Uma Democracia Em Colapso: O Esgotamento Do Possível e a Experiência Ética (original) (raw)
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Anonimato e Democracia: Ausência como Presença na Esfera Pública
Compolítica, 2021
Embora o anonimato seja uma característica central das democracias liberais-não apenas no voto secreto, mas também no financiamento de campanhas, publicação de textos políticos, protestos mascarados e pichações-até agora não foi conceitualmente fundamentado na teoria democrática. Ao invés disso, é tratado como um conceito autoexplicativo relacionado à privacidade. Para superar essa omissão, este artigo desenvolve uma compreensão complexa do anonimato no contexto da teoria democrática. Com base na literatura diversa sobre o anonimato na participação política, explica o anonimato como uma performance de identidade altamente dependente do contexto que expressa sentimentos privados na esfera pública. O caráter contraditório de seus elementos centrais-negação e criação de identidade-resulta em três conjuntos de liberdades contraditórias. O anonimato permite (a) inclusão e exclusão, (b) subversão e submissão e (c) honestidade e enganação. Este caráter contraditório das affordances do anonimato ilustra o papel ambíguo do anonimato na democracia.
Vitórias Inconclusivas: o desgaste da democracia liberal
Democracias liberais – com destaque para as criadas após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – enfrentam recorrentes dificuldades diante da privatização dos espaços de representação públicos. Vitórias eleitorais e reviradas políticas fazem novos e velhos governos. O que colhem a seguir não escapa das contradições de terrenos movediços nos quais se ergueram. Hermeticamente fechadas em problemas similares, as democracias liberais se esquecem de 1945.
Utopia: Do Impossível Como Político
2016
O artigo e uma analise do carater historico de utopia. Para tanto, articula as reflexoes de Souza e Finley sobre as utopias classicas e desdobra a contemporaneidade do conceito pela perspectiva de Marcuse sobre o “fim da utopia”. Nesse sentido, o artigo opera o pensamento utopico enquanto critica da Modernidade.
Revista Lumen - ISSN: 2447-8717
Wellington Fontes Menezes Resumo: Neste presente trabalho, busca-se um estudo preliminar das condições impostas por uma nova dinâmica em que a democracia foi subjugada e percebe-se a consolidação de domínio de um estado de exceção. O retorno das lições de Carl Schmitt e as considerações mais contemporâneas de Giorgio Agamben contribuem para o entendimento e formulação de um novo paradigma de atuação que não é inscrita na lei, mas está atuante em uma zona intermediária entre a democracia e o absolutismo. Um novo momento da vida nacional brasileira se inicia com a consolidação de mais um golpe de estado após um intenso processo de articulação política de grupos de interesses para a deposição da presidenta Dilma Rousseff em agosto de 2016, por sinal, golpe este travestido com um pretenso ornamento jurídico com base parlamentar por via de um "impeachment", que poderá ser mais bem traduzido pela expressão "golpeachment". A construção deste processo tem profundas raízes na fragmentada democracia e ranço autoritário das classes dominantes brasileiras.
Democracia participativa: entre a esperança e os gargalos de um mundo mais politizado
Revista Videre, 2015
Este artigo faz uma breve análise da noção de democracia e de suas espécies, dando ênfase à democracia participativa em seus aspectos positivos e negativos; ou melhor, em seus ideais e naquilo que impede a sua concretização. O tema ganha importância quando se percebe o declínio clarividente da democracia representativa: de um lado, os governantes clamam ser a voz do povo, atuar com o condão de beneficiar a todos, dar efetividade ao princípio democrático; de outro, encontra-se um povo apático, descrente e conformado, que não acredita nas instituições públicas, na política e que não percebe que, se todo poder emana do povo, é dele que há de sair a redenção.
Democracia: Evolução, Crise e Novas Perspectivas
Direitos Culturais, 2015
Desde o século XX a democracia tornou-se um ideal de organização política buscada por todos aqueles envolvidos na promoção da justiça social. No entanto, há inúmeras controvérsias referentes à forma adotada, a eficácia diante do nível de cidadania e de sociabilidades existentes nas diferentes sociedades. Com o passar dos anos, foram observados avanços, problemas e retrocessos, o que levou a ampliação dos entendimentos sobre o conteúdo da democracia e as configurações de seu aperfeiçoamento. A democracia representativa, por exemplo, não conseguiu dar conta da pluralidade cultural, nem reconhecer as novas identidades, tampouco soube tratar da questão das minorias, além de ter se enfraquecido diante das exigências de participação. Atualmente, fala-se em "reinventar a democracia", e uma dessas propostas refere-se à "democracia participativa", a qual defende que o processo participativo deve ser amplo, irrestrito e contínuo tanto nos processos decisórios, como na implantação e nos resultados. Esta proposta congrega debates políticos em torno dos ideais de reconhecimento cultural, inclusão social e emancipação. Desta forma, a renovação do modelo democrático, baseado na criação de uma nova cultura política-a cultura da participação-vai contar com instituições fortes e espaços de produção de entendimentos e de implementação de racionalidades compatíveis com as prerrogativas da igualdade social. Palavras-chave: Democracia participativa. Participação. Direitos humanos.
Aprender como Utopia Política do Cidadão - Problemas e Possibilidades de uma Radicalização da Ética
2004
All emancipation is a reduction of the human world and relationships to man himself. (…) Only when the real, individual man re-absorbs in himself the abstract citizen, and as an individual human being has become a species-being in his everyday life, in his particular work, and in his particular situation, only when man has recognized and organized his "own powers" as social powers, and, consequently, no longer separates social power from himself in the shape of political power, only then will human emancipation have been accomplished. (Marx 1844), Para começar gostaríamos de colocar três constatações: