias de resistência. A resistência é o limite permanente do poder ou seu ponto de inversão. Desta forma, pode-se pensar que as políticas que incidem sobre a vida abarcam tanto dispositivos de poder quanto exercícios de resistências. Tensão que se faz na gestão cotidiana de cada uma de nossas vidas. Assim, coloca-se uma necessidade incessante de avaliarmos o quanto se contribui para a mortificação ou para a expansão da vida.
A defesa da vida ativa em Mestre Eckhart
A defesa da vida ativa em Mestre Eckhart The defense of the active life in Meister Eckhart SAULO MATIAS DOURADO 28 Resumo: Há, na filosofia medieval, um debate sobre a prioridade da vida ativa ou da vida contemplativa no caminho da perfeição do homem. Existe em Tomás de Aquino e, em Santo Agostinho, ponderações sobre a necessidade de ambos, mas uma preferência pela contemplação. Mestre Eckhart, a partir da parábola de Marta e Maria, propõe uma interpretação diferente sobre a compreensão de atividade e coloca Marta como paradigma, porque não apenas une-se à divindade em seu ser, como a frutifica em seu afazer. Eckhart nomeia tal estado supremo da alma como " mulher " , isto é, fecundo por princípio, capaz de engendrar em todas as obras a centelha divina. Palavras-chave: Mestre Eckhart. Vida ativa. Desprendimento. Mística. Abstract: In medieval philosophy, there is a debate on the priority of the active life or the contemplative life in man's perfections. It exists in Thomas Aquinas and St. Augustine weights on the need for both, but a preference for contemplation. Meister Eckhart, from the parable of Martha and Mary, proposes a different interpretation of the understanding of activity. He places Marta as a paradigm, because not only joins the divinity within your being, as the fruits on your to-do. Eckhart names such supreme state of the soul as " woman " , that is , fecund in principle, able to engender in all the work the divine spark.
O DIREITO Á VIDA E O DIREITO Á MORTE EUTANÁSIA E SUICÍDIO
O DIREITO Á VIDA E O DIREITO Á MORTE
Hoje em dia, cada vez se coloca mais o problema da Eutanásia, nesta compreendida o auxílio médico á morte. Essa questões e debates são muitas vezes prejudicadas por argumentos emocionais e extremados entre os defensores de um Direito á Vida "Santo e Intocável" e os defensores de um Direito á Vida mais amplo que incluiria um direito á escolha, no caso do aborto, ou um Direito a Morrer, especialmente se sente que não tem qualidade de Vida, devido em muitas situações a sofrimento físico. No problema da Eutanásia vamos começar por abordar a questão das " vidas indignas de ser vividas": Esse conceito não existe, não tem validade. Toda a Vida é Digna e merece ser vivida. O extermínio de doentes mentais ou semelhantes, mesmo que sejam incuráveis é sempre homicídio e sujeito ás regras gerais do código penal, inclusive eventuais causas de justificação. Não é suicídio a pessoa que desiste de lutar contra o inevitável, ou recusa tratamento, mesmo sabendo que essa recusa pode provocar a sua morte. Completamente diferente é a situação da verdadeira eutanásia, auxílio médico à morte de um paciente, já envolvido num processo de sofrimento e sem hipóteses de melhoria, sendo que esse auxílio médico irá originar uma diminuição do período de vida do moribundo. Deverá se distinguir no ordenamento jurídico português entre eutanásia "passiva", "ativa indireta" e "ativa direta". A eutanásia passiva: refere-se a situações em que o médico renuncia a medidas suscetíveis de conservar ou prolongar a vida do seu paciente em estado terminal, coma profundo irreversível e estados análogos. De salientar o exercício da vontade por parte do paciente: 1: se este solicitar ao médico que prossiga com a intervenção e este se recusar, preenche o tipo ilícito de homicídio. 2 : inversamente se o paciente mandar parar a intervenção e o médico continuar, estará preenchido o tipo ilícito de intervenção 1 Mestre em Ciências Jurídico-Filosóficas pela Faculdade de Direito do Porto
A morte enquanto dimensão ética
2012
O presente artigo e resultado de um breve estudo bibliografico sobre a relacao intrinseca existente entre a morte e os paradigmas eticos contemporâneos. Com o advento da modernidade e a privatizacao do sujeito, foram necessarias novas construcoes culturais e morais. O edificio da modernidade erigido sobre a Reforma Protestante e sobre pilares filosoficos como o racionalismo e do empirismo, deram fim as certezas escatologicas, substituindo-as por certezas tecnico-cientificas. Essas certezas modernas ruiram no pos-guerra, e, junto ao movimento de 1968, surgiram novas mentalidades e uma crise paradigmatica terrivel. O humano pos-moderno e um ser em crise, desconfiado de qualquer certeza, ele e um ser so e desolado com a unica certeza: a morte.
A TEORIA DA MORTE INSIGNIFICADA
Este trabalho é um ensaio teórico e de caráter qualitativo, cujo propósito é formar uma opinião sobre determinado assunto. Na filosofia e na psicanálise, o suicídio e a morte são tópicos frequentes. Portanto, optei por um percurso único: comecei o texto com uma questão relacionada à proibição do suicídio, e finalizo com uma questão acerca da proibição deste. Faço algumas considerações com base em leituras filosóficas, elaboro algumas reflexões fundamentadas na psicanálise freudiana-lacaniana e, finalmente, analiso o filósofo do absurdo para finalizar o texto, argumentando que a revolta contra o absurdo da vida pode ser um meio de evitar o suicídio.
Polêmicas do Cristianismo: morte-em-vida e vida-eterna
Do Reino das Sombras: figurações da morte. Braga: Aletheia, 2014. O presente ensaio visa a estabelecer um diálogo entre categorias filosóficas, psicanalíticas e teológicas acerca da morte a partir do ponto de vista interno à configuração do assunto no arcabouço epistolar do Apóstolo Paulo e de outros textos bíblicos. Assim, visamos a enxergar a herança de uma polêmica interna ao Cristianismo e que perpassa – mutilada, reificada, rejeitada e alterada – diferentes pensamentos da nossa cultura Ocidental, aqui abordados pelas teses de Kierkegaard, Freud e Bataille, sob a perspectiva de que sofreram a abaladora influência de uma verdade assustadora sobre a morte: a de que esta está na própria vida, pela marca do pecado.